Os 50 Maiores Filmes de Super-Heróis da História nas Bilheterias Parte 3: Mundo

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Concluindo nossa matéria especial sobre os 50 maiores filmes de super-heróis, vamos apresentar a lista com as bilheterias globais. Como você irá perceber, a maior parte dos longas que ocupam o topo da lista foram lançados em anos recentes. Isto é devido a uma série de fatores, entre eles a popularização dos ingressos em 3D e de salas especiais (como o IMAX, por exemplo), cujos preços obviamente são mais caros, e o crescimento dos mercados cinematográficos em países de economias emergentes no século XXI, como a Rússia, a China e o Brasil (que compõem os chamados BRICS). Mas será que, se ajustássemos os valores obtidos por longas como Superman: O Filme, Batman e Homem-Aranha, estes não ocupariam posições bem mais elevadas na lista? É uma pergunta para a qual talvez nunca saibamos a resposta, portanto, para simplificar nossas vidas, seguiremos com os valores nominais mesmo. Não custa repetir que apenas filmes que já saíram de cartaz estão qualificados para a lista (excluindo, portanto, Guardiões da Galáxia Vol. 2 e Mulher-Maravilha).

 

Dito isso, vamos à lista:

 

Do 1º ao 10º lugar:

# Filme Bilheteria global (em US$) Ano de lançamento
1 Os Vingadores 1.518.812.988 2012
2 Vingadores: Era de Ultron 1.405.403.694 2015
3 Homem de Ferro 3 1.214.811.252 2013
4 Capitão América: Guerra Civil 1.153.304.495 2016
5 Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge 1.084.939.099 2012
6 Batman: O Cavaleiro das Trevas 1.004.558.444 2008
7 Homem-Aranha 3 890.871.626 2007
8 Batman vs Superman: A Origem da Justiça 873.260.194 2016
9 Homem-Aranha 821.708.551 2002
10 Homem-Aranha 2 783.766.341 2004

 

Você que é fã do Universo Cinematográfico da Marvel, pode comemorar: não apenas Os Vingadores garante o “tricampeonato” aqui (como você percebeu, o filme de Joss Whedon liderou as tabelas dos EUA e do Brasil), como também as quatro primeiras posições das maiores bilheterias globais também vão para o MCU. Cada um foi um sucesso grandioso a seu próprio modo. O primeiro Vingadores se tornou mania mundial e, na época, alcançou o posto de terceira maior bilheteria global da história, atrás dos dois blockbusters de James Cameron Avatar e Titanic. Sua continuação não alcançou seus valores, mas fez mais sucesso nos mercados mundiais (leia-se: fora dos EUA) do que o primeiro: US$ 946,3 milhões para Era de Ultron, contra US$ 895,4 milhões de seu antecessor. Além disso, Ultron até hoje detém o recorde de maior bilheteria para um filme de super-heróis na China, tendo faturado US$ 240,1 milhões naquele país.

 

Falando na China, aliás, o primeiro filme do MCU a traçar uma estratégia específica para se aproveitar do (então) crescente mercado cinematográfico chinês foi Homem de Ferro 3, que incluiu uma pequena cena exclusiva passada naquele país. Beneficiando-se do sucesso de Vingadores um ano antes, Homem de Ferro 3 praticamente dobrou a renda mundial do segundo filme solo de Tony Stark. Já Capitão América: Guerra Civil faturou menos que o terceiro filme do Ferroso, ou os dois Vingadores, apesar de ter mais Vingadores nele do que em qualquer um dos filmes da equipe. No entanto, o longa dos Irmãos Russo teve uma concorrência mais fraca do que o habitual na temporada de blockbusters de 2016, na qual o único outro filme bilionário foi a animação Procurando Dory (como comparação, Era de Ultron ficou ensanduichado em meio a uma excelente temporada da Universal, que incluiu os hits Velozes & Furiosos 7, Jurassic World e Minions), possibilitando que ele ficasse em 1º lugar no ranking mundial do ano passado. Foi a segunda vez, aliás, que um filme do MCU liderou as bilheterias mundiais em seu ano de lançamento, quatro anos depois de Vingadores deixar os concorrentes para trás.

