[CRÍTICA] Estranho e lindo, Eternos é um filme de Oscar feito pela Marvel

[CRÍTICA] Estranho e lindo, Eternos é um filme de Oscar feito pela Marvel

[CRÍTICA] Estranho e lindo, Eternos é um filme de Oscar feito pela Marvel

Eternos é um dos filmes mais curiosos e ousados da história da Marvel Studios, e um dos filmes que os fãs mais tiveram que esperar. Afinal, os primeiros rumores...

[CRÍTICA] Estranho e lindo, Eternos é um filme de Oscar feito pela Marvel
Imagem: Reprodução | Divulgação
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Eternos é um dos filmes mais curiosos e ousados da história da Marvel Studios, e um dos filmes que os fãs mais tiveram que esperar. Afinal, os primeiros rumores confirmando os planos para o filme vieram lá em 2018, antes mesmo do grandioso Vingadores: Guerra Infinita.

E os fãs tiveram que esperar um pouco mais, já que o longa foi adiado em um ano completo assim que a pandemia estourou e mudou todo o calendário da Fase 4 do MCU. E um ano depois, às vezes um filme pode ser afetado pela perda do hype com o tempo.


Felizmente, a espera parece só ter valorizado essa estranha aventura dos Eternos. Afinal, o filme chega agora com outro peso e outra cara. Já que no começo desse ano, a brilhante diretora Chloe Zhao conquistou o Oscar de Melhor Direção pelo filme Nomadland.

Com a conquista da diretora, os primeiros vislumbres do filme e toda declaração feita por seus envolvidos, começou uma associação incomum entre Eternos e um filme ‘arte’ com cara e potencial de indicações ao Oscar. Simples empolgação por mais uma peça do MCU ou a estratégia de hype perfeita para valorizar o longa e o trabalho de Chloe?


Bom, o Legado da Marvel teve a chance de assistir o filme, e a primeira sensação que fica é que a expectativa realmente valeu a pena, e que não é à toa muitos outros estarem o considerando o filme mais diferente da história da Marvel Studios.

Tem humor? Sim! Referências a outros eventos do MCU? Sim! Construção de universo e muita ação? Com certeza. Mas Chloe Zhao adota um tom tão único, que nenhum desses elementos soa como o padrão de qualquer filme do MCU até agora. As piadas são diferentes e as referências são feitas de um jeito diferente.


Zhao e Richard Madden nos sets do filme

Resultando num dos filmes de origens mais interessantes até agora, onde já vemos os heróis em sua plena forma, e com uma história de origem que não é nada clichê. Indo direto ao ponto, estabelecendo a criação dos Eternos pelos Celestiais e seus propósitos, sobra um ótimo tempo para conhecermos a fundo cada um deles.


Aqui temos talvez o grande acerto do filme, que é o quão carismáticos TODOS os Eternos são, e o quão rápido criamos simpatia por eles. Com isso, sobra tempo para o filme explorar a química e interação do elenco, que realmente convence como uma família e grupo de amigos!

E quando você mal percebe, se vê realmente interessado em ver mais do que eles passaram ao longo dos séculos da história da humanidade. Acompanhar suas aventuras é divertido, mas é melhor ainda quando os vemos em ação!

Eternos traz um daqueles raros momentos onde você conhece novos super-heróis e fica impressionado em vê-los usarem seus poderes. Com destaque para a super-velocidade de Makkari, que faz você esquecer que o Mercúrio já existiu. Esse fascínio pelos poderes, criação e mitologia da equipe faz com que a duração de 2h30 passe VOANDO.

É um dos filmes mais longos do MCU, mas um dos que mais faz bom uso de seu tempo. Sem enrolação, desenvolvendo com calma e atenção cada um dos personagens e dando um tom de fantástico e suspense para a trama. Na verdade, queríamos até mais! Por tão divertido que é acompanhá-los.

Tudo isso se dá graças ao trabalho CAPRICHADO de Chloe Zhao. Fazendo valer as mil menções de seu nome, a diretora entrega cada shot MARAVILHOSA que parece ter vindo diretamente de seus filmes antigos, especialmente Nomadland. É notável o quanto ela dirige Eternos como se fosse realmente um filme de seres milenares, e não simples super-heróis.

Alerta de SPOILERS leves a partir daqui!

Talvez por isso, tenhamos uma escolha inusitada em toda a construção do terceiro ato do filme, e todo o senso de ameaça. Afinal, não existe um GRANDE vilão que precise ser impedido na luta, no sentido tradicional. E o fim do mundo soa bem mais convincente e menos clichê do que em qualquer outro filme do MCU.

O que acaba sendo afetado com isso, são os Deviantes. Seres criados para serem eliminados pelos Eternos, estão ali praticamente por isso. Dando pouco espaço para que Krô, o mais evoluído deles, realmente se destaque. No fim, ele acaba nem sendo o grande desafio do climax e um dos pontos mais esquecíveis do filme. Mas ainda assim, longe de vilões genéricos e maçantes como Kaecillius, Malekith e muitos outros.

