Confira todos os recordes negativos que As Marvels quebrou em 2023
As Marvels é o maior fracasso da história do MCU nas bilheterias e vai dar enorme prejuízo para a Disney. Veja os recordes negativos que o longa quebrou.
As Marvels vai terminar sua carreira nos cinemas como a menor bilheteria da história da Marvel Studios, e de longe. São míseros US$ 199,8 milhões mundialmente, mais de US$ 60 milhões abaixo do longa que até então ocupava este posto nada honroso: O Incrível Hulk (US$ 265 milhões, e isso em 2008).
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Desde sua estreia, em novembro, o longa quebrou uma série de recordes negativos e infelizes, do tipo que pareciam impensáveis há quatro ou cinco anos atrás, quando a Marvel dominava o mundo do cinema.
São eles:
Menor bilheteria global da história da Marvel Studios – Como dito acima, As Marvels, com pouco menos de US$ 200 milhões arrecadados ao redor do planeta, vai ficar bem abaixo de O Incrível Hulk.
Menor bilheteria doméstica da história da Marvel Studios – Nos EUA e Canadá, o longa tem até o momento US$ 84,2 milhões, bem abaixo de, novamente, O Incrível Hulk, que chegou a US$ 134,8 milhões. E isso em 2008, quando o preço dos ingressos era bem mais barato do que hoje em dia, e enfrentando bem mais concorrentes (Kung Fu Panda, Zohan: O Agente Bom de Corte, Agente 86, WALL-E, O Procurado, Hancock, etc). Em comparação, a sequência de Capitã Marvel foi um dos únicos blockbusters de seu mês, juntamente com Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes e seu colega de Disney (e igualmente fracassado) Wish: O Poder dos Desejos.
Único filme da Marvel Studios a não ultrapassar a marca de US$ 100 milhões na bilheteria doméstica – Até As Marvels, todos os longas do MCU, não importa o quão mal recebidos tivessem sido pela crítica e/ou público, conseguiam faturar pelo menos US$ 100 milhões nos EUA/Canadá. Na verdade, 19 dos 33 longas da franquia (ou seja, quase 58% deles) fizeram isso em seu fim de semana de estreia, e 3 deles (Vingadores: Guerra Infinita, Vingadores: Ultimato e Homem-Aranha: Sem Volta para Casa) chegaram lá somente em sua primeira sexta-feira em cartaz. Mas não As Marvels. O longa vai encerrar sua carreira com cerca de US$ 85 milhões, o que equivale ao fim de semana de estreia de Doutor Estranho e Thor: O Mundo Sombrio.
Menor filme da Marvel Studios na bilheteria doméstica ajustado pela inflação – O Incrível Hulk podia ser até então a menor arrecadação absoluta do MCU nos EUA, com US$ 135 milhões. Porém, por ter saído em 2008, quando o preço dos ingressos era bem mais barato, seu total ajustado pela inflação é de quase US$ 200 milhões, acima de longas mais recentes como Eternos (US$ 164,8 milhões em 2021/US$ 167 milhões ajustado) e, claro, As Marvels, que, como você viu acima, não vai passar dos US$ 85 milhões. Ou seja, O Incrível Hulk vendeu mais do que o dobro dos ingressos para as salas de cinema norte-americanas do que As Marvels.
Pior fim de semana de abertura da história da Marvel Studios – O suplício de As Marvels começou já em seu pavoroso fim de semana de abertura, quando o longa arrecadou apenas US$ 46,1 milhões. É de longe a menor abertura do MCU, bem abaixo das de O Incrível Hulk (US$ 55,4 milhões) e Homem-Formiga (US$ 57,2 milhões em 2015). Para piorar, foi uma abertura pior que a de outros longas também fracassados da rival DC, como The Flash (US$ 55 milhões, bilheteria final de US$ 108 milhões) e Adão Negro (US$ 67 milhões, bilheteria final de US$ 168 milhões).
Maior queda no segundo fim de semana para um filme do MCU – Não bastou As Marvels ter estreado de forma pavorosa, o longa também teve que despencar na segunda semana. Foi uma queda de 78%, muito pior que a de Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania (70%). É curioso notar que 2023 foi o primeiro ano em que uma produção do MCU caiu mais de 70% na segunda semana, algo antes impensável e que desde o início do ano aconteceu duas vezes.