 

 

O restante da parte mais nobre desta lista é dominada por dois personagens, o Batman e o Homem-Aranha. Em 5º lugar, está o encerramento da trilogia comandada por Christopher Nolan, O Cavaleiro das Trevas Ressurge, que, curiosamente, foi apenas o segundo filme do Cruzado de Capa (depois da bomba Batman & Robin) a fazer mais da metade de sua bilheteria global fora dos Estados Unidos. Antes, quase todos os filmes anteriores do herói (incluindo a série dos anos 80 e 90, e os dois longas pregressos de Nolan), tiveram mais de 50% de seu faturamento vindos apenas dos Estados Unidos, o que mostra que o personagem (até então) era mais popular em seu país de origem do que fora. Mesmo o aclamadíssimo O Cavaleiro das Trevas fez “apenas” 46,8% de sua bilheteria nos mercados internacionais, indicando que seu impacto foi maior entre o público americano.

 

Isso começou a mudar em Ressurge, no qual a divisão entre bilheteria americana e estrangeira foi de 41/59, e melhorou em A Origem da Justiça, cuja divisão de 37/63 é similar à da maioria dos longas do MCU pós-Vingadores. Isso deve servir como um leve alento para a Warner Bros., compensando a “decepção” que foi o longa não atingir a marca do bilhão (embora o fato de que a metade de sua bilheteria global foi feita no fim de semana de estreia tenha trazido preocupação ao DCEU).

 

 

Completando o top 10, temos a bem sucedida trilogia do Homem-Aranha capitaneada por Sam Raimi. A saga estrelada por Tobey Maguire, Kirsten Dunst e James Franco foi a mais bem sucedida franquia de super-heróis na década de 2000, tendo enfiado quase US$ 2,5 bilhões nos bolsos da Sony entre 2002 e 2007. Aliás, mesmo o odiado terceiro filme da série ainda é, até hoje, a maior bilheteria global para um longa protagonizado pelo Homem-Aranha (descontando, claro, a cameo do herói em Guerra Civil). Será que De Volta ao Lar vai conseguir bater essa marca?

 

Do 11º ao 20º lugar:

# Filme Bilheteria global (em US$) Ano de lançamento
11 Deadpool 783.112.979 2016
12 Guardiões da Galáxia 773.328.629 2014
13 O Espetacular Homem-Aranha 757.930.663 2012
14 X-Men: Dias de um Futuro Esquecido 747.862.775 2014
15 Esquadrão Suicida 745.600.054 2016
16 Capitão América 2: O Soldado Invernal 714.264.267 2014
17 O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro 708.982.323 2014
18 Doutor Estranho 677.718.395 2016
19 O Homem de Aço 668.045.518 2013
20 Operação Big Hero 657.818.612 2014

 

A minúscula quantia de US$ 653.362 mil dólares é o que impediu Deadpool de alcançar Homem-Aranha 2 e, assim, beliscar uma vaga no top 10, muito embora a comédia estrelada por Ryan Reynolds tenha tido a vantagem dos ingressos mais caros em 3D e IMAX. O Mercenário Bocudo não apenas é a maior bilheteria para um filme de heróis da Fox, como também é o maior faturamento global para um longa de censura R (que restringe a entrada de menores de idade nos cinemas), superando os US$ 742 milhões de Matrix Reloaded (em 2003, e em 2D). E o mais impressionante é quando comparamos sua bilheteria com seu orçamento risível: tendo custado apenas US$ 58 milhões para ser feito (Era de Ultron, Batman vs Superman e Guerra Civil custaram mais do que o quádruplo disso), o filme gerou US$ 322 milhões em lucros líquidos para seu estúdio, segundo cálculos do Deadline. Não se surpreenda se você começar a ver mais de Wade Wilson nos próximos filmes de super-heróis da Raposa.

