Previsão de bilheteria para os filmes do MCU de 2017 Parte 1: Bilheteria brasileira

Previsão de bilheteria para os filmes do MCU de 2017 Parte 1: Bilheteria brasileira

Previsão de bilheteria para os filmes do MCU de 2017 Parte 1: Bilheteria brasileira

Filmes de super-heróis sempre estiveram entre os blockbusters estrangeiros preferidos dos brasileiros – e isso desde os tempos em que os seus pais iam ao cinema. O primeiro Superman,...

Previsão de bilheteria para os filmes do MCU de 2017 Parte 1: Bilheteria brasileira
Imagem: Reprodução | Divulgação
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Filmes de super-heróis sempre estiveram entre os blockbusters estrangeiros preferidos dos brasileiros – e isso desde os tempos em que os seus pais iam ao cinema. O primeiro Superman, estrelado por Christopher Reeve, estreou em nosso país em março de 1979, e, vendendo mais de 5 milhões de ingressos*, foi mais visto no Brasil do que clássicos da época, como Contatos Imediatos de Terceiro Grau, Os Caçadores da Arca Perdida e a trilogia original de Star Wars. Mais de duas décadas depois, Homem-Aranha, de Sam Raimi, tornou-se o maior blockbuster a aportar em nosso país desde Titanic. Vendendo mais de um milhão de ingressos apenas no fim de semana de estreia (e isso numa época em que os filmes estreavam às sextas-feiras), Homem-Aranha causou um furor enorme, entre pessoas de todas as idades. Alguns pais chegaram até mesmo a protestar contra a decisão do Ministério da Justiça de classificar o filme como impróprio para menores de 12 anos, para que eles pudessem levar seus filhos no longa, e foram prontamente atendidos, turbinando ainda mais a bilheteria nacional do filme – confira aqui essa curiosa história, reveladora de um tempo onde blockbusters de quatro quadrantes** eram mais raros do que hoje.

 


Ao longo da primeira década do século XXI, a trilogia de Sam Raimi reinou no topo da cadeia alimentar dos filmes de super-heróis para o público brasileiro, superando franquias como os X-Men, a trilogia do Cavaleiro das Trevas, e mesmo os primeiros filmes do MCU. Dez anos depois que Tobey Maguire vestiu pela primeira vez o uniforme do Aranha, porém, surgiu um outro filme para reclamar a coroa de maior bilheteria brasileira dos filmes de super-heróis: Os Vingadores, que venderam absurdos 10,9 milhões de ingressos nos cinemas brasileiros. Para se ter uma ideia, este valor é o suficiente para ser o quinto filme que mais colocou espectadores dentro das salas brasileiras, perdendo apenas para Titanic, Tubarão, Os Dez Mandamentos: O Filme e Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro. Sua sequência, Vingadores: Era de Ultron, também não ficou muito atrás, com 10,1 milhões de ingressos vendidos.

 


 


O amor do público brasileiro pelos filmes de super-heróis alcançou seu ápice no ano passado, quando todos os blockbusters estrelados pelos personagens da Marvel e da DC tiveram desempenhos surpreendentes. Dentro da franquia dos X-Men, comandada pela Fox, Deadpool conquistou o coração da audiência com seu jeito irreverente, e veio a se tornar a maior bilheteria dos mutantes no país, enquanto X-Men: Apocalipse, se não superou seu antecessor, Dias de um Futuro Esquecido, ao menos conquistou um resultado acima da média da saga. Na DC, tanto Batman vs. Superman quanto Esquadrão Suicida superaram qualquer expectativa, e simplesmente levaram mais gente aos cinemas nacionais do que outros blockbusters da Warner Bros., como as séries Harry Potter, O Senhor dos Anéis, Matrix, O Hobbit, e a própria trilogia do Cavaleiro das Trevas.

