Bilheteria EUA | Homem-Aranha se segura contra forte concorrência

Em sua terceira semana em exibição nos Estados Unidos, Homem-Aranha: De Volta ao Lar arrecadou mais US$ 22 milhões, totalizando quase US$ 252 milhões até agora. O longa da Marvel ficou em 3º lugar na tabela do fim de semana, atrás das estreias do drama de guerra Dunkirk e da comédia Girls Trip. Mundialmente até agora, o filme da Marvel Studios (e da Sonyzzz) já arrecadou pouco mais de US$ 570 milhões, e já é a 8° maior bilheteria global do ano.

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Entre o fim de semana passado e este, De Volta ao Lar caiu cerca de 49,9%, o que na verdade é quase exatamente dentro da média da queda dos filmes do MCU na terceira semana, que, em geral, costumam cair em torno de 50% conforme novos e poderosos concorrentes vão chegando aos cinemas. Tal como Homecoming, longas como Vingadores: Era de Ultron e Homem de Ferro 3 também tiveram quedas de 50% em sua terceira semana, ainda que faturando números bem maiores que a nova aventura do Cabeça de Teia. Pelo lado positivo, De Volta ao Lar caiu menos que Capitão América: Guerra Civil (queda de 54,7% contra a estreia de Angry Birds: O Filme) e Doutor Estranho (que caiu 58,7% com a chegada de Animais Fantásticos e Onde Habitam), entre outros.

Além disso, Homecoming também se manteve melhor que os dois longas pregressos do herói, estrelados por Andrew Garfield: o primeiro Espetacular Homem-Aranha despencou absurdos 68,9% ao enfrentar a gigantesca estreia de Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, enquanto sua sequência caiu 52,7% contra a chegada de Godzilla. Em comparação com a trilogia de Sam Raimi, Homecoming caiu mais que os dois primeiros longas (e olha que o primeiro ainda enfrentou uma dura batalha contra Star Wars: O Ataque dos Clones), mas teve uma queda quase idêntica à do terceiro (50,1%, enfrentando a chegada de Shrek Terceiro).

Até agora, tudo sugere que De Volta ao Lar irá encerrar sua carreira nos Estados Unidos com pouco menos ou pouco mais que US$ 300 milhões. Além disso, ainda há uma chance de o filme não ultrapassar o total ajustado pela inflação de US$ 299 milhões arrecadados por O Espetacular Homem-Aranha – significando que o elogiado Homecoming pode vir a levar ainda menos gente aos cinemas do que o não muito querido primeiro filme de Garfield.

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É bem possível que, depois de seis filmes e três versões diferentes do mesmo herói nas telas do cinemas, os filmes do Homem-Aranha tenham simplesmente atingido um teto máximo de faturamento na bilheteria americana. Em outras palavras, quer o Teioso esteja no MCU e na companhia do Homem de Ferro ou não, seus próximos filmes (a começar pelo primeiro reboot do herói, lançado lá em 2012) dificilmente vão conseguir passar da marca dos US$ 300 milhões e expandir muito seu público em relação aos antecessores. Afinal, mesmo que para os nerds e geeks da cultura pop, Homecoming seja um grande evento por trazer seu herói preferido para dentro de seu universo compartilhado cinematográfico preferido, para o público em geral trata-se de apenas mais um reboot e, claro, a sexta aventura do mesmo personagem.

E quer saber? Não há vergonha alguma em uma franquia possuir um teto máximo para seu faturamento. Veja o caso do Superman, por exemplo: após Superman: O Retorno ser uma decepção nas bilheterias (agravada por conta de seu altíssimo custo de produção), a Warner/DC rebootou o personagem em O Homem de Aço, que “corrigiu o erro” de seu predecessor ao trocar o melodrama romântico por muita ação e pancadaria entre seres super-poderosos. Ainda assim, quando ajustados pela inflação, os valores dos dois filmes não são lá muito diferentes: US$ 308 milhões para Homem de Aço contra US$ 271 milhões de O Retorno. Portanto, não é como se as multidões afastadas pelo melancólico drama de Bryan Singer correram para o violento filme de Zack Snyder, ainda que (ao menos no papel) O Homem de Aço tenha entregado aquilo que os fãs queriam ver, mas não viram em O Retorno (claro, existem infinitos outros fatores por trás da performance de MoS, que precisariam de um texto próprio para serem discutidos).