 

Ainda na Fox, quase dois anos antes de Deadpool, o maior sucesso dentre os filmes de quadrinhos do estúdio foi X-Men: Dias de um Futuro Esquecido. Após a bilheteria mediana de Primeira Classe, o estúdio trouxe de volta o diretor Bryan Singer e boa parte do elenco da primeira trilogia dos mutantes, pondo-os ao lado da nova versão dos personagens. Este épico sobre viagem no tempo, se não alcançou os níveis de faturamento dos Vingadores, ao menos fez grana o bastante popularizar de vez a nova geração de mutantes, liderada por James McAvoy, Jennifer Lawrence e Michael Fassbender, possibilitando a produção de Apocalipse e do futuro Fênix Negra.

 

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Outro hit que, tal como Deadpool, alcançou o sucesso num tamanho não imaginado nem nos sonhos mais otimistas de seu estúdio foi Guardiões da Galáxia. A comédia de ficção científica chegou de surpresa em 2014 embalada por diversas canções dos anos 70, conquistando elogios da crítica e o coração do público para se tornar a maior bilheteria global para um filme de heróis de seu ano, e a terceira maior em geral (atrás de Transformers: A Era da Extinção e O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos). Os dois filmes dos Guardiões, aliás, são as maiores bilheterias para um longa do MCU não estrelados por Tony Stark (o Vol. 2 havia faturado US$ 855,5 milhões enquanto até o fechamento deste artigo).

 

Do Universo Marvel, esta parte da tabela traz outros dois representantes, ambos igualmente bem sucedidos. Capitão América 2: O Soldado Invernal tinha ao seu lado excelentes críticas e a boa vontade para com o herói construída nos dois filmes anteriores em que ele protagonizou (O Primeiro Vingador e Vingadores), e quase dobrou a renda de seu antecessor. Já Doutor Estranho foi um sucesso enorme em diversos mercados internacionais, como a China (US$ 109,1 milhões), a Coréia do Sul (US$ 41,3 milhões), o Reino Unido (US$ 28,5 milhões) e, claro, o Brasil (US$ 22,7 milhões), fazendo da fantasia estrelada por Benedict Cumberbatch o segundo maior “filme de origem” do MCU, atrás apenas de Guardiões.

 

 

Aqui também encontramos os dois filmes do reboot do Homem-Aranha estrelados por Andrew Garfield. Após a Sony brigar com Sam Raimi e decidir reiniciar a série, no rescaldo do mal recebido porém bem sucedido financeiramente Homem-Aranha 3, o estúdio trouxe Garfield e o diretor Marc Webb numa tentativa de rejuvenescer a franquia. No entanto, o primeiro Espetacular Homem-Aranha não teve uma recepção exatamente estelar nem da crítica, do público ou dos fãs, de maneira que o estúdio teve de retrabalhar a franquia para a continuação (leia-se “tirar os tons sombrios e ‘nolanianos’ do primeiro Espetacular e fazer uma sequência com mais cor e aventura”). Para a imensa decepção do estúdio, o segundo filme foi recebido de forma ainda pior, faturando bem menos que qualquer um dos longas anteriores do herói, e colocando uma pá de cal no bizarro plano de construir um universo compartilhado em torno do Aranha (ao menos naquele momento). É incorreto falar que O Espetacular Homem-Aranha 2 foi um fracasso de bilheterias, afinal, o filme ainda deu um lucro decente de US$ 70,3 milhões à Sony, segundo o Deadline. Porém seu gigantesco custo de produção (US$ 255 milhões), fraca performance nos Estados Unidos e uma recepção ruim em geral da crítica e do público obrigaram a Sony a aposentar o Peter Parker de Garfield.

