[CRÍTICA] Com uma história fraca, Deadpool 2 só não é um bomba por causa do DEADPOOL!
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Não é exagero dizer que o primeiro Deadpool, que estreou em 11 de fevereiro de 2016, foi um dos filmes que revolucionou o gênero de super-heróis. Não só pela sua qualidade, roteiro bem amarrado e divertido, mas por mostrar para os produtores que filmes Rated R (maior de 17 anos nos EUA) conseguem, sim, fazer grana. E melhor ainda: investindo pouco. Tudo o que você precisa é de uma boa história e personagens carismáticos. Mas o que esperar da continuação?
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Desde a cena pós-créditos do primeiro, já soubemos que teríamos o Cable na sequência. Viajante do futuro, capaz de expandir muito a história. Mas fora ele, também tivemos Dominó, e alguns integrantes da equipe X-Force, cujo filme parece ser uma espécie de prelúdio para o filme da X-Force, que já está em produção. E o filme também está claramente mais caro, apesar de não ter seu orçamento divulgado até agora.
Nesta continuação, Colossus continua querer fazer de Wade Wilson um X-Men. E após um incidente, Deadpool decide fazer a sua própria super equipe para salvar o garoto Russell das mãos de Cable. E essa é a história básica do longa. Não foca nela, porque é muito ruim. Chega a ser hilário o quanto o filme tira uns momentos para falar “que roteirista preguiçoso”, quando ele é mesmo preguiçoso de fato. Não interpreto como uma piada genial aqui, interpreto algo que nem eles devem ter percebido que estava muito ruim.
A história base foi uma das melhores coisas do primeiro, era simples e funcional. Foi o que me fez assistir ao filme 4 vezes no cinema e me apaixonar por essa adaptação cinematográfica do Mercenário Tagarela. Mas voltando a falar do segundo filme, um dos personagens que você nem entende o motivo de ter ganhado o destaque que ganhou é Russell, interpretado por Julian Dennison. O ator tem talento provado no ótimo A Incrível Aventura de Rick Baker, dirigido por Taika Waititi. Mas em Deadpool 2, toda vez que o moleque aparecia em tela era uma tristeza.
Parece estar no filme errado, ou uma piada que realmente não funcionou. Ele e outro personagem (que é surpresa, não vamos revelar spoilers) são basicamente a dupla de “vilões” do longa, que tiveram a responsabilidade de substituir Francis. Ah, o já clássico Francis… era realmente difícil. Algo que o filme não parece estar nem um pouco preocupado em superar, já que eu coloquei aspas na palavra “vilões”.
Cable é extremamente desperdiçado aqui, Josh Brolin estava muito mais inspirado para o personagem do que as pessoas que o escreveram. Deadpool 2 insiste em nos encher de novos personagens, mas não abre espaço para que a gente possa conhecer profundamente eles. Uma maior explicação da história de Cable, sua família e mais umas coisinhas, daria um apego nosso ao personagem. Tanto é que quando rola algumas piadas, não funciona. Motivo disso? Eu não me importo com o Cable.
Dominó está bem, só a atriz que é tão boa que merecia mais destaque. Não é atoa que rolaram regravações para acrescentar cenas dela e do Cable. Se no corte final eu já quis mais deles dois, imagina como tava o corte anterior? Todo arco da X-Force é bem engraçado, principalmente uma certa participação especial. Falando em participação especial, é praticamente isso que a Morena Baccarin, que interpreta Vanessa, a namorada de Wade Wilson, faz nesse filme. Não sei vocês mas eu gostava na Vanessa, uma das melhores coisas do primeiro. Triste abrir mão dela para acrescentar personagens que eles não desenvolvem direito.
Dopinder é tão estragado que você fica com raiva de por que diabos deram uma plot dessas para o personagem. Há algo bem legal com personagens engraçados que aparecem pouco: eles só funcionam aparecendo pouco. Dê uma história para eles e eles irão perder toda a graça que tinham antes. O amigo de Deadpool, Weasel, tem menos espaço para brilhar mas funciona.
Mas por último e não menos importante: Deadpool. O personagem é o único que consegue estar excelente no meio de um roteiro fraco e personagens mal desenvolvidos. Suas piadas funcionam, e estão muito boas. Não ao nível do primeiro, mas há grandes momentos. Ryan Reynolds se encontrou no personagem, ele é nível Robert Downey Jr. e Chris Evans, Reynolds É o Deadpool na vida real e nas telonas. Falando em não estar ao nível do primeiro, o que diabos aconteceu com a ação do filme? Ela não empolga em momento algum. Em alguns casos, como numa cena específica da Dominó, o CGI fica tão horrível que você pensa que eles estão fazendo alguma piada dado à ruindade dele.
Nenhuma cena de ação consegue bater a do primeiro, com Deadpool e suas sete balas na rodovia. Saudades quando o filme tinha um orçamento baixo e tinham que se virar para fazer algo legal. Não tendo dinheiro e enchendo de slow motion, até em cenas que não fazia sentido nenhum ter slow motion. A repetição é algo que chega à incomodar no filme. Ele pegou o roteiro do primeiro, e só modificou os acontecimentos, a estrutura é a mesma.
O começo do filme com a narração em OFF, e a história voltando para o Deadpool contando o que aconteceu para chegar à esse ponto, Deadpool chegando para a batalha do clímax com a frase “é hora das chimichangas”, a piada de uma parte do corpo dele voltar a crescer numa interação com personagem. É a mesma base de piada, com uma coisa modificada e uma aumentada. Os roteiristas devem ter acabado toda a criatividade no primeiro, não é possível.
Deadpool 2 é salvo por conta de seu protagonista, fora isso só resta um filme que não constrói seus novos personagens corretamente, é demasiadamente longo, arrastado, e repete todas as melhores coisas do primeiro filme da maneira mais porca possível. Os desenvolvedores parecem terem esquecido que todo bom filme começa com uma boa história, não apenas de um protagonista engraçado. Que a criatividade e a coragem de fazer algo novo prevaleçam no filme da X-Force, ou num futuro Deadpool 3.
Nota: 2,5/5.
PS: Há 4 cenas pós-créditos no filme. Pode relaxar que elas vem em sequência logo no começo dos créditos em preto. Não há nada após os créditos acabarem.
Veja a nossa galeria do filme:
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