[CRÍTICA] Edição apressada e confusa prejudica As Marvels e suas ótimas personagens

As Marvels, novo filme da Fase 5 do MCU, finalmente chegou aos cinemas! Confira o que nós achamos, com direito a SPOILERS!

CRÍTICA COM SPOILERS

As Marvels é um daqueles filmes emblemáticos que já tem gerado discussão desde quando foi anunciado que ele não seria um ‘simples’ Capitã Marvel 2, mas sim um filme de equipe formado por super-heroínas. Infelizmente, hype nunca foi exatamente a palavra que cercava o projeto.

Alerta de SPOILERS do filme!

Como vocês sabem muito bem, qualquer coisa envolvendo o filme já chegava recebendo uma grande quantidade de comentários de ódio e piadas/provocações de que ele seria horrível e um grande fracasso de bilheteria.

O que só piorou graças ao surgimento de diversos rumores sobre problemas nos bastidores, reações negativas em sessões-teste e até mesmo briga nos sets envolvendo as atrizes. Nada disso veio de fontes confiáveis, mas foi o suficiente para criar esse clima na maior parte do povo para descobrir se As Marvels era mesmo essa bomba que todo mundo estava falando.

Em uma resposta direta: NÃO, As Marvels não é essa tragédia que os pré-comentários de adolescentes e crianças alegavam tanto. O filme é, em sua essência, uma reunião de ACERTOS e ERROS que são totalmente característicos e até repetitivos por todos esses 15 anos de MCU.

Infelizmente, esses erros e defeitos ganharão um peso ainda maior por causa do cansaço que o público está tendo com o MCU e o seu excesso de conteúdo e falta de direção desde a Fase 4. Mas, ao mesmo tempo, são poucos que vão conseguir julgar os verdadeiros problemas do filme de uma maneira razoável e que fuja da toxicidade online.

Então vamos pular direto ao fogo e ao x da questão: qual o grande problema de As Marvels? Com certeza, é a edição! A montagem confirma a preocupação que todos tinham quando foi anunciada a curta duração de 1 hora e 45 minutos.

Mas não é como se grandes sequências ou cenas tivessem sido cortadas. Em vez disso, a montagem passa a sensação de que estamos assistindo um filme na velocidade x2 no Youtube ou um corte resumido no TikTok. É tudo tão visivelmente apressado para acabar logo que não te dá tempo de se aprofundar em nenhuma trama ou aproveitar nenhuma das sensações que a trama passa ou os personagens sentem.

Com exceção da cena inicial DIVERTIDÍSSIMA onde os poderes de Carol, Kamala e Monica começam a se entrelaçar, todo o resto do filme parece estar assumidamente no modo ‘resumo’. O resumo é tão corrido que não respira e tira o brilho das coisas BOAS e INTERESSANTES que a trama traz, e elas não são poucas!

O conceito de Hala estar ficando inabitável e o povo não podendo respirar por causa das ações de Carol? Ótimo! A fama de Aniquiladora que a Carol tem? Ótimo! O drama da relação entre Carol e Monica depois de décadas? Ótimo!

A conexão com a Saga do Multiverso e o fato das ações da Dar-Benn abrirem um portal pelo multiverso que está provocando uma INCURSÃO na Terra-616? Uma trama ÓTIMA e que com certeza vem para agregar e deixar todo esse lance do multiverso ainda mais interessante.

Dar-Benn nos remete aos vilões descartáveis e genéricos da Fase 1

Mas tudo simplesmente acontece e é resolvido de maneira simplória ou realmente na ignorância. Como é o caso da batalha em Aladna, cujos recursos naturais começam a ser sugados por um portal da Dar-Benn. Depois de uma luta de 2 minutos, Carol, Monica e Kamala saem do planeta e NUNCA MAIS ELE É CITADO. Não fazemos ideia do quão afetado o planeta foi, da mesma forma que o Príncipe Yan também desaparece e não é mais citado.

Esses 2 minutos são seguidos pelo que também parecem ser 2 minutos onde Carol e Monica finalmente conversam e se acertam. Novamente, o corte na velocidade x2 não aproveita o peso dramático que todos esperavam desse momento, dando a impressão de que foi algo reescrito para resolvermos logo esse conflito e partir para a próxima cena.

Essa situação toda só piora quando temos a mesma sensação sobre a vilã! A base da história da personagem e o motivo do desespero dos Krees é BOA, mas a montagem não consegue aproveitar nada da atuação de Zawe Ashton. O resultado é algo infelizmente apático, que fica ainda mais evidente quando vemos o quão rápido a vilã é derrotada.

Com a promessa de uma ameaça a altura para obrigar que as Marvels lutem juntas, a Dar-Benn é rapidamente descartada só para que o filme foque no que era a sua intenção desde o começo: uma abertura para o multiverso e a decisão de enviar Monica para outra realidade. Se o filme circulasse ao redor disso desde o princípio, sem usar a vilã como desculpa para tal, o resultado seria bem mais eficiente e honesto.

É triste porque essa montagem de assumida desconfiança da Marvel atrapalha os seus acertos. Começando pela direção de Nia DaCosta, que abraça o lado de fã e traz muitas cenas como uma recriação fiel de páginas de HQs. Ela prova imediatamente que é marvete como a gente e assume o filme com a leveza de quem está confiante e se divertindo bastante, ao mesmo tempo.

Um filme mais importante para o MCU do que muitos imaginavam

Que é também parte fundamental da dinâmica entre o elenco principal. Brie Larson (Carol), Teyonah Parris (Monica) e Iman Vellani (Kamala) possuem uma química natural e IMEDIATA. A interação entre as 3 é tão boa que seria divertida de se acompanhar mesmo se nada grandioso acontecesse na trama. Enquanto Brie parece estar um pouco mais contida individualmente, Teyonah e Iman são as craques do jogo e deixam uma sensação de que precisávamos vê-las de volta no MCU o mais rápido o possível.

Além de tudo, é curioso porque As Marvels é um filme bem mais equilibrado e com muito menos forçação de piadas do que Amor e Trovão. É também um filme que foi vendido como uma aventura simples entre as heroínas, mas acabou sendo bem importante no desenvolvimento da Saga do Multiverso.

Enquanto o polêmico Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania foi vendido como o lance mais importante do MCU, mas acabou sendo muito simples e nem um pouco interessante e realmente importante para essa Saga. Apesar de não terem sido massacrados por puro machismo das redes, os 3 projetos são criticados e provam que a Marvel precisava reconhecer a fadiga e abandonar a previsibilidade de sua fórmula.

No fim das contas, os talentos e empenhos da Nia, Brie, Teyonah e Iman são prejudicados e diminuídos pela total falta de noção da Marvel Studios, que parece estar cada vez mais longe da realidade. Afinal, se eles achavam que um filme liderado por mulheres era o momento ideal para encaixar uma sequência MUSICAL, gênero que revolta muito do público casual, que eles assumissem o risco e CUIDASSE do filme com respeito e à altura de seus artistas.

Porque aprovar todas essas ideias e depois picotar o filme todo e lançá-lo de jeito tão assumidamente sem confiança e aceitando a derrota, é um vacilo que beira à injustiça.

NOTA: 3/5

Se tem uma coisa que eu odeio, é gente sem integridade. Elvis de Sá, as pessoas me chamam de Senhor das Estrelas.
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1 comentário
  • Mds, q passasao de pano…
    O filme eh ruim, eh forçado, tons de lacração, direção horrível, trama fraca…
    Vc reclama de tudo do filme e da 3/5, não da pra entender

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