 

Enquanto isso, na Warner, temos dois filmes do DCEU que, apesar das críticas ruins, conseguiram ser bem sucedidos financeiramente. O caso de O Homem de Aço foi similar ao de Batman vs Superman: ótima abertura, turbinada pela campanha de marketing do estúdio, porém quedas cada vez maiores nas semanas seguintes, conforme as audiências descobriam que os filmes, bem, não eram exatamente tão bons quanto os trailers prometiam. Com US$ 668 milhões no mundo todo, o longa não foi um fracasso de bilheterias (até hoje, é a maior bilheteria para um filme solo do Azulão), porém sua recepção “mista” deve ter convencido Zack Snyder e o estúdio a porém o Batman e a Mulher-Maravilha na sequência. Já Esquadrão Suicida foi castigado pelo estúdio (que lhe impôs uma série de mudanças na montagem, a fim de deixá-lo mais parecido com os trailers), virou saco de pancadas da crítica e nem sequer chegou a ser exibido na China. Por isso, seus US$ 745 milhões globalmente (10ª maior bilheteria do ano passado) ao menos representaram uma vitória financeira para a Warner. Isso, fora o gigantesco número de produtos licenciados baseados no Esquadrão voltados para o público jovem, e um Oscar de Melhor Maquiagem (!), deve garantir que vejamos mais dos “piores heróis da história” nos anos futuros e, esperamos, num filme de melhor qualidade.

 

Do 21º ao 30º lugar:

# Filme Bilheteria global (em US$) Ano de lançamento
21 Thor: O Mundo Sombrio 644.571.402 2013
22 Os Incríveis 633.019.734 2004
23 Hancock 624.386.746 2008
24 Homem de Ferro 2 623.933.331 2010
25 Logan 615.916.352 2017
26 Homem de Ferro 585.174.222 2008
27 X-Men: Apocalipse 543.934.787 2016
28 Homem-Formiga 519.311.965 2015
29 As Tartarugas Ninja 493.333.584 2014
30 X-Men: O Confronto Final 459.359.555 2006

 

Aqui nossa lista já começa a ficar um pouco mais diversificada: temos quatro filmes do MCU, três da Fox, dois originais e o reboot das Tartarugas Ninja de Michael Bay. A despeito das críticas pavorosas, tal longa aproveitou-se da nostalgia das audiências para com os heróis quelônios, que não ganhavam um filme em live action desde o início dos anos 90. Parecia que seu estúdio, a Paramount, estava com uma nova franquia em mãos, porém, eles não contavam que a fraca qualidade do primeiro filme levaria o público a se afastar daquela versão dos personagens na sequência, Fora das Sombras, um fracasso de bilheterias do ano passado.

 

Representando a Fox, temos três encerramentos de trilogias distintas dentro da saga mutante: O Confronto Final é considerado um dos mais fracos filmes da franquia X, porém faturou mais que seus dois antecessores comandados por Bryan Singer; Apocalipse teve uma recepção literalmente mista da crítica e dependeu de performances decentes em países como a China para não se envergonhar por completo nas bilheterias. Já Logan tinha a difícil missão de convencer as pessoas com mais um filme solo do Wolverine, depois de X-Men Origens e Imortal. Felizmente, o filme, vendido como o último com Hugh Jackman no papel do herói, foi aclamado pela crítica e faturou mais de US$ 615 milhões no mundo todo, ao parco custo de US$ 97 milhões, tornando-se a terceira maior bilheteria mundial dos X-Men. É interessante notar que o longa foi capaz de arrastar multidões aos cinemas mundiais, mesmo sendo basicamente um sombrio drama com toques de western, extremamente violento e de tom depressivo, cujo encerramento, embora ponha um ponto final na trajetória do Wolverine cinematográfico, não era exatamente feliz. Ou seja, o oposto do que Hollywood considera crowdpleasing.

