Os Novos Mutantes é uma das menores bilheterias da história para um filme da Marvel
Em sua quinta semana de exibição nos cinemas americanos, Os Novos Mutantes permaneceu em segundo lugar, logo atrás de Tenet. Com praticamente nenhuma concorrência afora o longa de Christopher Nolan, o filme do estúdio antes conhecido como Fox arrecadou mais US$ 1,15 milhão no fim de semana e chegou a um total de apenas US$ 19,4 milhões.
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A bilheteria do filme fora dos EUA é quase idêntica ao total norte-americano: US$ 19,4 milhões, o que leva o longa a um total global de US$ 38,8 milhões. Nesse ritmo, ele provavelmente encerrará sua carreira com menos de US$ 45 milhões. Trata-se de uma bilheteria bem menor que o necessário para cobrir os custos de produção de US$ 80 milhões (alto para um filme de horror, mas baixo para um de super-heróis).
O que já é praticamente certo é que Os Novos Mutantes vai encerrar sua carreira como uma das menores bilheterias da história para um filme da Marvel ou da DC, conforme pesquisa publicada recentemente pelo analista da Forbes Scott Mendelson.
O longa terá uma arrecadação menor do que o notório desastre da Marvel Elektra, de 2005. O filme estrelado por Jennifer Garner arrecadou US$ 24,4 milhões nos EUA e US$ 57 milhões globalmente – números que Os Novos Mutantes dificilmente alcançará, e olha que nem estamos ajustando esses valores pela inflação.
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Em valores ajustados, Os Novos Mutantes certamente levou menos pessoas aos cinemas do que os clássicos fiascos da Marvel O Justiceiro: Em Zona de Guerra (que arrecadou míseros US$ 8 milhões em 2008) e Howard, o Pato (US$ 16 milhões nos EUA e US$ 38 milhões globalmente em 1986).
Se compararmos o longa com as adaptações da DC, então Os Novos Mutantes ao menos alcançou uma bilheteria superior às de Superman IV: Em Busca da Paz (US$ 16 milhões em 1987), Supergirl (US$ 14,3 milhões em 1984), Jonah Hex (US$ 10,5 milhões em 2010), Batman: A Máscara do Fantasma (US$ 5,62 milhões em 1993) e Aço (US$ 1,71 milhão em 1997), o esquecido fiasco estrelado por Shaquille O’Neil, que adaptava um dos personagens da DC que tentaram assumir o manto do Superman após a morte do herói no início dos anos 1990.
Entretanto, tudo isso é sem ajustar pela inflação – em valores ajustados, é certo que no mínimo Superman IV e Supergirl venderam mais ingressos que o recente filme dirigido por Josh Trank.
O que é mais interessante é que, segundo Mendelson, a performance de Os Novos Mutantes é digna de filmes que adaptam os quadrinhos de outras editoras afora a Marvel e a DC. Para você ter uma ideia do quanto as duas grandes editoras tem peso nos cinemas, basta dizer que, dos 84 longas que adaptam algum quadrinho e arrecadaram mais de US$ 100 milhões na bilheteria americana, apenas 15 deles são adaptações de outras editoras que não sejam a Marvel e a DC. Esse grupo inclui as Tartarugas Ninja (as versões de 1990 e 2014), os dois longas de Kingsman comandados por Matthew Vaughn, 300 e sua continuação, O Procurado, O Máscara de Jim Carrey, a trilogia Homens de Preto, Peanuts: O Filme, o drama estrelado por Tom Hanks Estrada da Perdição, Gasparzinho: O Fantasminha Camarada de 1995 e o (ainda fracassado) Cowboys & Aliens.
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Tirando esse pequeno grupo de sortudos, o resto das adaptações de quadrinhos que não sejam da Marvel ou da DC tem dificuldades para fazer sucesso. Já Os Novos Mutantes ainda tem o pedigree da Marvel, e mesmo assim conseguiu faturar menos do que coisas como o desastroso reboot do Hellboy do ano passado (US$ 21,9 milhões nos EUA e US$ 44 milhões globalmente). O terror de Josh Boone conseguiu empatar com o fiasco The Spirit, o longa de 2009 comandado por Frank Miller.
Mesmo sendo da Marvel, o longa agora se junta à Valerian e a Cidade dos Mil Planetas, Ghost in the Shell e o citado Hellboy no grupo de adaptações de HQs que deveriam iniciar franquias, mas acabaram com bilheterias bem fracas.
Claro, as condições em que Os Novos Mutantes chegou ao cinema não são ideais. Se não fosse pela pandemia, o longa teria tido uma estreia na casa dos US$ 20 milhões nos EUA, e sairia de cartaz em torno dos US$ 40 milhões a US$ 50 milhões na bilheteria americana, o que ainda não seria ideal, mas seria bem menos vergonhoso do que ficar atrás de Elektra. Como a Disney não tinha o menor interesse no filme, simplesmente o despejou nos cinemas. Se o longa fosse de fato uma prioridade para a Casa do Mickey, ele teria ficado para 2021, tal como aconteceu com Viúva Negra e Os Eternos.
E isso é um dos principais fatores na crise sem precedentes que vive a indústria cinematográfica americana. Veja, os Estados Unidos ainda estão em plena pandemia, e nem todas as salas de cinema no país estão operantes (nos maiores mercados cinematográficos de lá, Nova York e Los Angeles, elas continuam fechadas). Mesmo nos estados onde as salas estão funcionando, nem todas as pessoas sabem que elas estão abertas, ou então até sabem, mas não tem interesse em arriscar pegar Covid-19 com os longas que estão em cartaz.
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É um cenário desafiador para qualquer filme, e por conta disso os estúdios resolveram poupar seus principais blockbusters. Mulher-Maravilha 1984 foi para o Natal, Viúva Negra e um sem número de longas que deveriam sair este ano foram para 2021. Portanto, sem ter nenhum filme que justifique a ida aos cinemas, os longas em cartaz faturam bilheterias minúsculas, como é o caso de Os Novos Mutantes.
Vai levar ainda tempo e paciência para que a situação se normalize e as pessoas possam voltar a curtir aventuras de seus heróis preferidos na telona. Enquanto isso, o jeito é continuar aguardando.
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