Vingadores: Ultimato supera US$ 2,7 bilhões. Será que ainda bate Avatar?

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Vingadores: Ultimato já perdeu muito de sua força, tanto na bilheteria americana como na global. Pressionado por todos os lados por novos concorrentes, o longa pode ter dificuldades em conquistar os cerca de US$ 75 milhões que faltam para ele alcançar a bilheteria global de Avatar.

Na bilheteria americana, o longa despencou da terceira para a sexta posição no ranking do fim de semana, e faturou mais US$ 8 milhões. No total, Ultimato alcançou incríveis US$ 815,7 milhões só nos EUA, sendo de bem longe a segunda maior bilheteria da história em valores não ajustados no país. E, a não ser que uma das futuras continuações de Avatar consigam superar a bilheteria do primeiro (US$ 760 milhões), Ultimato deve se manter na segunda posição por um bom tempo.

É incrível pensar como o longa, apesar de ser a culminação de 21 filmes diferentes (alguns sendo mais essenciais para o grande final do que outros) e de dar continuidade ao cliffhanger de um longa anterior, ainda assim conseguiu faturar mais e levar mais pessoas aos cinemas do que qualquer outro filme do MCU. Ultimato, afinal, é o maior filme da Marvel, e de super-heróis em geral, nas bilheterias, mesmo quando ajustado pela inflação. Embora na bilheteria americana não se tenha o costume de analisar o número de ingressos dos filmes (diferentemente da brasileira), estima-se que Ultimato tenha vendido 90,5 milhões de ingressos nos EUA, ao passo em que Pantera Negra, o primeiro Os Vingadores e Guerra Infinita venderam respectivamente 76,2 milhões, 76,8 milhões e 72,4 milhões.

Ou seja, mesmo que o espectador precise ter assistido a diversos outros capítulos do MCU anteriores para entender o que se passa em Ultimato, o longa de toda forma conseguiu levar mais gente aos cinemas do que os filmes que o precederam. É possível que não apenas os fãs que foram conferir Guerra Infinita e os outros longas da Marvel Studios no cinema retornaram em peso para Ultimato, como também ele atraiu aos cinemas quem descobriu os capítulos anteriores da Saga do Infinito via home vídeo ou streaming e mesmo quem não havia sido um fã assíduo do MCU até então, mas queria conferir o longa por causa de todo o imenso hype. Isso sem falar, claro, nos mais fanáticos, que reassistiram ao filme diversas vezes no cinema.

Dessa forma, Ultimato é agora o 18º maior filme da história em valores ajustados pela inflação. Em outras palavras, apenas outros 17 filmes levaram mais pessoas aos cinemas americanos do que o quarto Vingadores – a maioria deles lançada a mais de 40 anos atrás, quando era comum relançar filmes nos cinemas. Em comparação, Ultimato precisou de apenas um mês para alcançar sua posição atual. Entre os filmes da Disney que mais venderam ingressos nos cinemas, Ultimato só perde para a clássica animação Branca de Neve e os Sete Anões (cujos US$ 185 milhões faturados desde seu lançamento em 1937 seriam US$ 982 milhões ajustados) e Star Wars: O Despertar da Força (US$ 936,6 milhões em 2015/US$ 974,1 milhões ajustados).

Aliás, em apenas um mês em cartaz Ultimato se tornou um dos filmes mais assistidos dos últimos 40 anos: se contarmos apenas os longas que estrearam de 1980 para cá, o épico do MCU é o 8º em valores ajustados, perdendo apenas para E.T.: O Extraterrestre (US$ 435,1 milhões em 1982 e dois relançamentos posteriores/US$ 1.27 bilhão ajustados), Titanic (US$ 659,3 milhões em 1997 e dois relançamentos posteriores/US$ 1.22 bilhão ajustados), O Despertar da Força, O Império Contra-Ataca (US$ 290,4 milhões em 1980 e dois relançamentos posteriores/US$ 884,6 milhões ajustados), Avatar (US$ 760,5 milhões em 2009 e 2010/US$ 876,7 milhões ajustados), O Retorno de Jedi (US$ 309,3 milhões em 1983 e dois relançamentos posteriores/US$ 847,4 milhões ajustados) e Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros (US$ 402,8 milhões em 1993 e dois relançamentos posteriores/US$ 825,8 milhões ajustados). Nos próximos dias, caso o longa não caia muito, ele deverá ultrapassar os valores ajustados do thriller de dinossauros de Spielberg e galgar ainda mais posições no ranking.