 

 

Thor: O Mundo Sombrio pode ser o filme do MCU que todo mundo menos gosta, mas foi um sucesso de tamanho considerável, tendo faturado quase US$ 650 milhões no mundo todo no final de 2013, mesmo contra concorrentes poderosos como Jogos Vorazes: Em Chamas e O Hobbit: A Desolação de Smaug. Já Homem-Formiga foi o longa que muitos previram que seria o primeiro fracasso do MCU, mas, felizmente para Scott Lang e seus amigos, não foi o que aconteceu. Produzido ao custo de US$ 130 milhões (bem barato, em comparação com a maioria dos filmes da Marvel), Homem-Formiga faturou decentes US$ 519 milhões em julho de 2015, garantindo uma continuação para o minúsculo herói interpretado por Paul Rudd.

 

Entretanto, inegavelmente o filme do MCU mais importante desta parte da lista é Homem de Ferro. O longa que iniciou o ambicioso projeto (ou Iniciativa Vingadores, se preferir), não foi exatamente um recordista de bilheterias em 2008: com US$ 585 milhões arrecadados, ficou abaixo de filmes como Kung Fu Panda, Mamma Mia, Madagascar 2 e 007: Quantum of Solace, por exemplo. Ainda assim, o primeiro Iron Man certamente teve um impacto maior no cinema hollywoodiano do que qualquer um desses concorrentes: ressuscitou a carreira de Robert Downey Jr., levou o diretor Jon Favreau (até então mais conhecido por Zathura, Um Duende em Nova York e por ser o namorado da Monica em Friends) para o primeiro escalão de Hollywood e, principalmente, mostrou aos outros estúdios como a ideia então considerada exótica de um universo cinematográfico  compartilhado entre diversos filmes poderia dar certo. Quantos outros longas depois deste não incluíam cenas onde um misterioso personagem dizia ao protagonista que “ele agora é parte de um mundo maior”? De cabeça, consigo lembrar de filmes como Drácula: A História Não Contada, Kong: A Ilha da Caveira e O Espetacular Homem-Aranha 2. Infelizmente, Hollywood aprendeu as lições erradas de Homem de Ferro, na qual, para eles, a mera noção de um universo interconectado de personagens diferentes já seria o suficiente para atrair multidões aos cinemas. Mas a verdade era que Homem de Ferro é um bom filme de super-heróis primeiro e o início do MCU depois. Até Hollywood entender que é mais importante fazer longas de boa qualidade e que agradem ao público do que sair anunciando aos quatro ventos seu novo universo cinematográfico, continuará tendo que lidar com fracassos como o recente A Múmia.

 

 

Finalmente, os bem sucedidos Os Incríveis e Hancock faturaram mais de US$ 600 milhões cada um, mesmo sendo criações inteiramente originais, e não adaptações de quadrinhos publicados por alguma editora. Claro, ambos tiveram suas próprias vantagens. O primeiro foi ajudado pelas ótimas críticas e pela excelente recepção dos filmes anteriores da Pixar que, naquela altura, já havia virado sinônimo de qualidade. Já o segundo foi lançado bem no meio do ápice da carreira de Will Smith, no qual literalmente qualquer coisa com o ator automaticamente atraía multidões aos cinemas. Ainda assim, é de se perguntar por que, dado o sucesso dessas duas produções, Hollywood não investiu mais em filmes originais de super-heróis. Ou mesmo por que não produziu sequências imediatas de ambos: Os Incríveis 2 sairá apenas no ano que vem, catorze anos depois do primeiro, enquanto um Hancock 2… bem, melhor esperar sentado.

