Quarteto Fantástico, o melhor e pior filme da Marvel de todos os tempos!

Quarteto Fantástico,

O Quarteto Fantástico é um dos grupos mais cultuados do Universo Marvel. A equipe foi o primeiro time de super-heróis criado pelo escritor-editor Stan Lee e o ilustrador Jack Kirby, em uma narrativa clássica que revolucionou o mercado dos quadrinhos com personagens mais humanos, e elementos tirados diretamente da ficção científica.

Depois de três grandes produções que decepcionaram o público e a crítica especializada, você já deve ter se perguntado o motivo dos estúdios nunca acertarem em um longa da super-família. A resposta é simples: de certa forma, eles já acertaram!

Em 1989, a Marvel Comics tentou aproveitar o sucesso explosivo do Batman de Tim Burton, e vendeu os diretos do Quarteto Fantástico para o estúdio alemão Constantin Film AG. A produtora adquiriu os direitos cinematográficos para uma adaptação da equipe, no entanto, o estúdio atrasou o desenvolvimento do filme e o prazo contratual chegava perto do fim. Se o contrato expirasse, a empresa teria que pagar uma multa de US$ 5 milhões à Marvel, a menos que começassem a produzir o longa até dezembro de 1992.

 

Uma vez que tanto o orçamento e CGI necessários para tal empreendimento estava em falta na época, eles optaram por fazer um filme de muito baixo orçamento produzido por Roger Corman e dirigido pelo diretor de musicais, Oley Sassone. Corman é um cultuado produtor, conhecido em Hollywood por produzir Filmes B, e inclusive já lançou as carreiras de diversos diretores e atores hoje em dia consagrados. Escrito em três semanas, o filme de Corman custou apenas $1,5 milhões e foi rodado em apenas 28 dias, mas na fase de pós-produção, o projeto estagnou.

 

Misteriosamente, parecia que o filme nunca seria finalizado. Corman e o diretor Oley Sassone decidiram completar o longa por conta própria, em segredo, longe do estúdio. A equipe chegou a contratar uma assessoria para promover o filme, e uma pré-estreia foi marcada em 1994, o que não aconteceu. Sendo acusado de ser uma “cópia ashcan”, usada apenas para garantir os direitos cinematográficos, o filme nunca foi lançado nos cinemas ou em qualquer mídia doméstica. A exibição foi cancelada na última hora por ordem dos produtores do filme.

 

Embora Stan Lee tenha afirmado que o longa nunca havia sido destinado a ser lançado, Corman e o produtor Bernd Eichinger afirmam que eles fizeram planos para que o filme tivesse ido aos cinemas. No entanto, assim que se deu conta do tamanho da catástrofe cometida, por meio do produtor Avi Arad, a Marvel comprou o filme pela mesma quantidade de dinheiro que a Constantin gastou produzindo o longa. Posteriormente, a Casa das Ideias ordenou que todas as cópias fossem destruídas. Isso porque na década de 90, a Marvel estava com dívidas de milhões e quase decretou falência. Naquela altura do campeonato, um péssimo filme de uma grande equipe só iria enterrar o caixão da editora.

 

Como falado, todas as cópias foram confiscados pelos produtores e o filme desapareceu. O que não se esperava é que uma delas resistisse, e logo em seguida se multiplicasse de tal maneira que veio a ser comercializada ilegalmente em convenções de quadrinhos. Com a chegada da Internet, essa versão pirata do filme foi parar em serviços de downloads, até ser disponibilizado no YouTube. O resultado disso é que o filme acabou virando uma lenda e todos que são fãs de verdade já teve vontade de assisti-lo, ou já fez isso.

 

­Na trama, Reed Richards (Alex Hyde-White) e Victor Von Doom (Joseph Culp) são amigos da faculdade. A cada década, um cometa radioativo passa pela órbita da Terra. Os jovens cientistas tentam transformar o asteroide em uma imensa fonte de energia através de uma invenção em conjunto. Mas um erro de cálculo de Victor causa a explosão do aparelho e ele é dado como morto. Dez anos depois, Reed constrói uma nave para ir até o tal cometa e tentar repetir o experimento, agora no espaço. Exatamente como nos quadrinhos, os tripulantes são Ben Grimm (Michael Bailey Smith) e os irmãos Johnny (Jay Underwood) e Sue Storm (Rebecca Staab).

 

Eles são atingidos por raios cósmicos, e o único meio de evitar que a nave exploda é utilizar um diamante, mas a joia havia sido substituída pelo Joalheiro, um dos capangas do filme. Reed dedica a missão para seu amigo falecido Victor Von Doom. Ao aterrissar na terra, os quatro descobrem que os raios cósmicos lhes deram poderes especiais: a estrutura corporal de Reed tornou-se elástica; Sue possui o poder de ficar invisível; Johnny pode literalmente ficar em chamas; e Ben se transformou em uma criatura com uma pele semelhante a uma pedra: O Coisa. Posteriormente, eles são mais tarde capturados pelos capangas de Victor, o monarca e rei da Latvéria, mais conhecido como: Doutor Destino.

