Enquanto Liga afunda, Thor passa dos 800 milhões mundialmente

Foi um fim de semana relativamente quieto nas bilheterias, inclusive para os dois filmes de super-herói que tem brigado pela atenção do público. Ainda assim, tanto Liga da Justiça...

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Compartilhe: Tiago Vieira
Publicado em 5/12/2017 - 16h11


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Foi um fim de semana relativamente quieto nas bilheterias, inclusive para os dois filmes de super-herói que tem brigado pela atenção do público. Ainda assim, tanto Liga da Justiça quanto Thor: Ragnarok ultrapassaram marcas importantes nos últimos dias, por mais que estejam em situações quase opostas.

 

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Comecemos pelo novo capítulo do complicado e azarado DC Extended Universe. Neste fim de semana, Liga se aproximou da marca de US$ 200 milhões na bilheteria dos EUA após faturar mais US$ 16,6 milhões, e chegou aos US$ 567 milhões mundialmente. Tal resultado, visto por si só, é até bastante decente, considerando a magra estreia do longa. Nos Estados Unidos, a queda do filme entre a semana passada e esta foi de 59,5%, o que pode até parecer muito (e é), mas também é curiosamente próximo à queda de 59,8% que Animais Fantásticos e Onde Habitam enfrentou em sua terceira semana, exatamente um ano atrás.

 

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Se Liga conseguir alcançar um desempenho comparável ao do spin-off de Harry Potter estrelado por Eddie Redmayne, então vai ser uma espécie de vitória moral ao tão combalido DCEU. Afinal, como expliquei na semana passada, uma estreia medíocre pode ser compensada com um desempenho posterior decente, pois isso demonstraria que, passado uma desconfiança inicial, o público realmente se interessou pelo longa (algo similar, porém num nível diferente, já havia acontecido com Mulher-Maravilha, em junho). E Liga tem feito o que pode para manter essa narrativa: com uma bilheteria atual quase 8% maior que a de Animais Fantásticos no mesmo ponto, caso se mantenha nesse ritmo, a primeira reunião dos Super Amigos poderá sair de cartaz com mais de US$ 250 milhões.

 

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Porém, há um grande percalço no caminho de Batman, Mulher-Maravilha, Flash e os outros rumo a esta (magra) vitória: a poderosa concorrência que inundará os cinemas americanos a partir do dia 15. Claro, é possível presumir que Star Wars: Os Últimos Jedi será um adversário imensamente mais forte do que Rogue One no ano passado, mas não é apenas a saga espacial hoje pertencente à Disney que Liga deverá enfrentar. Afinal, a semana seguinte à estreia d’Os Últimos Jedi traz nada menos que seis estreias em circuito nacional aos cinemas americanos, incluindo o polêmico thriller Todo o Dinheiro do Mundo (sim, aquele mesmo que substituiu Kevin Spacey por Christopher Plummer a poucas semanas da estreia), os musicais A Escolha Perfeita 3 e O Rei do Show, e a aventura familiar Jumanji: Bem Vindo à Selva. Até a Warner vai lançar um filme novo nessa semana, a comédia com Owen Wilson Correndo Atrás de um Pai. Alguns destes longas podem até fracassar, mas o mais importante é que eles tirarão muitas salas de Liga, o que só contribuirá para diminuir seus rendimentos durante o Natal e o Ano Novo. E Jumanji, aliás, está começando a parecer uma ameaça séria: com um buzz inicial decente, o longa pode arrecadar até US$ 45 milhões entre sua estreia na quarta, dia 20, até o domingo – vocês não imaginam como é surreal ter que escrever que Jumanji é um perigo para Liga da Justiça.

 

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Assim, na melhor das hipóteses, Liga pode ter uma bilheteria doméstica superior aos US$ 250 milhões, o que pode ser o suficiente para emplacar uma narrativa de redenção no melhor estilo Animais Fantásticos na mídia. Na pior, há a possibilidade do filme sair dos cinemas com uma bilheteria final inferior às de Logan (US$ 226 milhões) e Velozes & Furiosos 8 (US$ 225 milhões), o que, a depender da performance de longas como Viva: A Vida é uma Festa e Jumanji, pode até deixá-lo de fora das 10 maiores bilheterias americanas de 2017. Meu Deus…