 

Do 31º ao 40º lugar:

# Filme Bilheteria global (em US$) Ano de lançamento
31 Thor 449.326.618 2011
32 Wolverine: Imortal 414.828.246 2013
33 Batman 411.348.924 1989
34 X-Men 2 407.711.549 2003
35 Superman: O Retorno 391.081.192 2006
36 Batman Begins 374.218.673 2005
37 X-Men Origens: Wolverine 373.062.864 2009
38 Capitão América: O Primeiro Vingador 370.569.774 2011
39 X-Men: Primeira Classe 353.624.124 2011
40 Batman Eternamente 336.529.144 1995

 

Aqui encontramos alguns filmes que, por terem saído anos antes de Avatar, não tiveram a vantagem dos ingressos mais caros em 3D. Os US$ 411 milhões de Batman, se traduzíssemos para valores atuais, certamente seria uma quantia bem superior, mas curiosamente, o filme comandado por Tim Burton não foi a maior bilheteria mundial de 1989: esta honra pertence a Indiana Jones e a Última Cruzada, que naquele ano liderou com US$ 474,2 milhões. Seis anos depois, o colorido Batman Eternamente teve um tom mais familiar e cômico que seus predecessores, sendo não apenas a segunda maior bilheteria global da série do Cavaleiro das Trevas dos anos 90, como também a terceira maior do ano de 1995 (atrás de Toy Story e Duro de Matar: A Vingança).

 

X-Men 2 (ou X2, para os íntimos) se aproveitou da boa vontade construída a partir do bem sucedido primeiro filme, e de suas próprias ótimas críticas, para aumentar o faturamento global em relação a X1. É o que alguns analistas chamam de “breakout sequel“: um primeiro filme de uma série pode não ser exatamente um recordista de bilheterias, porém, se for bem recebido pela crítica e público, sua sequência pode vir a multiplicar os valores do primeiro longa (desde que seja recebida tão bem ou ainda melhor que o antecessor).

 

 

Além de X2, temos nessa parte da lista três primeiros filmes que exemplificam melhor esse conceito. Tecnicamente, Batman Begins, X-Men: Primeira Classe e Capitão América: O Primeiro Vingador não foram exatamente hits fenomenais de bilheteria. Aliás, é provável até que tenham dado prejuízo: segundo uma regra relativamente simplista de bilheterias, um filme tem que faturar o equivalente ao triplo de seu orçamento para dar lucro ao seu estúdio. Begins custou US$ 150 milhões aos cofres da Warner, Primeira Classe precisou de US$ 160 milhões para ser produzido e O Primeiro Vingador teve um orçamento de US$ 140 milhões, portanto, esses longas precisariam ter faturado no mínimo US$ 450 milhões, US$ 480 milhões e US$ 420 milhões, respectivamente, para serem considerados inegavelmente bem sucedidos. Como você pode ver na tabela acima, não foi isso o que aconteceu – e inclusive Begins fez menos dinheiro que o hoje tido como fracasso Superman: O Retorno (embora, para ser justo, o filme comandado por Bryan Singer tenha custado bem mais caro). Entretanto, os três filmes agradaram ao público e à crítica, mostrando que sim, as audiências estavam dispostas a pagar para assistir a outros longas com os mesmos elencos na pele dos heróis. Levando em conta a particularidade de cada uma dessas franquias, podemos dizer que O Cavaleiro das Trevas, O Soldado Invernal e Dias de um Futuro Esquecido foram deixados numa boa posição por seus bem recebidos antecessores.

 

Do 41º ao 50º lugar:

# Filme Bilheteria global (em US$) Ano de lançamento
41 Quarteto Fantástico 330.579.719 2005
42 Megamente 321.885.765 2010
43 Lego Batman: O Filme 310.850.384 2017
44 Superman: O Filme 300.218.018 1978
45 X-Men: O Filme 296.339.527 2000
46 Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado 289.047.763 2007
47 Batman: O Retorno 266.822.354 1992
48 O Incrível Hulk 263.427.551 2008
49 A Máscara do Zorro 250.288.523 1998
50 Corpo Fechado 248.118.121 2000

 