 


Por fim, os dois filmes da Marvel Studios de 2016 foram recordistas no Brasil. Guerra Civil é atualmente a maior bilheteria para um filme da casa afora os dois Vingadores. Doutor Estranho, por sua vez, é o filme de origem mais visto, superando de (bem) longe os primeiros Homem de Ferro, Capitão América e Guardiões da Galáxia. E 2017 já começou a todo vapor, com o desempenho vitorioso de Logan, destronando Deadpool para se tornar maior bilheteria brasileira para um filme da série X-Men.

 

 

Sendo assim, diante de um horizonte tão favorável, podemos esperar resultados igualmente colossais dos três filmes que a Marvel Studios lançará este ano? O MCU está em seu melhor momento no Brasil, mas será que Guardiões da Galáxia Volume 2, Homem-Aranha: De Volta ao Lar e Thor: Ragnarok conseguirão manter esta situação? Vamos analisar cada caso, listando as vantagens e fraquezas que cada um enfrentará em território nacional. Não é uma ciência exata, claro (quem iria imaginar o tamanho do sucesso de Os Vingadores, afinal?), mas sim um divertido exercício de análise mercado cinematográfico e de nosso zeitgeist cultural.

 

Assim, nossa análise terá duas partes. A primeira irá falar da bilheteria brasileira, enquanto a segunda abordará a bilheteria doméstica – ou seja, a dos Estados Unidos.

 

Antes disso, confira a tabela abaixo com o resultado de bilheteria no Brasil de todos os quatorze filmes do MCU lançados até hoje:

 

Filme Data de Estreia no Brasil Ingressos vendidos Renda (em R$)
Homem de Ferro 30/04/2008 2.811.622 23.410.952
O Incrivel Hulk 13/06/2008 1.090.715 8.454.953
Homem de Ferro 2 30/04/2010 3.227.105 28.358.980
Thor 29/04/2011 2.581.538 28.933.349
Capitão América: O Primeiro Vingador 29/07/2011 2.841.148 33.209.899
Os Vingadores 27/04/2012 10.968.065 129.595.590
Homem de Ferro 3 26/04/2013 7.673.639 96.493.278
Thor: O Mundo Sombrio 01/11/2013 5.006.645 61.704.761
Capitão América 2: O Soldado Invernal 10/04/2014 4.646.596 62.818.154
Guardiões da Galáxia 31/07/2014 2.864.628 38.072.963
Vingadores: Era de Ultron 23/04/2015 10.117.028 146.167.000
Homem Formiga 16/07/2015 2.924.213 41.993.000
Capitão América: Guerra Civil 28/04/2016 9.596.716 143.508.000
Doutor Estranho 03/11/2016 4.821.122 75.970.000

 

Guardiões da Galáxia Vol. 2

 

Você já ouviu a pergunta “o que acontece quando uma força imparável encontra um objeto irremovível?”. Ela define bem o dilema de Guardiões 2 em nosso país. Por um lado, conforme notei acima, filmes de super-heróis, e os do MCU em particular, encontram-se em seu melhor momento entre o público brasileiro. Por outro, a trupe liderada pelo Senhor das Estrelas não parece ter caído nas graças da audiência de nosso país tanto como as dos Estados Unidos. Na verdade, quando analisamos em retrospecto, podemos ver indícios de que filmes ambientados no espaço sideral e estrelados por seres de outros mundos não possuem a mesma popularidade entre o público em geral, do que nos Estados Unidos.

 

Tal afirmação pode parecer chocante, mas o fato é que, quando comparamos os resultados de um mesmo filme no Brasil e nos EUA, podemos ver que lá as aventuras espaciais costumam trazer resultados bem mais volumosos do que aqui. Veja Star Wars, por exemplo: nos Estados Unidos, quase todo filme da saga espacial criada por George Lucas foi líder de bilheteria em seu ano de estreia, com a única exceção do Episódio II (que, de toda forma, foi um sucesso). Aqui, os filmes da série costumam ter resultados decentes, razoáveis, mas nem de longe são os mesmos campeões como em seu país de origem. Ataque dos Clones,  A Vingança dos Sith e Rogue One venderam por aqui na casa dos 2 milhões de ingressos, o suficiente para serem superados em seus respectivos anos por filmes como Scooby-Doo, Quarteto Fantástico e Como Eu Era Antes de Você. O Despertar da Força, claro, foi turbinado pela esmagadora campanha de marketing da Disney, o que o levou a quebrar diversos recordes de bilheteria mundo afora, em especial, nos EUA. Mesmo assim, ainda que o longa de J.J. Abrams tenha conquistado números decentes no Brasil, ele foi “apenas” a quarta maior bilheteria no Brasil de seu ano, um resultado bem diferente da bilheteria monstruosa ao redor do planeta.