Talvez isso tenha feito porque não existe como impor uma ameaça maior que a chegada dos Celestiais… e ser impossível competir com qualquer ator desse elenco! Não é à toa, a grande batalha final acaba sendo entre os Eternos e o todo-poderoso Ikaris. Numa cena que vai fazer muitos se lembrarem da luta da Liga da Justiça e o Superman no SnyderCut. No melhor sentido da comparação, pois a cena é INCRÍVEL!

Se provando como um filme diferente, mesmo que ele adote um tom de ‘filme artístico sério’, Chloe vai a fundo e nos traz algo que não víamos há um bom tempo no MCU: um gancho e final aberto que seja TOTALMENTE sobre os Eternos, sem se preocupar em prometer ao público alguma empolgante conexão com os Vingadores.

E quem precisa de Vingadores ou qualquer outro herói do MCU quando se tem um elenco que vale por si só? Simplesmente todos os 10 atores brilham em cena, dando a impressão de que não temos um protagonista fixo. Cada um mereceria um parágrafo individual só de elogios, mas vamos aos destaques e surpresas.

Eternos é uma aula de como aproveitar bem TODOS os personagens de uma equipe!

 

Gemma Chan (Sersi) surpreende trazendo vida à personagem mais ‘normal’ da equipe, e explica porque a Marvel quis trazê-la de volta mesmo que em um outro papel. Brian Tyree Henry (Phastos) se consolida como o primeiro super-herói gay do MCU, mas também como um dos melhores personagens do filme. E que cena simples mas LINDA que é do beijo entre Phastos e seu marido, ein?!

Também fazendo história, Lauren Ridloff (Makkari) é a primeira super-heroína surda da Marvel e simplesmente uma de nossas personagens favoritas! Ao lado de Kumail Nanjiani (Kingo), eles formam uma daquelas duplas que mereciam até uma aventura solo.

Lia McHugh também rouba a cena como Sprite! Mesmo sendo tão jovem, ela entrega com perfeição toda a complexidade da personagem, tanto no lado divertido quanto no trágico. Felizmente, teremos um jeito de ver a atriz retornar no futuro, mesmo que de um jeito diferente.

As surpresas ficam por conta de Barry Keoghan, cujo Druig NÃO é o traidor e vilão do filme, mas sim um cara legal, contrariando todos os clichês de suas escalações e arquétipos de personagens. E claro, temos ELA! Angelina Jolie dispensa comentários, mas muitos podem se decepcionar ao ver que sua Thena não é uma personagem tão destacada. Ainda mais quando imaginamos que Jolie é a atriz mais renomada do elenco.

Thena é uma coadjuvante de luxo, dando a impressão de que em algum outro filme ela seria interpretada por alguma atriz menos famosa. Mas quem liga? Felizmente a Marvel e a própria Angelina se interessaram em dar vida a essa escalação fora da zona de conforto.

Não foi a overdose de Angelina Jolie que imaginávamos, mas foi perfeito!

Uma outra surpresa é a presença quase que minúscula de Kit Harington no filme. Dane Whitman, o futuro Cavaleiro Negro, aparece literalmente apenas no começo e no final! Felizmente, o que evita um desnecessário triângulo amoroso entre ele, Sersi e Ikaris. E fugindo do clichê de ter um humano sem poderes entre os heróis, para facilitar na explicação da trama. Corajoso! Mas mesmo sendo bem curta sua presença, fica bem explícito que ele terá uma importância futuramente.

Por fim, Eternos é um dos primeiros filmes da Marvel Studios que REALMENTE é mais uma obra de seu diretor do que do estúdio. Uma aposta de coração aberto e declaração de amor à diversidade, sem medo de ser estranho nas excentricidades de seus personagens e nos absurdos de sua mitologia. E a melhor adaptação possível da obra do mestre Jack Kirby!

Resultando num filme que pode te estranhar enquanto assiste, mas com certeza vai te deixar pensando sobre ele dias e dias depois. Pela primeira vez, a Marvel introduz novos heróis sem precisar usar e abusar de sua própria fórmula. Mais uma vez provando que com liberdade criativa e diretores empolgados, o gênero de super-heróis ainda tem muito a surpreender!

NOTA: 4,5/5 

 

       LEIA TAMBÉM!

 

Confira a sinopse do filme: “Eternos apresenta uma nova e empolgante equipe de super-heróis no MCU, antigos alienígenas que vivem em segredo na Terra há milhares de anos. Após os eventos de Vingadores: Ultimato, uma tragédia inesperada os força a sair das sombras para se reunirem contra o inimigo mais antigo da humanidade, os Deviantes.”

No elenco temos nomes como Richard Madden como Ikaris, Angelina Jolie como Thena, Salma Hayek como Ajak, Kit Harington como Cavaleiro Negro, Gemma Chan como Sersi, Kumail Nanjiani como Kingo, Lauren Ridloff como Makkari, Brian Tyree Henry como Phastos, Lia McHugh como Sprite, Barry Kheogan como Druig, e Don Lee como Gilgamesh.

Eternos será dirigido por Chloe Zhao, com roteiro dos irmãos Matthew e Ryan Firpo. O filme tem estreia marcada para 4 de novembro de 2021.

Leia TUDO SOBRE Eternos!

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