Mas a cada fim de semana que passa, fica mais difícil para que Ultimato suba posições em qualquer ranking que seja. Suas bilheterias vem decaindo num ritmo assustador, o que só ressalta a enormidade de suas duas primeiras semanas. Para se ter uma ideia, ele teve uma queda de 53,3% em comparação com a semana passada, o que é uma queda maior no fim de semana pós-feriado do Memorial Day do que as sofridas por outros blockbusters de maio da Marvel, como Guerra Infinita (39,2%), o primeiro Vingadores (44,2%), Era de Ultron (47,4%), Guerra Civil (49,1%) e Guardiões da Galáxia Vol. 2 (52,9%) – embora, para ser justo, todos esses longas com a exceção do terceiro Vingadores estivessem em suas quintas semanas e não na sexta, como é o caso de Ultimato.

Além disso, deve-se considerar também que os outros longas de maio da Marvel estavam enfrentando temporadas menos competitivas do que Ultimato. No início de junho de 2012, o primeiro Os Vingadores tinha como únicos adversários relevantes a estreia de Branca de Neve e o Caçador e a segunda semana de MIB: Homens de Preto 3. Já no mesmo período em 2015 Era de Ultron precisou brigar com a abertura de Terremoto: A Falha de San Andreas, bem como com A Escolha Perfeita 2, o fiasco da Disney Tomorrowland e o elogiado Mad Max: Estrada da Fúria. Em 2017, afora a estreia de Mulher-Maravilha, a competição de Guardiões 2 foi mais simples, incluindo apenas As Aventuras do Capitão Cueca: O Filme e Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar, enquanto em 2018 os principais adversários de Guerra Infinita se resumiam ao fracasso Han Solo e a Deadpool 2.

Já esse ano os competidores de Ultimato são bem mais numerosos e diversificados. Todos eles visando parcelas do público do novo Vingadores: há filmes para a família (Aladdin e Pokémon: Detetive Pikachu), blockbusters para fãs e nerds (Godzilla II: Rei dos Monstros) e longas dos mais variados gêneros para jovens e adultos, como ação (John Wick 3: Parabellum), musical (Rocketman) e terror (Ma, Brightburn).

É uma das desvantagens de se estrear bem no início da temporada de blockbusters, que nos EUA vai do final de abril/início de maio até o início de agosto. Todas as semanas estreia um novo longa, de modo que o seu filme precisa fazer a maior quantidade de dinheiro no menor tempo possível – justamente o que aconteceu com Ultimato.

O longa é sim uma das maiores bilheterias da história. Mas é também um dos que esgotou sua demanda num período de tempo curtíssimo.

Fenômeno parecido aconteceu nas bilheterias internacionais. O longa faturou mais US$ 8,6 milhões no fim de semana fora dos EUA, ficando atrás da estreia de Godzilla II (US$ 130 milhões) e de Aladdin (US$ 78,3 milhões), Rocketman (US$ 19,2 milhões), Pets: A Vida Secreta dos Bichos 2 (US$ 17,2 milhões), Detetive Pikachu (US$ 14,6 milhões) e John Wick 3 (US$ 12,7 milhões). Trata-se de uma queda de 44% nas bilheterias internacionais em comparação com a semana passada.

De toda forma, Ultimato tem agora pouco menos de US$ 1.9 bilhão na bilheteria internacional, o que é o segundo maior total fora dos EUA da história, logo atrás de Avatar. Globalmente, o filme possui US$ 2.71 bilhões, de modo que ele é o segundo filme a faturar mais de US$ 2.7 bilhões de todos os tempos, atrás apenas de Avatar.

Considerando toda a força, qualidade e diversidade de seus concorrentes, será muito difícil para Ultimato alcançar Avatar. Mas não que a Disney esteja achando isso muito ruim: em primeiro lugar, o quarto Vingadores, apesar de caríssimo (ele custou US$ 356 milhões para ser feito), será insanamente lucrativo para a Casa do Mickey, tal como foi Guerra Infinita. Além disso, enquanto Ultimato decai rapidamente, o outro blockbuster do estúdio, Aladdin, alcança um faturamento acima das expectativas (já são US$ 450 milhões para o ladrão de Agrabah). Finalmente, uma vez que Avatar 2 será distribuído pela Disney em 2021, o estúdio poderá usar como gancho no marketing o fato de que se trata da continuação da maior bilheteria da história.

Enfim, Ultimato pode até não passar Avatar. Porém, sua meteórica trajetória nas bilheterias já entrou para a história.

Bilheteria EUA 31/05/19 a 02/06/19:

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