O maior erro de Homem-Aranha 3 pode ser seu acerto mais inteligente
18 anos após a sua estreia, um dos maiores erros de Homem-Aranha 3 pode ter se provado um grande acerto - entenda.
Lançado em 2002, Homem-Aranha continua sendo um dos filmes mais influentes do gênero de super-heróis. A produção dirigida por Sam Raimi elevou o patamar das adaptações de quadrinhos, provando que era possível unir fidelidade ao material original e apelo popular.
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Em 2004, Homem-Aranha 2 manteve o nível de qualidade, mas Homem-Aranha 3, lançado em 2007, dividiu opiniões por diversos motivos — entre eles, a quantidade excessiva de vilões e tramas paralelas.
Apesar de manter qualidades importantes da trilogia, como a direção de Sam Raimi e as performances marcantes de Tobey Maguire e Kirsten Dunst, o público frequentemente lembra o terceiro filme como o mais problemático da franquia.
Os críticos frequentemente apontam a maneira caricata como Peter Parker se comporta após ser corrompido pelo simbionte do Venom.
No entanto, há uma mudança mais sutil e controversa: a decisão do roteiro de alterar a origem do Homem-Aranha. Embora pareça um erro grave, essa escolha fez sentido dentro da história.
Mudança altera o passado, mas fortalece o presente
Homem-Aranha 3 surpreendeu o público ao revelar que Flint Marko, o Homem-Areia, estava envolvido na morte do Tio Ben. No início, o filme sugere que Marko matou Ben de forma deliberada e cruel.
Isso contraria o que havia sido estabelecido nos dois filmes anteriores, em que Peter carrega a culpa por não ter impedido o criminoso Dennis Carradine, responsável pelo assassinato. Na época do lançamento do filme, muitos fãs viram essa revelação como uma traição ao legado do personagem.
Contudo, essa alteração serviu como base para o conflito central do filme. Quando Peter descobre a nova versão dos fatos, ele está emocionalmente vulnerável — e é exatamente nesse momento que o simbionte alienígena se liga a ele.
A partir daí, Peter assume uma postura agressiva e vingativa, algo que vai contra tudo o que ele acreditava. O simbionte apenas potencializa esse lado sombrio, mas a raiva de Peter já havia sido despertada pela quebra de sua própria crença no lema “com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”.
O final de Homem-Aranha 3 resgata a essência de Peter Parker
No desfecho do filme, Flint Marko revela a verdade sobre a morte de Tio Ben. Segundo ele, Carradine matou Ben por acidente ao colidir com Marko durante uma tentativa de roubo.
Ben tentava convencer Marko a não seguir com o crime, e o susto causou o disparo. Ou seja, se Peter tivesse impedido Carradine, como deveria, Ben teria sobrevivido. A revelação devolve a Peter a clareza sobre sua responsabilidade e reafirma o valor da lição aprendida no passado.
Com a destruição do simbionte e a compreensão do que realmente aconteceu, Peter consegue se libertar do peso da culpa distorcida. O herói fecha o ciclo emocional de forma coerente e reencontra sua essência.
Assim, a decisão controversa de modificar a origem não apenas serviu à trama do terceiro filme, como também reforçou a importância do princípio central da jornada de Peter: a responsabilidade.
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Fonte: Screen Rant
