Apesar de mulheres como público-alvo, maior parte da audiência de As Marvels e Madame Teia é de homens

Dados de bilheteria mostram que, apesar de terem sido feitos visando o público feminino, a maior parte dos que assistiram As Marvels e Madame Teia nos cinemas são homens.

Apesar de mulheres como público-alvo, maior parte da audiência de As Marvels e Madame Teia é de homens

Dados de bilheteria mostram que, apesar de terem sido feitos visando o público feminino, a maior parte dos que assistiram As Marvels e Madame Teia nos cinemas são homens.

Apesar de mulheres como público-alvo, maior parte da audiência de As Marvels e Madame Teia é de homens
MAIS DE 50% DO PÚBLICO É HOMEM
Imagem: Reprodução | Divulgação
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Em abril de 2022, o site Polygon publicou um artigo de opinião intitulado: O futuro do MCU está com aqueles que ele (a franquia) previamente negligenciou: garotas adolescentes. De lá para cá, houveram o lançamento de dois filmes da Marvel estrelados e dirigidos por mulheres e com marketing direcionado majoritariamente para o público feminino: As Marvels e Madame Teia (que não pertence ao MCU, mas enfim).




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Infelizmente, ambos acabaram decepcionando nas bilheterias. As Marvels é o maior fracasso da história do MCU e coleciona uma série de recordes negativos, já Madame Teia conquistou a façanha de ser um flop ainda maior do que Morbius. Com míseros 13% no Rotten Tomatoes, o longa da Sony é o filme de quadrinhos de grande orçamento com as piores críticas em quase uma década.

Pior: a Sony pretendia que Madame Teia fosse o início de uma nova franquia, porém o fracasso do longa (que aparentemente custou pouco mais de US$ 100 milhões, e não os reportados US$ 80 milhões, o que o torna mais caro do que Venom e Morbius) jogou uma pá de terra sobre esses planos, segundo o The Hollywood Reporter.


Afora o fracasso financeiro, há também um outro dado preocupante para os estúdios: apesar de serem uma tentativa de conquistar o público feminino, mais da metade da audiência que compareceu às estreias de As Marvels e Madame Teia foram homens – que são, claro, o público alvo típico de filmes de super-heróis desde, bem, desde sempre.

A matéria do Hollywood Reporter informa que apenas 46% do público de Madame Teia foram mulheres. Já o Deadline reportou em novembro que 65% dos espectadores nos EUA e Canadá de As Marvels foram homens – ou seja, as mulheres compuseram apenas 35% da audiência do longa do MCU estrelado por três heroínas.


E isso fica ainda mais estranho quando percebemos que foram as mulheres que praticamente salvaram Hollywood nos últimos meses. A maior bilheteria de 2023 foi Barbie, uma comédia feminista protagonizada e dirigida por mulheres.

No período de seca que seguiu após o fenômeno Barbenheimer, o maior hit não foi um blockbuster de ação ou terror, mas sim o filme-concerto de Taylor Swift, que arrecadou US$ 262 milhões globalmente, um recorde para longas do tipo. Mais recentemente, houveram os sucessos da comédia romântica Todos Menos Você (US$ 190 milhões global, e isso apesar das críticas ruins) e do novo Meninas Malvadas (US$ 102 milhões).


Agora, isso significa que o público feminino só assiste filmes estereotipadamente voltados para esse público mas não longas de quadrinhos (teoricamente voltados para homens)? Claro que não: lembra-se de Mulher-Maravilha, que arrecadou mais de US$ 820 milhões globalmente em 2017? Tal longa teve uma audiência majoritariamente feminina (52%) no fim de semana de abertura. Quase dois anos depois, Capitã Marvel faturou cerca de US$ 1,13 bilhão.

Entretanto, tais longas saíram num momento em que o simples fato de um filme ser de heróis da Marvel ou DC o tornava automaticamente um evento. Até mesmo longas devastados pela crítica como Venom e Esquadrão Suicida se beneficiaram disso e obtiveram bilheterias gigantescas. Além disso, as reviews foram bastante positivas, garantindo ao público que Mulher-MaravilhaCapitã Marvel eram bons filmes para os quais valia a pena pagar um ingresso.