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O pior de tudo é que não só isso é desmoralizante para o ainda incipiente Universo DC nos cinemas, colocando em perigo uma grande quantidade de promissores filmes baseados nos heróis da editora, como também joga uma luz injustamente negativa sobre o ótimo ano que a Warner Bros. vinha tendo até agora. Afinal, apesar de um ou outro flop, o estúdio dono dos Looney Tunes alcançou importantes vitórias em 2017, incluindo sucessos de público e crítica com Lego Batman, Kong: A Ilha da Caveira, Mulher-Maravilha, Dunkirk, Annabelle 2 e It: A Coisa. Enquanto ninguém olhava, a Warner cultivou dois outros “universos compartilhados” que, até agora, foram bem sucedidos, o dos Monstros Gigantes (que inclui Godzilla, Kong e eventualmente vai por os dois para brigar) e o chamado “Universo Conjuring“, que inclui a franquia Invocação do Mal e seus spin-offs. Já Mulher-Maravilha conquistou a mídia com sua narrativa de empoderamento feminino, e Dunkirk se tornou uma das maiores bilheterias para um filme de guerra da história, bem como um potencial peso pesado para o próximo Oscar. Neste sentido, Liga da Justiça era para encerrar o ano da Warner com chave de ouro, porém, com todo o foco em cima da catástrofe nas bilheterias do longa, ninguém se lembra que a apenas três meses It faturava absurdos até então impensáveis para um filme de terror.

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Thor: Ragnarok teve um fim de semana sem muitas novidades nas bilheterias americanas. A comédia dirigida por Taika Waititi rendeu quase US$ 10 milhões, e alcançou US$ 291,6 milhões. Nos próximos dias, o filme deve se tornar o sexto em 2017 a bater a marca de US$ 300 milhões nos Estados Unidos.

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Por outro lado, com todos os adversários que devem chegar aos cinemas nas próximas semanas, começa a parecer cada vez mais provável que Ragnarok não suba mais degraus no ranking das maiores bilheterias do ano, devendo ficar atrás de It (US$ 327 milhões) e Homem-Aranha: De Volta ao Lar (US$ 334 milhões) – sendo que este último teve uma estreia levemente inferior à de Ragnarok. Como isso foi acontecer? Bem, é aí que percebemos que o sucesso de um filme está ligado também aos seus concorrentes.

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De um modo geral, podemos dizer que, entre maio e meados de agosto, os cinemas pertenceram aos super-heróis. Maio, claro, foi dominado por Guardiões da Galáxia Vol. 2, que durante um mês teve como concorrentes os decepcionantes Alien: Covenant e Rei Arthur: A Lenda da Espada. Em junho, Mulher-Maravilha ficou livre para quebrar recordes, enquanto adversários como A Múmia, Carros 3 e Transformers: O Último Cavaleiro naufragavam de maneira humilhante. Finalmente, no mês seguinte, De Volta ao Lar foi basicamente o único blockbuster de aventura em cartaz, enquanto seus concorrentes eram ou muito infantis (Meu Malvado Favorito 3, Emoji: O Filme) ou muito adultos (Dunkirk, Planeta dos Macacos: A Guerra).

 

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Ragnarok, por sua vez, não teve esse “refresco”. Afinal, se os três longas acima foram os único de super-herói por pelo menos um mês, o filme estrelado por Chris Hemsworth e Mark Ruffalo precisou disputar seu público com blockbusters como Viva: A Vida é uma Festa e, principalmente, Liga, que, por mais flop que tenha sido, certamente contribuiu para impedir que os Vingativos alcançassem os números do Cabeça de Teia, quanto mais os da família espacial de Peter Quill e da Amazona de Themyscira.

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Por outro lado, com um pouco de sorte, Ragnarok se mantenha bem ainda possui uma pequena chance de superar Homem de Ferro 2 e seus US$ 312 milhões para se tornar a nona maior bilheteria do MCU nos EUA. Veremos se o Deus do Trovão terá forças para alcançar este feito.

 

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Liga da Justiça é o maior do DCEU na China, enquanto Ragnarok se aproxima de Mulher-Maravilha

 

Visto por si só, o desempenho de Liga da Justiça não seria ruim. Com pouco menos de US$ 570 milhões globalmente até agora, o longa tem tido desempenhos decentes fora dos Estados Unidos – em alguns países, já é uma das maiores bilheterias da história da Warner, juntamente com Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2 e Batman vs. Superman: A Origem da Justiça.

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Na China, por exemplo, o longa atingiu US$ 98,5 milhões e é a maior bilheteria do DCEU por lá, superando os rendimentos conquistados por Mulher-Maravilha e BvS por lá. É uma pena, porém, que lá Liga esteja sendo prejudicado pelo surpreendente sucesso de Viva: A Vida é uma Festa.

