Os Novos Mutantes despenca feito pedra na bilheteria americana

Em sua segunda semana em cartaz nos Estados Unidos, Os Novos Mutantes despencou: foram apenas US$ 2,87 milhões entre sexta e domingo. No total, são US$ 11,6 milhões na bilheteria americana. Como é feriado nos Estados Unidos (de Dia do Trabalho), o longa deverá arrecadar US$ 3,5 milhões durante o período de folga, de maneira que o filme comandado por Josh Boone tenha US$ 12,5 milhões nos EUA e US$ 21 milhões mundialmente nesta segunda-feira.

O mal recebido filme do estúdio antes conhecido como Fox sofreu uma queda particularmente grande entre sua abertura e esta semana: 58% a menos. Apesar de assombrosa, uma queda do tipo é normal para um longa da Marvel na segunda semana, em especial os da franquia dos X-Men. Conforme disse o analista do mercado e crítico cinematográfico Scott Mendelson, a maior queda é a de X-Men: Fênix Negra, com 71% em junho do ano passado, e o que menos decaiu é X-Men 2, com uma queda de apenas 53% em maio de 2003. Todos os longas restantes da antiga franquia da Fox caíram entre 56% e 69% na segunda semana.

Então, sim, foi uma queda dentro do que já se esperava para Os Novos Mutantes, ainda mais concorrendo com a estreia do blockbuster de Christopher Nolan Tenet (que arrecadou US$ 20 milhões no fim de semana). O problema é que tal normalidade não ajuda o longa de horror da Marvel, que precisaria ter um desempenho digno de um sucesso lançado nos anos 70 e 80 se quisesse ser lucrativo.

Explicando melhor: até algumas décadas atrás, os filmes não costumavam chegar no mesmo fim de semana em todas as cidades americanas. Ao invés disso, um filme estreava em alguns mercados importantes (como Nova York e Los Angeles) antes de se expandir para o interior do país nos meses seguintes. 

 

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Hoje em dia, para evitar spoilers e a pirataria, os filmes realmente grandes estreiam nacionalmente no mesmo dia – e, em alguns casos, em todo o planeta (quem não se lembra de Vingadores: Ultimato arrecadando mais de US$ 1,2 bilhão no mundo todo em apenas um fim de semana?). A globalização permitiu que todo o globo assistisse a um blockbuster ao mesmo tempo.

Então, chegou a pandemia de Covid-19.

Em muitos lugares, os cinemas estão fechados, impossibilitando uma grande estreia nos moldes de Ultimato. Nos Estados Unidos, apenas cerca de 65% das salas estão abertas, e a maioria está operando com uma capacidade reduzida. Os dois mercados mais importantes do país, Nova York e Los Angeles, estão com os cinemas ainda fechados. E, claro, mesmo com todas as medidas de segurança muitos ainda preferem aguardar mais um pouco antes de retornar às salas escuras.

 

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Desse modo, seria impossível para Os Novos Mutantes estrear com os valores altos de um típico filme da Marvel, e ir diminuindo ao longo da semana. O ideal para o filme considerando a atual situação seria que ele se segurasse ao longo dos dias enquanto mais salas são reabertas, e tivesse uma carreira realmente longa nas bilheterias, com quedas menores, conforme o longa se expande para o restante do país.

Entretanto, só há espaço atualmente para um único filme de grande orçamento em cartaz, e este é o muito discutido Tenet. O próprio Os Novos Mutantes só foi para os cinemas porque acordos antigos com a HBO impedem que longas da Fox estreiem diretamente no Disney+. De toda forma, é provável que a Disney vá tirar o longa de cartaz o quanto antes para evitar perdas financeiras ainda maiores.

 

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Agora, a única chance da Casa do Mickey conseguir um blockbuster em 2020 está em Viúva Negra e na animação Soul. Ambos chegam em novembro aos cinemas – a não ser que as circunstâncias façam a Disney optar por um lançamento exclusivo no Disney+, similar ao de Mulan

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Publicitário, formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais. Trabalho com Marketing Digital desde 2015. Apaixonado por bilheterias de cinemas, estudo o mercado cinematográfico brasileiro e estrangeiro já há vários anos, e desde 2017 sirvo como o principal analista de bilheterias para o Legado da Marvel.
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