[CRÍTICA] Venom 2 é uma doida comédia ‘romântica’ que pode irritar fãs da Marvel

Venom, um dos maiores sucessos de bilheteria de 2018, foi um filme que dividiu os fãs. Muitos amaram o filme, enquanto muitos ficaram do lado dos críticos, que massacraram o spin-off do universo do Homem-Aranha na Sony. E quando a sequência foi confirmada, surgiu a expectativa sobre o que seria feito.

Afinal, mudanças PRECISAVAM ser feitas. O que se provou assim que o diretor do primeiro filme, Ruben Fleischer, não retornaria para a sequência. Reforçando a boataria de que o diretor e Tom Hardy não haviam se dado bem.

Mudanças vieram e surgiu uma grande esperança com a chegada do lendário Andy Serkis assumindo a cadeira de diretor. Com ele, veio também o 3 vezes Vencedor do Oscar, o diretor de fotografia Robert Richardson.

Com Tom Hardy ainda mais presente no desenvolvimento do roteiro, tudo parecia certo para algo que viesse para se redimir das críticas de 2018. Tendo o grande Carnificina como vilão, o que poderia dar errado?

Para quem tinha esperança de algo diferente (incluindo nós), eis que Tempo de Carnificina toma uma decisão ousada, como se fosse resultado de uma auto-crítica esquisita e não muito honesta. Já que ele pega as principais reclamações do primeiro filme… e MULTIPLICA tudo isso.

Em algo que pode decepcionar e irritar muitos fãs tradicionais da Marvel, o filme é uma verdadeira comédia romântica, por mais surreal que isso possa ser. Tom Hardy abraça o lado desconfortável e desajeitado de seu Eddie Brock. É estranho, mas o ator entrega tudo de si e parece estar tendo os dias mais divertidos de sua vida.

Tom Hardy se solta ainda mais como Eddie Brock e seu amado Venom

Se o primeiro filme era sobre um ‘casal’ se conhecendo, Venom 2 é sobre os desafios de manter esse relacionamento, quando ambas partes passam a se conhecer mais e conviver dia após dia. Com isso, o grande coração da história é um verdadeiro bromance, com dois amigos que brigam o tempo todo, mas precisam admitir que um não consegue viver longe do outro.

O resultado é um humor insano e descontrolado, sem nenhuma pretensão de se levar a sério. Por mais que essa decisão seja polêmica e incomode muita gente, eis uma das grandes virtudes do longa. Desistindo de tentar ser um ‘filme sério’ como foi o primeiro, e se assumindo como uma verdadeira comédia, cheia de absurdos e situações constrangedoras.

Isso pode te deixar extremamente desconfortável, ver o VENOM chorando de saudades do seu amigo depois de uma festa à fantasia. Mas precisamos reconhecer a coragem de chutar o balde e largar o freio e fazer o filme mais comédia da Marvel, de jeito que nem o MCU teve coragem de fazer. Foram longe demais? Foram, mas foram corajosos!

E isso gera uma bipolaridade no tom do filme, já que a extravagância de Eddie e Venom é bastante desconexa de todos os outros personagens do filme. Principalmente do Carnificina, cujas cenas parecem ter sido retirada de um outro filme.

Com um visual impecável dos simbiontes, efeitos também são um ponto positivo

Mesmo que desconexa e apressada, a abordagem dada ao famoso psicopata Cletus Kasady é bem interessante. Já que o filme vai à fundo em mostrar o assassino sem suavizar e diminuir a brutalidade de seus crimes. Eles o vendem como um verdadeiro psicopata, e só nos últimos segundos tentam trazer uma motivação e explicação que justifiquem suas ações.

O que é bem diferente das adaptações de vilões nos filmes de super-heróis dos últimos anos, que tentam humanizar e trazer motivações mais justas aos antagonistas. E uma grata surpresa, é que no meio dessa coragem em trazer um assassino 100% sem remorso que faz coisas horríveis em tela sem nenhuma intenção de problematizá-los, surge mais uma história de amor.

