Greve dos caminhoneiros afeta bilheterias de Deadpool 2 e Guerra Infinita; entenda!

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O Brasil passou a última semana acompanhando a greve dos caminhoneiros que paralisou o país. Por conta do movimento, instaurado no último dia 21 para protestar contra os sucessivos aumentos no preço do óleo diesel, entre outras reivindicações, muitas cidades do país sofreram com o desabastecimento de combustíveis. Com isso, tornou-se difícil para muitas pessoas se deslocarem: o transporte público foi diminuído, a falta de gasolina e álcool dos postos de combustíveis impossibilitou que muitos pudessem utilizar seus próprios carros ou aplicativos de transporte. Diante disso, diversos governos estaduais e municipais decretaram ponto facultativo para seus servidores, escolas e universidades cancelaram as aulas, entre outros reflexos.

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Portanto, se era difícil sair de casa seja para estudar ou trabalhar, imagine para ir ao cinema? A greve dos caminhoneiros refletiu-se na indústria cinematográfica por meio de salas vazias e fracos números de bilheteria dos filmes em cartaz, mesmo que os cinemas estivessem exibindo a estreia de Han Solo: Uma História Star Wars, a final da UEFA Champions League e, claro, dois blockbusters da Marvel.

Esta é a primeira vez que vejo uma crise externa interferir de fato nos hábitos cinematográficos de uma sociedade. Claro, não é novidade para ninguém que o Brasil vem passando por uma série de turbulências nos últimos anos, no entanto, até o momento nenhuma delas havia efetivamente impossibilitado que as pessoas fossem ao cinema, esquecer-se das tensões do noticiário divertindo-se por duas horas com blockbusters americanos e brasileiros.

Durante as manifestações de junho de 2013, longas como Universidade Monstros, Meu Malvado Favorito 2, Minha Mãe é uma Peça e Guerra Mundial Z levaram o público em grandes quantidades aos cinemas. Já em março de 2016, durante a crise que levou a manifestações pró e contra o impeachment de Dilma Rouseff, as salas lotaram de pessoas querendo ver o resultado do embate entre Batman vs Superman.  A diferença é que, na atual crise dos combustíveis, sair de casa para ir a qualquer lugar tornou-se muito difícil na última semana.

Assim, em um fim de semana complicado para a população brasileira, o líder nas bilheterias não foi o estreante Han Solo, cuja medíocre estreia conseguiu ser abaixo até das aberturas da trilogia prequel de Star Wars no Brasil na década passada (555 mil ingressos para o Episódio I, 460 mil para o II e 561 mil para o III), mas sim Deadpool 2. O Mercenário Tagarela faturou mais R$ 7,86 milhões e vendeu pouco mais de 500 mil ingressos no fim de semana. No total, Wade Wilson já soma R$ 39,3 milhões de bilheteria no Brasil e 2,65 milhões de ingressos vendidos.

Por um lado, creio que Deadpool 2 merece créditos por levar mais meio milhão de pessoas aos cinemas, mesmo com toda a falta de combustíveis. Por outro, se não fosse essa situação toda, é provável que o longa estivesse fazendo números bem maiores. O longa teve uma queda de absurdos 62,3% entre o público da semana anterior e o desta, o que é praticamente inédito para um filme de heróis, seja ele da Marvel ou da DC – nunca na história recente nenhum longa do tipo caiu mais do que 47% na segunda semana. Portanto, com as salas vazias por conta da greve, Deadpool 2 acabou levando bem menos gente ao cinema do que poderia.

Dessa forma, a segunda aventura do Mercenário mais zoeiro da Marvel encontra-se a cerca de 1 milhão de ingressos vendidos do público que o primeiro Deadpool havia conquistado em suas duas primeiras semanas. Mas ainda há formas de diminuir essa diferença: caso a situação dos combustíveis se normalize nos próximos dias, haverá um feriado prolongado a partir da próxima quinta-feira, que poderá turbinar os números do longa, da mesma forma que ocorreu com Thor: Ragnarok no Dia de Finados do ano passado.

Quanto a Vingadores: Guerra Infinita, o longa não tem muito mais o que conquistar em nossas bilheterias. Com R$ 223 milhões de bilheteria e 13,4 milhões de ingressos vendidos, o filme já é o maior faturamento da história do país (e por uma margem imensa), e agora o segundo filme que mais vendeu ingressos, ultrapassando Tubarão e atrás apenas de Titanic. Ainda assim, tal como com Deadpool 2, permanece aquela sensação de que, sem a greve, o longa poderia ter tido um desempenho um pouquinho melhor neste último fim de semana.

Guerra Infinita faturou mais R$ 3,8 milhões e levou outras 227 mil pessoas aos cinemas. Trata-se de um quinto final de semana inferior aos de longas como Os Vingadores (480 mil ingressos), Vingadores: Era de Ultron (386 mil ingressos), Capitão América: Guerra Civil (355 mil ingressos), Pantera Negra (347 mil ingressos) e até mesmo Homem de Ferro 3 (251 mil ingressos). Pelo lado positivo, Guerra Infinita obteve uma média de espectadores por sala melhor que a de Han Solo, o que demonstra que, mesmo após cinco semanas em cartaz, o público continua demonstrando grande interesse pelo longa.

Com Han Solo desempenhando de forma fraca, resta a Deadpool 2 e Guerra Infinita permanecerem como os principais blockbusters de ação e aventura em cartaz. Caso a greve de fato comece a arrefecer e as pessoas retornem aos cinemas no feriado, veremos como tais longas se segurarão nas bilheterias nas próximas semanas.

Bilheteria Brasil de 24/05/18 a 27/05/18:

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