Doutor Estranho: A depressão e as tendências suicidas do herói

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Além do que nós conhecemos nos filmes, séries e qualquer mídia, os heróis da Marvel (e de outras editoras) possuem anos e mais anos de histórias nos quadrinhos. O Doutor Estranho, que é o foco aqui, possui mais de 56 anos de histórias na Marvel.

 

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Portanto, é natural que muito do personagem ainda não tenha sido visto nas telas, que é a mídia que o grande público mais consome material do personagem. E uma das grandes coisas que ainda falta abordarem são as questões psicológicas do Doutor Estranho.

Devo começar dizendo que, se você é fã, deve ter em mente que nenhum personagem. é perfeito e nem acerta/está certo sempre. Na verdade, é isso que fazem eles incríveis, humanos e identificáveis. Aqui vocês conhecerão um lado do Stephen que pouca gente conhece, e aprenderão que questões psicológicas não estão limitadas a um único personagem, basta entendê-los a fundo.

Começando com o(s) trauma(s) que moldaram Stephen: a morte de toda sua família. Em resumo, como resultado, Stephen se tornou um homem cada vez mais amargo, arrogante, sólido, até conhecer o Ancião e as Artes Místicas.

Mas o intenso sentimento de CULPA e SOLIDÃO nunca deixaram de estar com ele, até porque a morte de alguns de seus familiares estão ligadas diretamente a ele, portanto, ele se culpa e se arrepende de seus erros sucessivos.

Stephen viu nas Artes Místicas uma forma de se redimir, de ser melhor, de compensar quem ele era. Mas quando ele se vê obrigado a matar pela primeira vez, ele cai em um abismo e se entrega às artes sombrias pela primeira vez, algo que ainda lhe traria muita dor, afinal, isso não compensa os seus pecados, por mais que ele quisesse se punir.

Esse caminho sombrio, a partir daí, só lhe traria mais dor e arrependimento, além de iniciar (ou, ao menos, agravar) seus sacrifícios constantes, literalmente falando.

Após aprender magia sombria com Kaluu, Stephen absorve Shuma-Gorath e se vê em uma encruzilhada após ser responsável direto pela morte de muitas pessoas. Com (mais) aquilo dentro dele, ele resolve se matar.

Todos os sucessivos erros de Stephen com relação a magia sombria que deram início naquele momento, só foram se agravando com o tempo. Stephen constantemente colocava sua vida em jogo com meios perigosos para um bem maior, porém, nem sempre ele conseguia ter pleno controle dos poderes.

Como quando libertou o poder de Zom para enfrentar o Hulk, posteriormente para salvar seus colegas “Vingadores“, com o poder da Bíblia de Sangue, etc. Parte dessas ocasiões o levou a abdicar do manto de Mago Supremo. Ele sempre está disposto a se sacrificar pelos outros, por mais que isso custe caro para ele.

Mas por que Stephen faz isso?

O motivo é simples: ele quer ser alguém melhor, quer compensar seu passado, além de não se ver digno de amor, não se ver digno de qualquer coisa boa. São sucessivos atos na intenção de compensar tudo que ele já fez, antes e depois da magia entrar em sua vida.

Cada intenção boa que dá errado é uma culpa a mais que ele carrega nas costas e ele sente que sempre precisa compensar isso, mesmo que custe sua vida, até porque, talvez, o mundo estaria melhor sem ele, ou poderia ser melhor com seu sacrifício.

Todas essas situações descritas anteriormente se agravam quando você percebe que ele sofre de depressão, que ele não se vê digno de nada bom, mas continua dando seu melhor. Infelizmente Stephen tende a, não só se sacrificar, mas também a se machucar, física e mentalmente.

Em pequenos detalhes vistos em diferentes quadrinhos percebemos muitas coisas, uma delas é que Stephen corta seus pulsos. Acima tinha um propósito, mas é possível reparar nas cicatrizes em seu pulso, que mostram que há um triste hábito nisso.

Ele também tende a se autossabotar em relações, de todos os tipos. Por ele não se ver digno de amor (além de não ter as melhores habilidades sociais) ele tende a afastar as pessoas ao seu redor, pessoas que se preocupam com ele.

Mas ele também se preocupa com elas e acha que, as afastando, está evitando que elas se machuquem, de diferentes formas: seja por ele fisicamente ou mentalmente, seja por seus inimigos e/ou por consequência de seus atos. Por isso ele é tão solitário e sente o peso disso. Mas essa é sua sina como Mago Supremo, é o preço que ele paga por tudo.

Todo o sofrimento acumulado, desde um cirurgião perder o movimento de seu instrumento de trabalho, perder sua família, afastar o amor da sua vida e todos ao seu redor, querer compensar por isso tudo, não se achar digno, ter atitudes autodestrutivas a todo momento, etc, acumularam no Sr. Miséria (além do preço da magia).

Miséria se alimenta desse sofrimento acumulado, e mostra que esse sofrimento todo é, literalmente, um monstro destrutivo e mortal. Miséria é a sua depressão e o seu sofrimento personificados, e eles nunca acabam.

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SOBRE DOUTOR ESTRANHO 2:

Doutor Estranho 2 faz parte da chamada ‘Trilogia do Multiverso’ do MCU, iniciada em WandaVision e continuada em Homem-Aranha 3! Com a saída do diretor Scott Derrickson, Sam Raimi (da trilogia do Homem-Aranha de Tobey Maguire) foi confirmado como o substituto na direção! O roteiro ficou por conta de Michael Waldron, que brilhou na série do Loki!

Confira a sinopse do filme: “Viaje para o desconhecido com o Doutor Estranho. Que com a ajuda de velhos e novos aliados místicos, atravessam as perigosas realidades alternativas do Multiverso para confrontar um misterioso novo adversário.”

Além do retorno de Raimi ao universo Marvel, o elenco conta com Benedict Cumberbatch (Doutor Estranho), Elizabeth Olsen (Wanda), Benedict Wong (Wong), Chiwetel Ejiofor (Mordo), Rachel McAdams (Christine Palmer)  e Xochitl Gomez (America Chavez). E uma bomba: Patrick Stewart está confirmado e voltará como o Professor Xavier! O filme tem a data de estreia marcada para os cinemas brasileiros no dia 5 de maio de 2022!

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