Viúva Negra pode ter estreia similar à de O Homem de Aço nos EUA

Na última semana, os especialistas em bilheteria do site Box Office Pro divulgaram as primeiras previsões de estreia para o primeiro filme da Marvel Studios da década: Viúva Negra. E as primeiras perspectivas para a muito antecipada (e muito atrasada) aventura estrelada pela heroína são bastante positivas.

Segundo os analistas, a estreia de Viúva Negra na América do Norte deve ficar entre US$ 90 milhões e US$ 130 milhões, com os números mais prováveis ficando em torno dos US$ 115 milhões. Sua bilheteria final seria entre US$ 220 milhões e US$ 320 milhões, com US$ 306 milhões sendo um número mais provável.

Na hipótese mais pessimista, a abertura de Viúva seria pouca coisa acima da de Doutor Estranho (US$ 85 milhões) e pouco abaixo da de Coringa (US$ 96 milhões). Na mais otimista, seria uma abertura parecida com as de Homem de Ferro 2 (US$ 128 milhões), Esquadrão Suicida (US$ 133 milhões) e os dois longas do Deadpool (US$ 132 milhões para o primeiro e US$ 125 milhões para o segundo). Sendo realista, porém, é provável que o filme comandado por Cate Shortland tenha uma estreia similar à de O Homem de Aço, cujos US$ 116 milhões foram um recorde para o mês de junho na época.

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Claro, a Disney ainda não começou a fase final do marketing do longa, quando então acionará todo o poder de marketing da Marvel para atrair multidões aos cinemas. Mas, mesmo sem isso, ainda são números bastante positivos, e com o potencial de crescer ainda mais. Não seria surpreendente ver Viúva estreando com números bem parecidos com os de Deadpool 2 em maio de 2018.

Após uma boa abertura, qual poderá ser a performance de Viúva Negra nos EUA?

Bem, vamos analisar o comportamento dos longas de maio da Marvel Studios. Eles se dividem em três categorias em relação ao seu desempenho após a estreia. Na primeira, temos Homem de Ferro e o primeiro Vingadores, dois longas que, apesar da concorrência em maio de seus anos (respectivamente, com Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal e MIB 3), se mantiveram firmes e fortes com ótimo boca a boca após seu primeiro fim de semana, de modo que suas estreias corresponderam a apenas pouco mais de 30% do que viria a ser suas bilheterias finais.

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Na segunda, temos os longas que se seguraram bem após a abertura, embora não tanto quanto os da primeira, com a estreia correspondendo a entre 36% e 38% de seus números finais, como foi o caso de Thor, Guardiões da Galáxia Vol. 2 e Vingadores: Guerra Infinita. Finalmente, na terceira, temos filmes com estreias gigantescas, mas que decaíram com mais rapidez: para Homem de Ferro 2 e 3, Capitão América: Guerra Civil, Era de Ultron e Ultimato, suas bilheterias do fim de semana foram entre 41% e 44% das finais.

No caso de Viúva Negra, o longa só enfrentará um adversário mais sério a partir de sua quarta semana, quando chega aos cinemas Velozes & Furiosos 9. Dessa forma, Natasha Romanoff terá o mês de maio quase todo para si, a não ser que Scooby! O Filme, que chega uma semana antes do novo Velozes, lhe provoque mais dano do que o esperado. 

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Assim, embora a própria presença do nono longa da franquia de ação e corridas impeça uma performance pós-estreia similar à de Os Vingadores, creio que podemos supor, na hipótese mais otimista, um desempenho parecido com o de Guardiões da Galáxia Vol. 2, que daria ao filme uma bilheteria final de US$ 306 milhões. Por outro lado, uma carreira mais parecida com a de Homem de Ferro 2 significaria que Viúva Negra sairia de cartaz com US$ 280 milhões.

Sendo assim, creio que, se as previsões do pessoal do Box Office Pro estiverem corretas, a bilheteria final mais provável para Viúva fique entre US$ 280 milhões (pouco abaixo da de O Homem de Aço) e US$ 310 milhões (parecida com a de Thor: Ragnarok e a dos dois primeiros Homem de Ferro). Se o público não tiver problemas em assistir a uma prequel sobre uma personagem que encontrou seu fim em Ultimato, Viúva Negra não terá problemas em ser o maior blockbuster em cartaz em maio. Aliás, a depender de como Mulher-Maravilha 1984, o próprio Velozes 9 e os infantis Soul e Minions: A Origem de Gru se saírem, Viúva terá uma grande chance de ser o maior longa do verão norte-americano (que para Hollywood vai de maio ao início de agosto).

A grande novidade desse ano é o coronavírus. Claro, todos esperam que a epidemia já esteja controlada em maio, e que os cinemas em muitos países afetados, inclusive nos EUA, possam funcionar normalmente. Hollywood a uma hora dessas está rezando para que a epidemia se normalize logo, e também para que ela não tenha um impacto tão mortal nas finanças e empregos das pessoas, para que elas possam continuar consumindo cinema normalmente. Vale lembrar que o COVID-19 já causou o adiamento de 007: Sem Tempo para Morrer, deixando os estúdios num dilema: apostar na continuidade da epidemia e adiar seus blockbusters, porém comprometendo suas finanças, ou apostar numa melhora da situação e manter as datas?

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O principal impacto do coronavírus é nas bilheterias de fora da América do Norte. Em uma situação normal, eu poderia dizer que Viúva Negra pode ter um desempenho parecido com o de Capitão América 2: O Soldado Invernal (64% de sua bilheteria arrecadada fora dos EUA) e sair de cartaz com uma bilheteria global entre US$ 770 milhões (similar aos dois Deadpool) e US$ 850 milhões (pouco abaixo de Ragnarok e Guardiões 2). Porém, não sabemos como estará a situação em maio e se os cinemas da China já terão reaberto.

De toda forma, sendo positivos e imaginando que até maio já poderemos frequentar os cinemas sem correr o risco de sermos infectados com o coronavírus, Viúva Negra tem tudo para ser um grande sucesso para a Marvel. Pode não ser do tamanho de um Guerra Infinita ou Ultimato, mas ainda assim será bastante grande. Quem sabe até a Marvel não convence Scarlett Johannssonn a retornar ao papel para mais aventuras como Natasha Romanoff? 

Que teriam de ser prequels, claro.

Leia TUDO SOBRE Viúva Negra!

Publicitário, formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais. Trabalho com Marketing Digital desde 2015. Apaixonado por bilheterias de cinemas, estudo o mercado cinematográfico brasileiro e estrangeiro já há vários anos, e desde 2017 sirvo como o principal analista de bilheterias para o Legado da Marvel.
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