Um caso similar ao de Homecoming é o de seu esverdeado colega Vingador, o Hulk. Você se lembra do longa do Golias Esmeralda de 2003, dirigido por Ang Lee e estrelado por Eric Bana? Provavelmente não, mas enfim: em sua temporada, o polêmico filme do diretor taiwanês também caiu feito rocha após sua estreia de US$ 62 milhões, vindo a faturar US$ 132,7 milhões nos EUA. Então, quaisquer planos que houvessem para uma sequência foram engavetados, o herói foi para o MCU (bem, mais ou menos) e rebootado cinco anos depois com O Incrível Hulk, que prometia trazer muito mais ação no melhor estilo “Hulk esmaga!” do que o filme de Lee. Nem isso foi o suficiente para catapultar a bilheteria do Golias Esmeralda: tendo faturado US$ 134,8 milhões nos EUA, Incrível Hulk é tido como o único fracasso de bilheterias do MCU até hoje. Ajustados pela inflação, aliás, o Hulk de Bana de fato botou mais gente sentada nos cinemas do que o de Edward Norton: US$ 194,8 milhões do primeiro contra US$ 166,9 milhões do segundo.

Nem mesmo o Batman, até certo ponto, escapou de ter um teto: comparativamente, quatro dos filmes do herói (no caso, Begins, A Origem da Justiça, O Retorno e Eternamente) ficaram dentro de uma margem de US$ 284 milhões a US$ 374 milhões, enquanto duas de suas aventuras mais bem sucedidas (O Cavaleiro das Trevas Ressurge e o original de 1989) tem valores ajustados na casa dos US$ 500 milhões. Fora do cinema de super-heróis, temos também exemplos variados, como as séries Crepúsculo, Harry Potter, Velozes & Furiosos e 007, que também não costumam (ou costumavam) fazer bilheterias muito diferentes um do outro, por mais distintos que os longas dessas séries fossem entre si.

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A Sony, aliás, está tão ciente de que seu principal herói possui um limite para o seu faturamento doméstico que, desta vez, não cometeu o mesmo erro da época dos dois Amazing. Diferentemente dos longas de Andrew Garfield, Homecoming não precisou de um gigantesco orçamento de mais de US$ 250 milhões para ser feito. Ao custo de US$ 175 milhões, trata-se de um dos filmes mais baratos do Homem-Aranha da história. Assim, o longa poderia se dar ao luxo de ter um faturamento abaixo da trilogia de Sam Raimi e ainda ser considerado um lucrativo sucesso para a Sony.

Claro, apesar de todo esse papo sobre tetos e limites, toda franquia um dia pode vir a ter o seu “garoto de ouro”, seu próprio O Cavaleiro das Trevas, Skyfall,  As Relíquias da Morte: Parte 2 ou Velozes & Furiosos 7 – os primeiros filmes de suas respectivas franquias a baterem a (ainda inédita para o Homem-Aranha) marca do bilhão de dólares mundial. Todos eles, por um motivo ou por outro, capturaram o zeitgeist de sua época e arrastaram mais gente aos cinemas do que seria o normal para o Batman, James Bond, Harry Potter ou Dominic Toretto. Quem sabe, no caso do Homem-Aranha, este filme ainda não esteja por vir? Talvez a própria continuação de Homecoming?

E você, o que quer ver na sequência de Homem-Aranha: De Volta ao Lar 2 (ou qualquer que seja o seu nome)? Acha que o Homem-Aranha teve seu pico de bilheterias na fase de Sam Raimi, ou ele ainda pode superar o sucesso daquela trilogia? Comente com a gente!

PS: Numa nota rápida, é válido mencionar que, neste fim de semana, Mulher-Maravilha ultrapassou oficialmente a bilheteria americana de Guardiões da Galáxia Vol. 2 para se tornar o maior sucesso da atual temporada de verão nos EUA. A depender das performances de Thor: Ragnarok e Liga da Justiça, é possível que a aventura de guerra da DC termine o ano como a maior bilheteria para um filme de super-heróis nos EUA.

Bilheteria EUA de 21/07/17 a 23/07/17: