[CRÍTICA] Lobisomem na Noite recompensa erros da Marvel na Fase 4

A Fase 4 do MCU caminha para o seu fim, mas não antes de introduzir um novo formato, dinâmica e personagens! Na madrugada de hoje (07/10), os fãs tiveram a chance de enfim conferir Lobisomem na Noite, o famigerado especial de Halloween da Marvel para o Disney+.

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O projeto já estava sendo antecipado por insiders e outras fontes há muito tempo, mas nem se comparando ao destaque e atenção que outras séries e filmes vinham recebendo. Mesmo que sem comparação, cada novidade do projeto vinha deixado a aposta toda ainda mais curiosa.

No fim, essa falta de hype e interesse dos fãs parece ter ajudado a tornar “Lobisomem na Noite” numa das melhores coisas que a Marvel fez em sua Fase 4. Começando pelo fato do especial conseguir superar um obstáculo que gerava muita preocupação.

Afinal, ele foi dirigido por Michael Giacchino. O famoso compositor é aclamado pelas suas trilhas sonoras, mas NUNCA havia assumido as câmeras de nenhum filme, episódio, curta… nada! Portanto, essa inexperiência poderia resultar num grande erro e uma direção que poderia estragar o especial como um todo.

Felizmente, a aposta em Michael passou longe dos problemas e o compositor-diretor se provou mais confiante e criativo do que a maioria dos artistas que assumiram as últimas séries e filmes do MCU. A ideia de gravar o especial como uma homenagem aos filmes de terror dos anos 40 resulta em algo charmoso e muito divertido de se assistir.

Embora ele não vá tão a fundo na linguagem de um filme antigo, ainda assim é uma ótima experiência para quem queria ver o MCU fugindo um pouco de seus próprios limites. O que deixa o roteiro livre para aproveitar, de forma bem simples, a sua trama e apresentar e desenvolver os personagens.

Uso de cor no artefato em meio ao preto-e-branco tornou o especial ainda mais estiloso

Direto ao ponto, já somos introduzidos aos caçadores, a caçada pela Pedra de Sangue e os nossos protagonistas: Jack Russell e Elsa Bloodstone. A ambientação no castelo, labirinto e outros cenários se torna mais imersiva graças ao preto-e-branco da fotografia, dando ares real de um filme antigo ou até mesmo um game clássico de horror, como Resident Evil 1.

E o que torna tudo ainda melhor, é outro elemento que muitos fãs tinham medo: os efeitos práticos! No meio do auge do ódio e críticas à CGI da Marvel na Fase 4, Giacchino vai pelo caminho contrário e aposta totalmente na praticidade em vez do digital.

O resultado é simplesmente ÓTIMO! A maquiagem do Lobisomem é impecável e se aproveita do design do monstro nos anos 40 para fazer algo bonito em tela, sem perder as feições do ator. A decisão também favorece as cenas de ação, que usa coreografia e praticidade para superar muitas cenas de luta em CGI. Sem exageros.

Embora os fãs mais assíduos dos clássicos de terror possam argumentar que o especial nem chega perto do material homenageado, as cenas mais violentas fogem muito do habitual do MCU. Provando que a Marvel consegue fazer algo competente e não apenas fingir fugir do gênero ou tentar chocar.

Sem muitas piadas que desvirtuem o tom da história, a Marvel aposta certeiramente no seu melhor elemento: o carisma de elenco e personagens! A escolha de Gael García Bernal como Jack Russell foi certeira e nos trouxe mais um personagem carismático que já queremos ver de volta e interagindo com outros heróis/vilões do MCU.

Lobisomem de respeito na Marvel!

Laura Donnelly também manda muito bem, fugindo de cair no clichê e falta de interesse que uma personagem “durona e mais séria” às vezes pode gerar. Com muita segurança e personalidade, ela também termina como uma personagem com muito potencial narrativo no futuro. A fórmula Marvel de um homem mais bobo e brincalhão + uma mulher séria e boa de briga pode saturar algum dia, mas aqui, ela está ótima!

Os outros personagens, sejam os caçadores ou a madrasta de Elsa, mesmo que só estejam ali para morrer, são uma prova de que a Marvel continua boa em criar coadjuvantes de luxo e interessantes sem precisar de muito tempo. E que poderiam ter um interesse de diversificar as coisas assim também com a equipe dos Thunderbolts, mas enfim.

No final das contas, mesmo se homenagem ao terror dos anos 40 não seja do seu interesse, o especial é aquela diversão simples que há muito tempo não víamos no MCU de maneira tão simples. Sem muitas pretensões ou fingir ser o que não é, ele compensa a Marvel por muitos erros e estratégias equivocadas da Fase 4.

Elsa Bloodstone é outro grande destaque de Lobisomem na Noite

Seu maior acerto é justamente de apostar no formato de um ESPECIAL, em vez de espremer uma história em uma série mal dividida de 6 episódios irregulares. Se a Marvel errou com excesso de séries e temporadas mal planejadas para os novos heróis, a introdução do Lobisomem mostra que as “apresentações especiais” são um formato muito mais interessante.

E é até difícil imaginar o quanto produções como Cavaleiro da Lua poderiam ter sido muito melhores se fossem feitas nesse formato, em vez de séries. Ou se destacariam e seriam muito mais valorizadas, sem correr o risco de esquecimento e de esgotar o público com o MCU.

Mas é claro, independente do formato, vemos a diferença que um diretor comprometido faz. Giacchino chegou com a ideia pronta para Kevin Feige, se provou bem na direção e ainda entregou uma de suas melhores trilhas em muitos anos.

A próxima apresentação especial acontecerá no final do ano, com o Especial de Natal dos Guardiões da Galáxia! Até lá, siga de olho no Legado da Marvel para mais informações e análises.

NOTA: 8/10

MAIS SOBRE O ESPECIAL:

O MCU tem um projeto bem inusitado para o Disney+: um especial de Halloween protagonizado pelo Lobisomem, obscuro personagem das HQs de terror da Marvel! Depois de muito mistério e pouca informação, o título nacional de Lobisomem na Noite foi confirmado.

O especial de Halloween é o primeiro da categoria de “Apresentação Especial” do MCU no streaming e já está disponível. Corre lá pra assistir! O elenco conta com Gael Garcia Bernal e Laura Donnelly, e será dirigido pelo lendário compositor Michael Giacchino, fazendo sua estreia como diretor!

Se tem uma coisa que eu odeio, é gente sem integridade. Elvis de Sá, as pessoas me chamam de Senhor das Estrelas.
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