Como a China turbinou as bilheterias dos heróis da Marvel e DC – e o que isso significa para o cinema? [Parte 2]

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Compartilhe: Tiago Vieira
Publicado em 4/9/2019 - 02h12


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… enquanto o restante decai.

 

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Se, como eu disse na primeira parte desse texto, os chineses realmente adoram longas com monstros gigantes, então era de se esperar que Godzilla II: Rei dos Monstros fosse faturar horrores por lá, certo? Seu estúdio, a Warner, torcia para que ele fosse um dos maiores filmes hollywoodianos do ano na China, juntamente com Pokémon: Detetive Pikachu, que adapta o popular game, um gênero sempre muito bem sucedido entre os chineses. Alita: Anjo de Combate fora produzido por James Cameron, e o cinéfilo chinês compareceu em volume tão grande para prestigiar Avatar e Titanic quanto o restante do globo, ao passo em que o longa, uma adaptação de um famoso mangá cyberpunk estrelado por uma garota robótica, poderia atrair os espectadores orientais. Finalmente, MIB: Homens de Preto – Internacional poderia ser uma típica ficção científica de ação que costuma fazer sucesso na China, tal como os dinossauros de Jurassic World – e o terceiro MIB ainda havia faturado US$ 77,2 milhões no país, um número decente para 2012. Isso sem contar o fato de que o longa trazia Chris “Thor” Hemsworth como protagonista, e se isso funcionou para os astros de Velozes & Furiosos, por que não funcionaria com as estrelas dos Vingadores?

 

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Esses longas tiveram desempenhos variados na China, mas que nem de perto foram o suficiente para turbinar sua bilheteria global, da mesma forma que houve com os super-heróis. E praticamente todos eles absolutamente precisavam de um boost chinês para não ficarem no vermelho, bem mais do que Ultimato e Longe de Casa.

 

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O caso mais dramático é o de Godzilla. O filme do lagartão custou gigantescos US$ 170 milhões para ser feito, portanto precisava faturar ao menos US$ 600 milhões para não dar prejuízo (curiosidade: até hoje, nenhum filme de monstro gigante afora os da franquia Jurassic Park/World arrecadou mais do que US$ 567 milhões globalmente). Tendo tido um desempenho bem abaixo do esperado nos EUA (deprimentes US$ 110 milhões, menos do que seu concorrente direto Aladdin faturou em quatro dias em cartaz), a Warner contava com a China para salvar a bilheteria de Rei dos Monstros. Entretanto, ele faturou US$ 135 milhões no país do Extremo Oriente, um número decente visto por si só, mas que empalidece frente ao de outros longas estrelados por bestas colossais, como Rampage, Megatubarão, Kong: A Ilha da Caveira e, claro, os dois Jurassic World. 

 

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Detetive Pikachu, por sua vez, era tido como um dos grandes desafiantes que Ultimato deveria enfrentar – e o histórico mostra que longas infanto-juvenis estreando próximos a grandes blockbusters épicos de mais de 2h30 de duração pode ser um bom negócio, vide os sucessos de Alvin e os Esquilos 2 e Jumanji: Bem-vindo à Selva, que bateram de frente com Avatar e Star Wars: Os Últimos Jedi respectivamente. No entanto, o famoso Pokémon amarelo, apesar de muito comentado na internet, teve desempenho sofrível não só nos EUA como também na China. No país oriental, onde esperava-se que o longa poderia alcançar um sucesso similar aos de Warcraft e Jogador Nº 1, ele acabou saindo de cartaz com apenas US$ 92,5 milhões – sim, menos do que Aquaman e Longe de Casa fizeram em seus primeiros finais de semana por lá. Apesar das boas críticas, Detetive Pikachu acabou sendo uma decepção para a Warner, já que o longa, ao custo de US$ 150 milhões, alcançou US$ 431,6 milhões em todo o globo – ele precisaria de quase US$ 100 milhões a mais do que isso para dar lucro.

 

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Alita faturou US$ 133,3 milhões na China, mais do que nos EUA, porém ainda bem abaixo das expectativas. Tendo arrecadado US$ 404 milhões a um custo de US$ 170 milhões, o último filme distribuído pela Fox antes de ter sido absorvido pela Disney deu prejuízo ao estúdio. Tal longa, porém, acabou adquirindo um certo status cult na internet (pesquise pelo #AlitaArmy nas redes sociais), a tal ponto que a estrela do filme, Rosa Salazar, pediu ao fandom para que comprasse Blu-Rays de Alita para mostrar aos engravatados hollywoodianos que há demanda por uma sequência.

 

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Finalmente, MIB: Homens de Preto – Internacional até abriu em primeiro lugar na China, com US$ 25,2 milhões. Entretanto, o filme não caiu no gosto dos chineses e saiu de cartaz com deprimentes US$ 44,4 milhões. Sim, o novo capítulo da franquia de comédia e ficção científica faturou menos do que seu antecessor, Homens de Preto 3, em 2012, apesar do mercado exibidor chinês ser bem maior hoje do que naquela época.

 

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Claro, nem tudo está perdido: Bumblebee e Velozes & Furiosos: Hobbs & Shaw mostraram que suas respectivas franquias ainda tem bastante força na China, com o primeiro encerrando sua carreira com US$ 170,8 milhões e o segundo faturando cerca de US$ 100 milhões em seu primeiro fim de semana no país. Até mesmo O Rei Leão alcançou bons números e é a segunda maior bilheteria chinesa para uma reimaginação de um clássico animado da Disney, atrás apenas do também dirigido por Jon Favreau Mogli: O Menino Lobo.

 

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Mas de um modo geral, é inegável que os chineses têm corrido para os filmes de heróis em um volume maior do que antes, enquanto outros longas sofrem no país.

 

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