Quando mudar não é evoluir: a nova aposta da Marvel no Venom
A Marvel revelou uma nova fase para o Venom, mas a mudança levanta mais desconfiança do que empolgação entre os fãs.

Em mais uma decisão editorial que soa apressada e pouco inspirada, a Marvel anunciou não apenas um novo visual para o Venom, mas também um novo hospedeiro para o simbionte.
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A novidade, no entanto, passa longe de gerar empolgação.
Na prática, o sentimento predominante não é curiosidade pelo potencial da história, mas apreensão quase automática sobre quais rumos criativos questionáveis o personagem vai enfrentar dessa vez.
Um visual bem executado, mas sem identidade
Visualmente, é justo reconhecer: o traje é competente e muito bem desenhado por Luciano Vecchio. O problema não está na execução artística, mas na concepção.
O novo design soa como uma reciclagem pouco disfarçada do Homem-Aranha dominado pelo Carnificina, sem identidade própria e sem um conceito forte que justifique sua existência além do impacto imediato.
O problema maior é editorial
Nos últimos anos, o editorial da Marvel parece operar em conflito constante com o próprio legado do Homem-Aranha e de seus personagens derivados, Venom incluso.
As histórias se acumulam com escolhas cada vez mais controversas, arcos narrativos confusos e decisões que parecem ter como principal objetivo gerar reação negativa e engajamento nas redes, em vez de construir boas histórias.
Afinal, agora, o Duende Verde é um herói, a Mary Jane é o Venom, o Peter tá no espaço e Paul, só vou dizer isso. Paul…
Provocar no lugar de contar boas histórias
Talvez a estratégia seja essa: provocar para manter o personagem em evidência. Afinal, narrativas realmente memoráveis têm sido raras tanto para o Homem-Aranha quanto para o Venom.
O problema é que esse tipo de abordagem cria desgaste. Em vez de curiosidade genuína, gera ceticismo imediato por parte do público.
Um Homem-Aranha preso no tempo
O aspecto mais frustrante desse cenário é a clara dificuldade da Marvel em permitir que o Homem-Aranha evolua.
O personagem está preso há mais de uma década em um ciclo repetitivo, girando em torno das mesmas crises, das mesmas perdas e das mesmas “voltas ao status quo”.
Os poucos respiros criativos
É verdade que houve bons momentos, especialmente entre 2015 e 2018, mas desde então a sensação é de queda contínua.
A única exceção recente que realmente trouxe fôlego criativo foi Ultimate Homem-Aranha, de Jonathan Hickman, que mostrou como ainda é possível contar histórias relevantes com o personagem quando existe uma visão clara.
E, curiosamente, uma das maiores reclamações sobre esse arco, apesar dele ser maravilhoso, é que o Homem-Aranha não é necessariamente o maior destaque, mas todo mundo, incluindo os coadjuvantes, se destacam igual.
Inclusive, eu como leitor, recomendo FORTEMENTE a aquisição de Ultimate Homem-Aranha.
Afinal, essa é uma das MELHORES versões do personagem já feitas, extremamente bem escrita pelo Jonathan Hickman e magistralmente ilustrado pelo Marco Chechetto.
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Mais um sintoma de um problema maior
Portanto, o novo Venom surge menos como uma oportunidade criativa e mais como mais um sintoma de um editorial sem direção, apostando em mudanças superficiais para mascarar a falta de propostas narrativas sólidas.
Resta torcer para que, dessa vez, exista algo de valor por trás da mudança. Mas, honestamente, no estágio atual, a torcida parece ser o máximo que dá para fazer.
E aí, você acha que esse novo Venom tem potencial ou parece só mais uma mudança vazia dentro do editorial da Marvel?
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