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Aliás, o infortúnio da Warner consegue ser ao mesmo tempo trágico e cômico. Veja, até o início da atual década, o circuito de cinema na China era infinitamente menor, e o número de filmes americanos que eram permitidos de serem exibidos no país era bem menor do que é hoje. Dessa forma, se crianças do mundo todo cresceram com clássicos da Pixar como a trilogia Toy Story, Vida de Inseto, Monstros S.A., Os Incríveis e afins, os chineses tiveram um contato bem menor com tais filmes. Dessa forma, quando o mercado chinês começou a ter uma abertura maior aos filmes hollywoodianos, os longas da produtora não encontravam por lá o mesmo sucesso que faziam no restante do planeta. Entretanto, Viva, baseado na cultura mexicana, foi a exceção. Apesar de ter sido inspirado por um folclore bastante diferente do chinês, os temas de Viva tem emocionado os orientais, de modo que, em seu segundo final de semana por lá, a animação teve uma bilheteria 148% maior que a da estreia (!!!). Isso, claro, contribui para obscurecer o bom desempenho que Liga tem tido na China, que, no longo prazo, talvez até ajude para que a DC encontre mais sucesso no país oriental.

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Por outro lado, na América Latina o sucesso dos Super Amigos é incontestável: Brasil e México são o terceiro e o quarto dentre os países que mais contribuíram com o longa – embora lá na terra do Ligeirinho e do Chaves o sucesso do longa tenha sido diminuído pela gigantesca bilheteria de Viva, que (compreensivelmente) se tornou a maior bilheteria de todos os tempos no país. A seguir, vem o Reino Unido e a Coréia do Sul.

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Seja como for, alcançar os US$ 668 milhões de O Homem de Aço agora começa a parecer a melhor das hipóteses para Liga – passar dos US$ 700 milhões é um sonho distante. 🙁

 

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Mas se há uma coisa em comum entre Liga e Ragnarok (além do fato dos dois terem estreado em novembro), é que os dois tem feito um sucesso proporcionalmente muito maior fora dos EUA do que dentro. No caso da terceira aventura do Deus do Trovão, 64% de sua bilheteria global vieram de fora dos Estados Unidos, o que é uma das maiores médias para o MCU, praticamente empatado com Capitão América: Guerra Civil. No total, a comédia já arrecadou US$ 525 milhões nas bilheterias internacionais, e deve passar os US$ 546 milhões de Homem-Aranha: De Volta ao Lar nos próximos dias.

 

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Globalmente, o longa já tem US$ 816 milhões, meros US$ 5 milhões atrás de Mulher-Maravilha. Portanto, as medalhas de ouro, prata e bronze das maiores bilheterias globais para filmes de super-heróis de 2017 ficarão no MCU, com Ragnarok juntando-se a Guardiões 2 (US$ 863 milhões) e De Volta ao Lar (US$ 880 milhões). Veremos se Ragnarok terá forças para bater seus dois companheiros do Universo Marvel.

 

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Claro que há um lado negativo nisso tudo, que é o de colocar mais pressão nos filmes posteriores da Casa das Ideias. Afinal, desde o início da Fase 3 do MCU o estúdio não tem uma bilheteria menor do que os US$ 677 milhões de Doutor Estranho. Todos sabemos que Vingadores: Guerra Infinita será uma besta de proporções apocalípticas nas bilheterias quando chegar aos cinemas no ano que vem, mas e se longas introdutórios como Pantera Negra ou Capitã Marvel fizerem números mais próximos aos de Doutor Estranho do que os de Homem-Aranha: De Volta ao Lar? E se Homem-Formiga e a Vespa tiver um crescimento tímido em relação aos magros US$ 519 milhões do primeiro, tal como os dois primeiros Homem de Ferro? Serão vistos como decepções? Provavelmente não, ainda mais se o custo de produção de tais longas não exigirem que eles sejam mais Era de Ultron e menos Homem-Formiga (viu, Warner?), mas convenhamos: ninguém quer ser o patinho feio da turma.

 

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Em suma, apesar de não termos tido nenhum Vingadores este ano, o “Trio Parada Dura” composto por Guardiões 2, Homecoming e Ragnarok jogou os padrões de bilheteria da Marvel para longas não estrelados pelos Heróis Mais Poderosos da Terra lá para cima. Veremos se T’Challa, Scott Lang e Carol Danvers conseguirão acompanhar.

 

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Bilheteria EUA de 01/12/17 a 03/12/17:

Filme Semanas em cartaz Renda no fim de semana (em US$) Renda acumulada (em US$)
1- Viva: A Vida é Uma Festa 2 27.533.304 110.108.708
2- Liga da Justiça 3 16.651.104 197.407.025
3- Extraordinário 3 12.147.182 87.679.805
4- Thor: Ragnarok 5 9.885.936 291.633.535
5- Pai em Dose Dupla 2 4 7.572.390 82.886.836
6- Assassinato no Expresso do Oriente 4 6.767.002 84.839.515
7- Três Anúncios Para um Crime 4 4.396.537 13.537.057
8- Lady Bird: A Hora de Voar 5 4.291.590 16.837.041
9- A Estrela de Belém 3 4.078.423 27.358.076
10- Perfeita é a Mãe! 2 5 3.385.484 64.737.307


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