 

No caso do primeiro Guardiões, o filme trouxe um resultado razoável, mas longe do sucesso que foi nos EUA. Com 2,8 milhões de ingressos vendidos no Brasil, aqui o longa foi a menor bilheteria da Fase 2 da Marvel, perdendo até mesmo para Homem Formiga. Ao menos em solo brasileiro, a impressão que temos é que o Senhor das Estrelas e seus amigos não caíram no mesmo gosto do público em geral do que os Vingadores.

 

Seja como for, é provável que o Volume 2, graças à simples popularidade da marca Marvel, tenha um crescimento em relação ao seu antecessor. Veja na tabela abaixo a variação de bilheteria entre filmes de origem e suas “Partes 2” do MCU, e onde isso leva Guardiões:

Série Bilheteria Parte 1 Bilheteria Parte 2 Crescimento Onde isso leva Guardiões 2
Homem de Ferro 2.811.622 3.227.105 14,77% 3.287.733.
Thor 2.581.538 5.006.645 93,94% 5.555.659
Capitão América 2.841.148 4.646.596 63,54% 4.684.812

 

Mesmo que o Volume 2 dobre o público do primeiro, como ocorreu com o Deus do Trovão, ele ainda vai terminar como a menor bilheteria para um dos filmes do início de maio da Marvel desde o primeiro Thor, lançado lá no longínquo 2011. Por outro lado, se o crescimento do Volume 2 efetivamente ajudar para que os Guardiões caiam no gosto do público brasileiro, então o filme terá sido bem sucedido em suas intenções.

 

Caso negativo, só podemos esperar que a participação da equipe espacial em Guerra Infinita no ano que vem seja o empurrão que os Guardiões precisavam. Afinal, as sequências de Thor e Capitão América foram lançadas depois dos heróis terem aparecido em Vingadores, e experimentaram crescimentos superiores ao do Homem de Ferro, cujo segundo longa saiu antes da reunião da equipe.

 

Homem-Aranha: De Volta ao Lar

 

Tal como nos EUA, os filmes do Cabeça de Teia tem experimentado uma queda gradual no Brasil a cada filme:

Filme Bilheteria no Brasil
Homem-Aranha 8.488.182
Homem-Aranha 2 7.737.714
Homem-Aranha 3 6.141.200
O Espetacular Homem-Aranha 5.145.603
O Espetacular Homem-Aranha 2 4.100.615

 

Dessa forma, é provável que este seja o longa do MCU que mais vai se beneficiar do bom momento para filmes de herói no Brasil. Apesar das quedas, o Homem Aranha ainda é um personagem extremamente popular e atrativo para públicos de todas as idades, e a nossa audiência deve responder favoravelmente.

 

Ironicamente, o que pode prejudicar o desempenho do filme por aqui é justamente o fato de ele parecer tão… comum. Apesar do sucesso das adaptações de quadrinhos no Brasil ao longo dos últimos anos, os mais bem sucedidos tiveram seu desempenho auxiliado por fatores muito bem explorados por suas campanhas de marketing que os ajudavam a diferenciar uns dos outros. Deadpool e Esquadrão Suicida foram vendidos com base na irreverência, embora de formas diferentes: enquanto o Mercenário Tagarela da Fox se apresentou como um anti-herói autenticamente “zoeiro”, o esquadrão de vilões da DC teve sua campanha baseada na atitude “badass” e “rock’n’roll” dos personagens. Batman vs Superman e Guerra Civil atraíram o público ao colocar seus heróis num conflito um contra o outro, com o primeiro ainda trazendo a vantagem de ser a primeira reunião nas telas dos três heróis mais icônicos da DC Comics.

