Madame Teia é líder de bilheteria na Semana do Cinema

No Brasil, fãs aproveitaram os preços promocionais da Semana do Cinema para conferir Madame Teia. Já nos EUA, filme segue em declínio.

Madame Teia é líder de bilheteria na Semana do Cinema
NÚMEROS SEGUEM FRACOS

Se na semana passada Madame Teia via suas bilheterias caírem com velocidade assustadora, chegando a ficar atrás de Bob Marley: One Love, nesta o filme da Sony ao menos teve alguma recuperação… que ficou restrita somente ao Brasil. Isso pois os fãs tupiniquins tiveram um incentivo para arriscar conferir o criticado longa nas telonas: a Semana do Cinema.

Iniciada na última quinta-feira, a Semana do Cinema ocorre desde 2022, quando, no pós-pandemia, os cinemas ainda tinham dificuldades para atrair o público, principalmente o das camadas populares. Tal missão ficava ainda mais complicada em períodos de vacas magras, quando não havia nenhuma grande estreia muito aguardada em exibição. Portanto, a Semana do Cinema, que oferece ingressos a preços promocionais para todas as salas, foi criada para incentivar o espectador a ir às salas escuras mesmo quando não há nenhum megablockbuster em cartaz.

No ano passado, a primeira Semana do Cinema ocorreu em fevereiro, logo antes da estreia de Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania, quando as principais opções eram os veteranos de muitas semanas (mas ainda bastante populares) Avatar: O Caminho da Água e Gato de Botas 2, os filmes do Oscar e mais um relançamento de Titanic (que foi suficiente para fazê-lo ultrapassar Homem-Aranha: Sem Volta para Casa no ranking histórico). Já a segunda ocorreu em um período de vacas ainda mais magras: o final de setembro, quando os principais longas em cartaz eram O Som da Liberdade, Jogos Mortais X e a pré-estreia de Patrulha Canina: Um Filme Superpoderoso.

Assim, a nova Semana do Cinema não surpreendentemente superou a de setembro em 7,5%, porém ainda ficou 14% abaixo da de fevereiro de 2023. De toda forma, foram mais de 2 milhões de pessoas nas salas, e tudo graças a longas como Madame Teia, Bob Marley, Todos Menos Você e os estreantes Demon Slayer (a melhor abertura de sua franquia no Brasil, superando os longas de 2021 e 2023), Ferrari e O Menino e a Garça.

Apesar de, na semana passada, Bob Marley ter ficado à frente de Madame Teia, neste fim de semana foi a heroína da Marvel quem levou a melhor: R$ 4,46 milhões em arrecadação e 361 mil ingressos vendidos contra R$ 4,38 milhões e 331 mil entradas para a biografia do músico jamaicano.

No acumulado, os dois filmes estão praticamente empatados: R$ 13,4 milhões em bilheteria e 820 mil espectadores para Madame Teia contra R$ 14,8 milhões e 825 mil ingressos para One Love.

Porém, pode ser que as notícias boas para Madame Teia terminem por aqui. Se na semana passada, em que os preços estavam normais, o longa dava todos os sinais de boca a boca ruim, é bem provável na Semana do Cinema sua recuperação só houve devido aos preços promocionais. Na próxima, não só o valor do ingresso voltará ao que era como também haverá a estreia de um blockbuster muito aguardado: Duna: Parte 2, que vem conquistando críticas excelentes na internet, do tipo que declara que o longa deve ser visto na maior tela possível.

Ou seja, sem um boca a boca que o sustente (além do “é tão ruim que chega a ser bom” ou “ver para dar risadas com os amigos”), Madame Teia provavelmente vai acabar despencando nas semanas que se seguirão. Quem estava de fato interessado no longa ou o viu na estreia ou com os ingressos pela metade do preço, os demais certamente aguardarão a chegada no streaming.

O máximo que Madame Teia pode esperar em tais condições é alcançar flops como Shazam! Fúria dos Deuses (R$ 18 milhões/964 mil ingressos vendidos), As Marvels (R$ 24,5 milhões/1,25 milhão de público) e, claro, seu próprio antecessor na franquia da Sony Morbius (R$ 23,4 milhões/1,26 milhão de público), talvez ficar numa posição intermediária entre o desastre da DC e o do MCU.

E se no Brasil a Semana do Cinema ao menos ressuscitou a carreira de Madame Teia momentaneamente, nos outros mercados globais o longa não teve algo parecido para impulsioná-lo. Nos EUA o filme caiu 61% em relação à estreia, arrecadando apenas US$ 5,9 milhões (contra US$ 13,5 milhões de Bob Marley) e atingindo um total de US$ 35,3 milhões.

Fora dos EUA e Canadá, são mais US$ 42 milhões, o que resulta numa bilheteria global de US$ 77,4 milhões para Madame Teia. Em comparação, One Love possui US$ 120,6 milhões, sendo que US$ 71 milhões vieram dos EUA.

Quer o orçamento seja de fato os oficialmente reportados US$ 80 milhões, ou quer ele tenha ficado pouco acima dos US$ 100 milhões conforme fontes internas ouvidas pelo Hollywood Reporter, esse é um resultado desastroso. Combine isso com todo o hate que o longa vem recebendo em redes sociais e, um mês após Através do Aranhaverso receber uma indicação ao Oscar de Melhor Animação, a Sony mais uma vez fica automaticamente associada com péssimos e fracassados filmes relacionados ao Homem-Aranha.

Mas e você, se arriscou a ir no cinema conferir Madame Teia? Compartilhe conosco aí embaixo!

Fontes: Filme B, The Numbers.

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TUDO SOBRE MADAME TEIA

Madame Teia é um dos projetos mais inusitados da Sony Pictures para o seu SSU (Universo Homem-Aranha da Sony), que é o universo cinematográfico de personagens do universo do Homem-Aranha. O universo já conta com filmes como: Venom 1 e 2, Morbius, e Kraven – O Caçador.

Leia a sinopse do filme: “Cassandra Webb, uma paramédica em Manhattan, tem habilidades de clarividência. Forçada a confrontar revelações sobre seu passado, ela forja uma relação com três jovens destinadas a futuros poderosos”.

A atriz Dakota Johnson (50 Tons de Cinza) será a Madame Teia. Sydney Sweeney (Euphoria) também está confirmada no elenco, enquanto S.J. Clarkson (Jessica Jones, Os Defensores, Succession) assume a direção. Matt Sazama e Burk Sharpless, os roteiristas de Morbius, também estão confirmados! O longa está em cartaz nos cinemas de todo o Brasil.

Publicitário, formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais. Trabalho com Marketing Digital desde 2015. Apaixonado por bilheterias de cinemas, estudo o mercado cinematográfico brasileiro e estrangeiro já há vários anos, e desde 2017 sirvo como o principal analista de bilheterias para o Legado da Marvel.
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