Vamos fechar nossa lista com alguns rostos curiosos, entre eles os dois filmes do Quarteto Fantástico da década passada. Pessimamente recebido pela crítica, o primeiro ainda conseguiu ser um sucesso de tamanho decente nas bilheterias mundiais, tendo faturado US$ 330 milhões a um humilde (mesmo para a época) custo de produção de US$ 100 milhões. Sua continuação não se saiu tão bem: custou US$ 130 milhões, mas faturou menos que o primeiro, apenas US$ 289 milhões. Isso e a terrível recepção crítica dos dois filmes deve ter convencido a Fox a rebootar a franquia – o que, no fim das contas, provou-se um desastre, já que a nova versão do Quarteto comandada por Josh Trank fez ainda menos dinheiro e teve uma recepção crítica pior que os dois longas anteriores. Bem, melhor para o Chris Evans que, livre de seus compromissos como o Tocha Humana, ficou liberado para ser o Capitão América do MCU.

 

Os US$ 300 milhões de Superman: O Filme podem não parecer grande coisa em comparação com os bilionários filmes de hoje em dia, mas tenha em mente que este longa saiu numa época onde o preço do ingresso era assustadoramente mais barato em comparação com 2017. Uma das maiores bilheterias da década de 1970, eu não duvidaria que seus valores ajustados o levem para acima da marca do bilhão.

 

 

Duas divertidas animações que povoam esta parte de nossa lista, na verdade, são praticamente paródias dos filmes de super-herói em si. Megamente e Lego Batman podem ter sido vendidas para o público infantil, mas os fãs de longa data dos filmes de super-herói certamente vão gargalhar com as referências ao Superman de 78 do primeiro, e aos filmes pregressos do Cavaleiro das Trevas do segundo.

 

O Hulk pode ser um dos Vingadores preferidos de todo o mundo – mas apenas quando ele está nos Vingadores. Estranhamente, o Golias Esmeralda não fez tanto sucesso em carreira solo: o até hoje polêmico filme comandado por Ang Lee nem nessa lista entrou, enquanto o reboot estrelado por Edward Norton até hoje é o único fracasso de bilheteria do MCU. Seus US$ 263 milhões mundialmente o deixaram abaixo de coisas como 10.000 A.C., Horton e o Mundo dos Quem e o primeiro Crepúsculo no ranking de 2008, além de serem bem abaixo do que o filme precisaria para dar lucro. Talvez isso tenha a ver com o fato de que nenhum dos dois longas do personagem seja exatamente crowdpleasing, trazendo como protagonista uma figura perturbada, que passa o longa inteiro tentando não ser o herói que todo mundo pagou o ingresso para ver. Quem sabe um filme estrelado pelo atual Hulk de Ruffalo, onde ele pode se focar apenas em espancar uns monstros de tamanho igual ou maior que ele, não teria mais chance de agradar ao público? É uma questão que dificilmente veremos respondida, dado que, para produzir um novo filme solo do Hulk, a Marvel precisaria fazer um acordo com a Universal, que distribuiu os longas anteriores do herói.

 

 

Completando a lista, temos dois filmes cujo pertencimento ao “gênero”  super-herói é discutível. A Máscara do Zorro foi baseada num personagem literário que em muito precede o Superman, o Batman e outros figurões, e traz elementos comuns aos outros filmes do tipo: um herói que usa uma identidade secreta para combater o crime e tem uma capacidade física que assombra seus pares, um vilão com um plano megalomaníaco… Já Corpo Fechado é um thriller de suspense, onde o cineasta M. Night Shyamalan discute temas presentes nas HQs de super-heróis, que depois seriam mais abordados no cinema. Nenhum deles traz um personagem Marvel ou DC, mas, devido ao exposto acima, creio que seja justo que eles figurem aqui.

 

E você, o que achou de nossa lista? Em qual posição seu filme de super-herói preferido entrou? Comente conosco! 🙂

Publicitário, formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais. Trabalho com Marketing Digital desde 2015. Apaixonado por bilheterias de cinemas, estudo o mercado cinematográfico brasileiro e estrangeiro já há vários anos, e desde 2017 sirvo como o principal analista de bilheterias para o Legado da Marvel.
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