Kraven é uma das piores bilheterias de estreia da história para a Marvel

Kraven faz números de bilheteria ainda piores que os de Morbius e Madame Teia e se torna a menor abertura da Marvel desde 2008.

Kraven é uma das piores bilheterias de estreia da história para a Marvel

Você se lembra de quando Morbius chegou aos cinemas, com uma abertura de US$ 39 milhões na bilheteria americana? Na época, tais números foram motivos de piada. Porém, hoje certamente a Sony se sente nostálgica por aqueles dias. Afinal, comparado com Madame Teia e principalmente com Kraven: O Caçador, Morbius é Vingadores: Ultimato.

O mais novo longa do universo que o estúdio tentou construir com vilões e coadjuvantes do Homem-Aranha (mas sem o próprio herói) estreou com números constrangedores nas bilheterias. Kraven arrecadou US$ 11 milhões na bilheteria americana e US$ 15 milhões nos mercados internacionais, resultando numa abertura global de US$ 26 milhões.

Ou seja, no mundo todo Kraven fez US$ 13 milhões a menos do que Morbius arrecadou somente nos Estados Unidos na estreia.

Kraven foi caçado pelo… Morbius

Para piorar, Kraven custou US$ 110 milhões para ser feito, mais do que Morbius (US$ 75 milhões) e Madame Teia (US$ 80 milhões). É também aproximadamente o mesmo preço dos filmes do Venom. No caso do Caçador, seu filme saiu US$ 20 milhões mais caro do que o pretendido devido a refilmagens ocorridas após a greve dos atores em 2023.

Trata-se da menor abertura nas bilheterias americanas para um filme baseado da Marvel desde Os Novos Mutantes. Porém, esta não é uma comparação muito certa devido ao fato do longa ter estreado na pandemia. Ou seja, desconsiderando a pandemia Kraven é a menor abertura da Marvel desde O Justiceiro: Em Zona de Guerra, no longínquo ano de 2008.

Com críticas terríveis, confusões nos bastidores e bilheteria patética, Kraven só deu constrangimento para a Sony. Nesse sentido, a decisão de encerrar seu universo particular de coadjuvantes do Aranha foi acertada. Afinal, afora a trilogia do Venom, seus esforços em ter seu próprio “universo compartilhado” similar ao MCU trouxeram prejuízos financeiros e morais para o estúdio.

Dito isso, é preciso colocar tudo em contexto. Filmes demoram anos para ficarem prontos, e Kraven foi gestado quando ter um universo parecido com o do MCU ainda era um ideal que Hollywood perseguia com todas as forças. Mais do que isso: naqueles idos de 2018 e 2019, o sucesso de Venom, com bilheteria que surpreendeu até a própria empresa, fez parecer possível a ideia de um “Universo Sony”.

Claro, o estúdio sabia que o Venom tinha uma popularidade própria, muito maior que as de Morbius, Rhino, Madame Teia ou Kraven. Portanto, era mais fácil “vender” um longa do simbionte do que desses outros personagens.

Absolute NOT Cinema

Porém, mais uma vez precisamos ter o contexto da época em mente. Naqueles tempos, o bom desempenho de filmes como Homem-Formiga e Guardiões da Galáxia convenceu Hollywood de que qualquer longa baseado na Marvel poderia ser um sucesso de bilheteria. Não importa o quão desconhecidos ou bizarros eram tais personagens, simplesmente ter a logo da Marvel já os tornava filmes evento.

Depois, o sucesso de Esquadrão Suicida mostrou a Hollywood que isso também se aplicava à DC – e que a qualidade do filme era um fator quase opcional.

Portanto, por mais que hoje em dia pareçam ideias terríveis, Kraven, Morbius e Madame Teia foram concebidos quando Hollywood estava certa que qualquer coisa com a logo da Marvel já era o bastante para ser um evento cinematográfico. No mínimo, a bilheteria de um Homem-Formiga (US$ 519 milhões em 2015) ou mesmo de um Esquadrão Suicida (US$ 745 milhões) estava garantida.

Ao custo de no máximo US$ 100 milhões, isso significava lucros substanciais. Além disso, caso conseguissem formar um universo compartilhado que excitasse os fãs tanto quanto o MCU, a Sony poderia futuramente ter seu próprio Vingadores.

Não é mais – tão – fácil emplacar um sucesso da Marvel

Entretanto, nos anos em que tais filmes passaram em produção, tudo mudou. Pós-pandemia, um filme da Marvel ou DC não é mais o evento automático que costumava ser até 2019. Além disso, se antes mesmo longas com críticas pavorosas poderiam faturar alto (vide Esquadrão Suicida e Venom), agora ser recebido de maneira ruim pelos críticos e fãs é uma sentença de morte quase automática.

Especialmente porque o público agora pode compartilhar facilmente trechos dos filmes na internet, que viralizam e se tornam motivo de piada.

Enfim, Hollywood já está começando a perceber que o que deu certo na década passada não funciona mais na atual. Filmes de heróis não são mais eventos automáticos, estrear personagens desconhecidos (ou mesmo vilões) é novamente uma aposta de risco e os estúdios devem voltar a prezar pela qualidade.

O FIM DO SSU

E a reação da indústria do cinema a isso será voltar a focar apenas no que é garantia de sucesso. A Sony desistiu de seu universo para focar apenas nos Homens-Aranha de Tom Holland e do Aranhaverso. A Disney segue cortando a quantidade de produções do MCU que lança por ano (e o orçamento das que sobram).

A DC, sob o comando de James Gunn, ainda acredita que poderá triunfar mesmo em longas focados em personagens pouco conhecidos. Afinal, se deu certo para os Guardiões da Galáxia na Marvel, certamente isso irá funcionar para A Autoridade, Cara de Barro e sabe-se lá mais o quê.

Quem sairá vencedor dessa batalha pela audiência? Deixe seu comentário aí embaixo!

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Tudo sobre Kraven – O Caçador

Kraven – O Caçador é mais um spin-off do Homem-Aranha produzido pela Sony Pictures. Aliás, este é um Universo cinematográfico de personagens da Marvel que já conta com filmes como: Venom, Venom: Tempo de Carnificina, e Morbius!

Aaron Taylor-Johnson deixou o papel de Mercúrio para viver o vilão do Homem-Aranha. Além disso, o elenco conta com vencedores do Oscar, como Russell Crowe, que interpreta o pai de Kraven. E Ariana DeBose, que interpreta a Calypso.

J.C. Chandor, diretor responsável por O Ano Mais Violento e Operação Fronteira, comanda o filme. Por fim, ele já está em exibição nos cinemas.

Fonte: The Numbers

Publicitário, formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais. Trabalho com Marketing Digital desde 2015. Apaixonado por bilheterias de cinemas, estudo o mercado cinematográfico brasileiro e estrangeiro já há vários anos, e desde 2017 sirvo como o principal analista de bilheterias para o Legado da Marvel.
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