Nesse pique, Woody Harrelson se solta e entrega uma atuação caricata e exagerada, cheia de caras e bocas que… são exatamente como o Cletus das HQs e animações é. Reforçando que por mais bizarro que sua versão live-action seja, não tinha como ficar diferente, se feita na intenção de ser fiel ao material original.

No meio disso tudo, temos mais um romance. Dessa vez com a introdução da Shriek (com muito carisma da atriz Naomie Harris), mutantes das HQs que é o amor da vida do Carnificina. O arco dos vilões é simplesmente sobre sua vontade de ficarem juntos – e cometerem crimes – que parece uma homenagem óbvia ao filme ‘Assassinos por Natureza’, também estrelado por Woody Harrelson.

Filme introduz famosa vilã das HQs e faz menção sobre sua mutação!

Mostrando que a Sony parece não ter aprendido muito com os erros, eis que Michelle Williams volta como Anne para continuar fazendo as mesmas cenas que havia feito no primeiro filme.

Reforçando a personagem como uma personagem feminina que, mais uma vez, só serve como interesse amoroso e escrita com decisões feitas para que as pessoas não gostem dela. Mesmo a personagem não sendo das melhores, Michelle parece estar realmente se divertindo e entrega o melhor de si.

Por fim, Venom: Tempo de Carnificina é EXATAMENTE como o café de manhã que o simbionte prepara para Eddie: uma mistura meio nojenta e meio deliciosa de comidas e uma explosão de ketchup e uma bagunça assustadora na cozinha.

É estranho de olhar e até feio, mas de alguma forma, a mistura funciona, mesmo que te deixe sem entender o que está sentindo. Intencionalmente ou não, trazendo uma genuína história de vilões e pessoas desajustadas, ruins e problemáticas. O que pode ser algo legal para quem não gosta de ver o Venom como um super-herói. Pelo menos, eles estão longe de tentar isso.

Com atores no modo sem freio, Venom 2 é infinitamente melhor – e mais divertido – que o primeiro filme!

O triste, e algo que tira o impacto do humor-negro que o roteiro traz, é a classificação para menores. Um filme que brinca sobre assassinatos, cadáveres, padres e galinhas sendo devorados cruelmente não ser +18, é algo que não faz o menor sentido. Deixando um sentimento de frustração e oportunidade perdida. Quem sabe pelo menos esse erro eles corrijam em Venom 3?

Um filme diferente de qualquer coisa que você já viu no gênero, para bem ou para mal, o longa estreia nos cinemas brasileiros na semana que vem, no dia 7 de Outubro. E saiba que é obrigatório permanecer na sala até a cena pós-créditos! Sério!

NOTA: 3,5/5

 

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Venom: Tempo de Carnificina é a continuação de um dos maiores filmes de super-heróis quando falamos em questão de lucro. O primeiro longa custou apenas 100 milhões, e rendeu mais de 856 milhões nas bilheterias mundiais. Por mais que a crítica o tenha massacrado, Eddie Brock caiu nas graças do povo.

Tom Hardy estará de volta no papel, e irá enfrentar o vilão Carnificina, que assim como na cena pós-créditos do primeiro filme, será interpretado por Woody Harrelson. Michelle Williams está de volta como Anne Weying, a ex-namorada (?) de Eddie Brock, e Naomie Harris irá interpretar a vilã Shriek. Com o roteirista de Cinquenta Tons de Cinza (sério, leia mais aqui) e direção de Andy Serkis, Venom 2 estreia em 7 DE OUTUBRO nos cinemas brasileiros!

Leia TUDO SOBRE Venom: Tempo de Carnificina!

Se tem uma coisa que eu odeio, é gente sem integridade. Elvis de Sá, as pessoas me chamam de Senhor das Estrelas.
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