CRÍTICA | Homem-Aranha 2 (2004)
2004:
Um Elvis de 8 anos presenciava seu primeiro filme de super-herói na telona. O filme era Homem Aranha 2 (de Sam Raimi). Desde então, ficou a certeza na mente do quanto o filme é foda e que o Aranha era o maior herói de todos.
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2017:
13 anos e 4 filmes (com o quinto a caminho) depois, as coisas praticamente não mudaram.
Rever filmes queridos da infância às vezes é doloroso e um baita dum choque de realidade, mas às vezes o filme acaba ficando melhor. Felizmente, esse é o caso da segunda aventura de Tobey Maguire como o Amigo da Vizinhança, que é uma aula de como ser uma continuação de respeito. Temos o desenrolar de escolhas diretas e inúmeras referências e repetição de momentos marcantes do primeiro filme, mas sempre simbolizando que as coisas mudaram.
O peso da responsabilidade da vida adulta martela ainda mais agora que Peter tem que equilibrar o tempo de proteger a cidade, ir nas aulas da faculdade, trabalhar, e não deixar sumir a persona de si mesmo como amigo e sobrinho. E é nisso que o filme me pegou ainda mais agora que estou mais velho: É a melhor representação do conflito entre a vida pessoal e o alter ego de um herói que eu já vi, e um elemento tão humano nos heróis que não vemos mais. Recentemente, só me lembro de ter visto algo assim na segunda temporada de Demolidor.
É muito lindo ver toda essa essência dramática trabalhada com tanta maturidade e de mão dada com o espírito das HQs: Mesmo com um pé na seriedade e drama, nós temos uma ciência extravagante e exagerada sem medo, e sendo até hoje o Doctor Octopus de Alfred Molina, um dos melhores vilões da MARVEL no cinema! A fidelidade ao material original é impressionante, não só no visu do Octopus, mas também ao refazer detalhe por detalhe a icônica imagem da edição #50 de The Amazing Spider-Man, onde Peter joga sua roupa de Aranha no lixo e abandona o cargo de herói.
É engraçado que tenha a reclamação do Aranha do Maguire ser muito chorão e pouco zé-graça, mas termos tantos momentos divertidos nesse filme: Todas as trapalhadas do dia-a-dia de Peter e o triunfal momento em que ele volta a desfrutar de uma vida comum (Raindrops Keep Falling on my Head ❤), e com uma dose insana de ação que até hoje surpreende, principalmente naquela tal de cena do trem.
Não preciso falar dela porque todos já sabem, né? Não! Eu preciso, sim! Essa cena é FODA DEMAIS! É a maior demonstração de força do Aranha e de sua dedicação fora do comum para proteger as pessoas. É difícil ver esse tipo de teste, com o herói saindo com seu uniforme todo rasgado (outro elemento bacana das HQs). E quando o desafio acaba e as coisas esfriam, temos logo depois a ótima cena de Harry descobrindo que Peter é o Aranha.
Falando nele, eu tinha esquecido o quanto James Franco tá brabo. A evolução do Harry de menino tranquilo para um belo exemplar de Norman Osborn é maravilhosa, e continuo maravilhado com a cena em que ele descobre o arsenal do Duende Verde, dando uma deixa épica para o próximo filme e o destino do personagem. A realidade veio dando um soco nas expectativas, mas isso é papo para a próxima review.
Sempre rola o debate, mas esqueça isso e só vamos reconhecer que Maguire foi foda sim, e sua química com a Kirsten Dunst, que aqui tem seu melhor filme como Mary Jane, é o sangue do coração dessa franquia, e com um ótimo elenco de apoio. Além dos já citados, Franco e Molina, fomos presenteados com a divindade que é o J.J de J.K. Simmons, cuja risada virou meme não foi à toa.
E não dá pra ignorar a inspiradíssima direção de Sam Raimi, que com bastante personalidade trabalhou com referências desde o Superman de Christopher Reeve até suas origens no terror (Os tentáculos do Octopus atacando os médicos é tão sinistro que só podia ser coisa de quem manja de fazer terror).
Ok, eu já falei até demais, mas é muito bom ver o quanto o filme é realmente fodão e não apenas nostalgia e respeito. Não há exagero nenhum em dizer que esse é se pá O melhor filme de HQs de todos os tempos. Apenas sensatez.