 

Devo dizer que esse não é só o pior da Marvel, como também é o pior filme de super-herói de todos os tempos. Estou falando do pior dos piores, no fundo das profundeza abissais. A explicação absurda do porque cada um do grupo obtém seus poderes é inimaginável; Johnny Storm é cabeça quente, por essa razão ele se tornou o tocha humana; Reed Richards sempre estica sua carga horária de trabalho, e por esse motivo ele conseguiu a habilidade de se esticar. O nível da atuação é pior do que os desempenhos em novelas mexicanas, o diálogo é tão infantil que fará você rir com a introdução de cada nova cena. A história é fraca, o enredo é inacreditável, a maquiagem é patética e os efeitos especiais são risíveis (mas é bom se você considerar o orçamento)… E é por isso que eu absolutamente amo essa produção! Estranho?

 

Sim, é muito divertido. Se você puder apreciar esse terrível filme, reunir alguns amigos ao redor de uma mesa com pizza e pipoca, garanto que será uma ótima maneira de passar o tempo se divertindo. Roger Corman não é conhecido como o “Rei dos Filmes B” à toa. Ele faz filmes que, apesar de seus efeitos de baixo orçamento, terríveis atuações e roteiros inatos, possui um certo charme, algo que qualquer fã desse tipo de filme pode desfrutar. Quarteto Fantástico não é diferente. Claro, é um filme terrível, mas em toda a sua péssima qualidade, ainda é um filme prazeroso de se assistir, e por mais que ultrapassa os limites da mediocridade, é algo que eu tenho que amar por respeito aos personagens; além do simples fato de ter uma história extremamente bizarra e atraente.

 

Mesmo que possamos apenas ver este filme com sua qualidade podre no Youtube, tenho argumentos para motivá-los. A única maneira de usufruir esse filme é compará-lo a um episódio de Power Rangers ou qualquer telecine modesto com orçamento de US $ 1 milhão. É rápido e cômico, com toda a sua honestidade, o elenco aproveita o que eles podem. Por mais que as atuações sejam, ainda há uma energia proveitosa, pois o elenco é tão simpático que compensa. Uma trilha sonora humilde, mas que emana um espírito aventuresco, conforme eram nas primeiras histórias da equipe. Os uniformes são extremamente fiéis aos quadrinhos, O Coisa é o personagem mais desenvolvido dos quatros, com um arco bem mais interessante do que a versão de 2015, e tem expressões faciais que passam mais credibilidade do que o do Tim Story. Os vilões são absolutamente cafonas e fantásticos (sem trocadilho), este é facilmente o Dr. Destino mais fiel já adaptado.

 

O Joalheiro pode ser o membro do elenco mais impressionante, seu personagem é muito agradável, pois é praticamente o vilão Topeira dos quadrinhos. Ele é um chefão do crime que vive nos esgotos de Nova York com sua gangue, composta por qualquer tipo de estranho que o considerem um rei. O Joalheiro é um ladrão habilidoso, que exibe uma agilidade incomum e atléticas para um homem de seu porte físico.

 

Ele é feio e aparentemente fraco, mas possui um grande carisma, o suficiente para fazer com que seus homens o vejam como um líder. Ele ama profundamente a artista cega Alicia Masters, par romântico de Ben Grimm, mesmo que ela nem soubesse que ele existe. No filme, ele se sente como o duende de Warwick Davis tentando ser um ator de Shakespeare. Enquanto vive no subsolo, o Joalheiro é poético acerca da crueldade da superfície e de todo o mundo.

 

O Quarteto Fantástico de Roger Corman vem ganhando ao longo do tempo a reputação de “Filme Trash”, de maneira que conquistou uma base de fãs e é considerado por muitos um ‘‘Clássico Cult’’ de super-heróis. O caso foi resgatado pelo documentário Doomed: The Untold Story of Roger Corman’s The Fantastic Four, lançado em 2015. Dirigido por Marty Langford, o filme destrincha o espantoso fenômeno da produção.

 

O diretor do documentário acabou descobrindo que seu amigo de infância Mark Sikes trabalhou no filme como assistente de elenco, e Sikes tornou-se produtor executivo do documentário. Ele ainda tem os contratos dos atores que fizeram testes para o elenco do filme… entre eles, PASMEM! Mark Ruffalo, o nosso querido Bruce Banner, foi testado para interpretar o Dr. Destino! Além disso, várias entrevistas com o elenco original do filme estão no documentário e outras curiosidades. O objetivo do diretor é fazer com que um dia os estúdios liberem o filme em home vídeo:

 

“Nossa esperança é que tudo isso convença a Marvel de que o mercado está mais do que pronto para que o filme original do Quarteto Fantástico seja lançado”.

 

Todo o desenrolar da história, a qualidade da produção e uma forte base de fãs sendo formada, são particularidades que fazem o Quarteto Fantástico de 1994 ser definitivamente um ”Clássico Cult”. Agora, sendo propriedade da Marvel Studios, será esse filme verá a luz do dia oficialmente e em uma boa qualidade? Enquanto isso não acontece, algumas versões piratas do longa continuam na internet e é facilmente encontrado legendado no Youtube. Você já assistiu ou pretende assistir o Quarteto Fantástico de 1994? Deixe abaixo nos comentários!

 

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Agora que acabou a notícia, vejo o novo vídeo do nosso canal!

 

Redator do Legado da Marvel.
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