 

Doutor Estranho se apresentou não como um filme de super-heróis, mas sim como uma autêntica fantasia mística com a marca Marvel; Logan arrastou multidões às salas de cinema com a promessa de mostrar a última (e sangrenta) aventura de Hugh Jackman como Wolverine. Por outro lado, filmes como Quarteto Fantástico e Homem Formiga se apresentaram em suas campanhas como longas de super-heróis “comuns” (ou ao menos sem um elemento diferenciador muito proeminente) e tiveram resultados relativamente menores em comparação com seus pares na Fox e na Disney, ainda que satisfatórios por si só.

 

No caso do novo Homem-Aranha, até o momento, a Sony tem preferido focar seus trailers nas cenas de ação com o herói, seus embates com o vilão Abutre e na participação de Tony Stark. Se isso será o suficiente para tornar o longa atrativo o bastante para as audiências globais, é uma questão para a qual só saberemos a resposta em julho. Seja como for, caso De Volta ao Lar tenha um desempenho similar ao do primeiro Espetacular Homem-Aranha (ou seja, algo na casa dos 5 milhões de ingressos), e sua recepção com o público e a crítica for positiva, então o filme poderá ser considerado como um sucesso.

 

Thor: Ragnarok

 

Se ali em cima mencionei o quanto ter um diferencial pode ajudar um filme a ter sucesso, então Thor: Ragnarok possui vários. Ao trazer figuras como Loki, Doutor Estranho e o Hulk junto ao próprio Deus do Trovão combatendo uma ameaça cósmica, ele poderá ser vendido como “um filme dos Vingadores em tudo, menos no título”. Além disso, todas as “Partes 3” da Marvel até agora, Homem de Ferro 3 e Guerra Civil, tiveram seus rendimentos turbinados em relação aos seus antecessores, e é provável que ocorra o mesmo com Ragnarok.

 

Bem, talvez não tão “provável” assim, uma vez que o longa terá apenas duas semanas antes que outro blockbuster de super-heróis de proporções igualmente gigantes chegue aos cinemas: Liga da Justiça. No ano passado, a Warner Bros. finalmente procurou investir num marketing local realmente caprichado para seus dois longas da DC Comics, conquistando resultados enormes com ambos. Por mais criticados que tenham sido Batman vs. Superman e Esquadrão Suicida, os dois longas puseram o chamado DC Expanded Universe no mesmo nível de bilheteria do MCU no Brasil. Assim, não seria de se surpreender se o estúdio conseguir manter essa posição com Liga, de modo que o filme de Zack Snyder tem uma chance considerável em terminar como a maior bilheteria para um filme de super-heróis em 2017 no Brasil.

 

Em todos os mercados do globo, tanto Ragnarok quanto Liga terão a difícil missão de competirem pela atenção do público, porém, no caso do Brasil, eu daria por enquanto uma leve vantagem ao longa da DC, graças ao excelente resultado de suas duas últimas produções por aqui. De toda forma, o confronto entre os dois filmes é uma briga de cachorro de grande cujos resultados são simplesmente imprevisíveis.

 

*É possível analisar bilheterias cinematográficas de qualquer país tanto com base em seu faturamento quanto no número de ingressos vendidos. No caso do Brasil, a análise por ingressos é tão ou mais utilizada que a da renda, portanto, nós a manteremos aqui também.

 

**Blockbusters de quatro quadrantes são filmes produzidos para agradar literalmente todo mundo. Os quatro quadrantes, no caso, são as divisões do público: homens e mulheres, acima e abaixo dos 25 anos de idade. A esmagadora maioria dos filmes de super-heróis, e de séries como Star Wars, são exemplos de filmes de quatro quadrantes.

 

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