Falando nisso…
Terceira maior queda no segundo fim de semana para um filme que abriu com mais de US$ 10 milhões – Segundo o banco de dados do Box Office Mojo, o “título” de maior queda entre o primeiro e o segundo fim de semana na bilheteria americana é de Collide, um pouquíssimo conhecido filme de ação lançado nos EUA no início de 2017. Tal longa caiu 88% na segunda semana, quando enfrentou ninguém menos que Logan. Porém, se trata de um filme pequeno, de baixo alcance, exibido em pouquíssimas salas. A maioria dos longas no ranking de maiores quedas é assim, de circuito limitadíssimo e bilheteria microscópica. Assim, dentre os longas de maior queda que de fato tiveram lançamento amplo e abertura acima de US$ 10 milhões, os “campeões” são o remake de 2009 de Sexta-Feira 13 (80%), Halloween Ends (também 80%) e, claro, As Marvels (78%).
Evidentemente, isso faz do desastrado 33º longa do MCU a…
Maior queda na segunda semana da história para um filme da Marvel ou DC – Antes disso, o “recordista” deste ranking era Steel (um hoje totalmente esquecido longa lançado em 1997 estrelado por ninguém menos que Shaquille O’Neal sobre um herói da DC que surgiu nas HQs durante a saga da morte e o retorno do Superman, e que caiu 78%) e, entre os que de fato tiveram estreia acima de US$ 10 milhões, Morbius (74%).
Único filme do MCU a não cobrir seus custos de produção apenas com a bilheteria global – As Marvels será o primeiro longa da Marvel Studios cuja arrecadação global ficará abaixo do custo de produção. Todo filme de grande orçamento de Hollywood precisa ter uma bilheteria que ultrapasse não só o que foi gasto para produzi-lo como também os custos com a divulgação. Porém, As Marvels vai ficar bem abaixo disso, sem sequer cobrir os US$ 220 milhões necessários para produzi-lo. Ou seja, irá causar um prejuízo assustador para a Disney.
Por outro lado, em meio a todos esses recordes negativos, ao menos As Marvels quebrou um minimamente positivo:
Maior bilheteria global para um filme dirigido por uma mulher negra – Dirigido pela promissora cineasta Nia DaCosta (que não parece ter tido uma das melhores experiências de sua vida com o longa) As Marvels superou o colega de Disney Uma Dobra no Tempo (US$ 132 milhões em 2018), comandado pela aclamada diretora Ava DuVernay.
Infelizmente, tanto As Marvels quanto Uma Dobra no Tempo foram completos fracassos, e o fato de serem os únicos filmes comandados por mulheres negras a faturarem mais de US$ 100 milhões ao redor do globo retrata mais a completa falta de oportunidades que elas tiveram em cargos como os de direção na indústria do cinema norte-americana. Se Hollywood não se assustar com o fiasco desses dois longas e continuar dando oportunidades para mulheres negras comandarem espetáculos de grande orçamento, não demorará muito até que finalmente um deles se torne um verdadeiro blockbuster.
Mas enquanto isso não acontece, As Marvels tornou-se mais um dentre os numerosos e caríssimos fracassos que a Disney viu esse ano, juntamente com Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania, Indiana Jones e a Relíquia do Destino, Mansão Mal-Assombrada e A Pequena Sereia (cujos US$ 568 milhões global se mostraram insuficientes frente ao titânico custo de produção de US$ 250 milhões).
Ironicamente, 2023 foi o ano do centenário da Disney, o que transformou esse festival de fracassos numa humilhação histórica e dolorosa para a empresa. Um vexame inesquecível que confirmou a completa desmoralização da Disney, que até antes da pandemia parecia imbatível, frente a toda a indústria do entretenimento e os fãs.
Por conta disso, em 2024 o estúdio vai tirar o ano praticamente “de folga”. A principal responsabilidade de trazer grandes bilheterias para a Casa do Mickey no ano que está prestes a se iniciar ficará a cargo de poucos longas, como o marvete Deadpool 3 em julho, a sequência da Pixar Divertida Mente 2 em junho, a animação (?) prequel Mufasa: O Rei Leão em dezembro e a ficção científica Planeta dos Macacos: O Reinado em maio – este último, aliás, será o próximo blockbuster inédito que a Disney lançará nos cinemas, um semestre após As Marvels e Wish.
Nesse meio tempo, a empresa também levará pela primeira vez aos cinemas as bem recebidas animações da Pixar Soul, Luca e Red: Crescer é uma Fera, que estrearam exclusivamente no Disney+ durante o período pandêmico, e uma prequel da franquia de terror A Profecia em abril. Os exibidores agradecem, mas tais longas dificilmente trarão as grandes bilheterias que a indústria precisa.
Mas e você, o que acha de todos esses desastres para a Casa do Mickey no ano de seu centenário? As Marvels mereceu ser um fracasso tão humilhante? Comente aí abaixo!
Fontes: Forbes, The Numbers, Box Office Mojo.