As Marvels e Madame Teia foram lançados num momento em que o público parece cansado de super-heróis. Dos nove filmes baseados na Marvel e na DC lançados nos últimos doze meses, apenas dois (!) podem ser considerados sucessos indiscutíveis de bilheteria: Guardiões da Galáxia Vol. 3 (US$ 845 milhões) e Homem-Aranha: Através do Aranhaverso (US$ 691 milhões). Um é o fim da história de personagens introduzidos na “era de ouro” do MCU e adorados pelo público, e o outro é uma inovadora e criticamente aclamada sequência de uma elogiada animação vencedora do Oscar.

Os outros foram fracassos de bilheteria e/ou de crítica (em quase todos os casos, nos dois quesitos). Se no passado o simples fato de ter a logo da Marvel ou da DC já ajudava um longa a superar críticas ruins e alcançar bilheteria razoável, hoje em dia isso não basta mais.

Seu filme precisa no mínimo ser um evento grandioso estrelado por personagens que o público quer ver para ser sucesso. Longas que se contentam em ter uma escala menor e ser “apenas um típico filme redondinho e divertido de heróis (ou heroínas)”, do tipo que Hollywood lançou aos montes nas últimas décadas, não são mais garantia de bilheterias gordas – e isso vale tanto para As Marvels quanto para Besouro Azul ou Shazam! Fúria dos Deuses.

Ou seja, se Hollywood quiser mesmo começar a atrair mulheres para assistir filmes de super-heroínas, deve começar dando a elas um bom motivo para comprar um ingresso para tais longas ao invés de, por exemplo, Barbie ou Todos Menos Você. Os estúdios devem descobrir como tornar longas de heróis em blockbusters do mais alto escalão novamente e atraentes para todos os tipos de pessoas.

Mas como fazer isso no pós-Ultimato? O monstruoso sucesso do quarto Vingadores foi um encerramento não apenas para os heróis que ajudaram a construir o MCU como também praticamente para o gênero de quadrinhos como um todo, com os dois últimos Homem-Aranha de Tom Holland e Guardiões da Galáxia Vol. 3 agindo como epílogos para importantes personagens da Saga do Infinito.

Afora tais longas intrinsecamente conectados ao período áureo da Marvel, toda tentativa de construir a nova narrativa do MCU, ou mesmo de outras franquias heroicas (lembra da cena pós-créditos de Adão Negro?), foram recebidas de forma fria e pouco entusiástica.

Enquanto isso, a audiência passou a correr para outros tipos de filmes distintos do típico blockbuster marvete ou DCnauta: Top Gun: Maverick, Avatar: O Caminho da Água, Barbie, Oppenheimer e até mesmo Wonka (com US$ 608 milhões, é o único megasucesso lançado após o fenômeno Barbenheimer, deixando no chinelo as bilheterias de Besouro Azul, As Marvels e Aquaman 2: O Reino Perdido).

Hollywood ainda não desistiu do gênero de super-heróis. 2024 e 2025 receberão nada menos que 11 longas (incluindo Madame Teia) da Marvel e DC. O MCU vai tentar de tudo para hypar a Saga do Multiverso, James Gunn terá uma tarefa hercúlea pela frente após o desastre que foi o DCEU e a Sony… bem, ao menos eles ainda tem Além do Aranhaverso, que segue sem data de estreia e deve demorar a ficar pronto.

Será que tais iniciativas serão bem sucedidas e os filmes de heróis vão conseguir retornar aos tempos áureos? Ou a indústria do cinema terá que depender de fenômenos ocasionais (bem mais difíceis de replicar do que os longas de heróis que sustentaram a indústria na década passada) como Barbenheimer, Top Gun: Maverick e sequências de Avatar?

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TUDO SOBRE MADAME TEIA

Madame Teia é um dos projetos mais inusitados da Sony Pictures para o seu SSU (Universo Homem-Aranha da Sony), que é o universo cinematográfico de personagens do universo do Homem-Aranha. O universo já conta com filmes como: Venom 1 e 2, Morbius, e Kraven – O Caçador.

Leia a sinopse do filme: “Cassandra Webb, uma paramédica em Manhattan, tem habilidades de clarividência. Forçada a confrontar revelações sobre seu passado, ela forja uma relação com três jovens destinadas a futuros poderosos”.

A atriz Dakota Johnson (50 Tons de Cinza) será a Madame Teia. Sydney Sweeney (Euphoria) também está confirmada no elenco, enquanto S.J. Clarkson (Jessica Jones, Os Defensores, Succession) assume a direção. Matt Sazama e Burk Sharpless, os roteiristas de Morbius, também estão confirmados! O longa está em cartaz nos cinemas de todo o Brasil.

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