Conheça a ABSURDA HQ da Marvel que inspirou a série do Gavião Arqueiro

Quem é o Gavião Arqueiro? No começo da década passada essa pergunta era relativamente fácil de ser respondida: ele é o cara das flechas dos Vingadores, aquele com uma roupa parecida com a do Wolverine, só que roxa.

Com uma mira certeira, o herói estava sempre lá para acertar aliens, robôs ou nazistas bem no meio da testa. Apesar do pouco destaque ao longo das décadas, o Gavião era um velho conhecido dos fãs. Subestimado e alvo de piadas, mas conhecido.

E quem é Clint Barton? Essa é uma pergunta um pouco mais difícil de ser respondida. Porque, mesmo sendo uma figura frequente nas histórias da Marvel, a vida pessoal do parça da Viúva Negra nunca foi muito explorada.

Tá a gente sabia que ele era fodão, que tinha tido uns rolos com algumas heroínas e tinha um irmão mais velho. Mas esse é o tipo de coisa que todo mundo sabe sobre todo mundo.

Pequenos heróis, grandes histórias

E foi assim até 2012, quando o premiado run de Matt Fraction e David Aja começou a ser publicado. Naquela época, fazer uma minissérie de um personagem menor de algum panteão de heróis não era novidade, décadas antes Stan Lee e Moebius já haviam feito um ótimo trabalho com o fabuloso Surfista Prateado: Parábola; mas não seria um exagero dizer que o arco de Clint Barton meio que revitalizou esse formato, um respiro de originalidade em meio a grandes sagas e batalhas cósmicas.

Só ver o tanto de personagem classe D ou E que vem protagonizando arcos densos e profundos nos últimos anos. Tom King se tornou mestre nisso, alçando Visão e Senhor Milagre ao prestígio que eles jamais tiveram, longe da necessidade de se conectar a eventos megalomaníacos.

Para os quadrinistas, é até preferível trabalhar com heróis e vilões do enésimo escalão da Marvel ou da DC, visto que qualquer mudança que eles façam em um grande personagem acarretará uma avalanche de críticas por parte dos fãs e um soterramento de click baits dos veículos de cultura pop.

Só ver o que aconteceu com o filho do Superman nos últimos dias. Agora, se você colocar o Gavião Arqueiro para lutar pelado contra uma gangue, ninguém vai ligar.

Sim, isso aconteceu nesse run.  E tá na hora de falar um pouco mais sobre ele.

Gavião Arqueiro: Mais que um vingador subestimado

Como eu disse antes, todo mundo já conhecia o Gavião Arqueiro e suas façanhas, como arrancar as próprias unhas para matar todo um esquadrão de bandidos (foi em Os Supremos 2, caso você esteja interessado), mas pouco vimos sobre seu alter ego. E essa é a grande sacada da HQ: mostrar quem é o Gavião Arqueiro quando ele não está ajudando a salvar o mundo.

Parece chato demais para você? Pois não é! Com um roteiro e uma arte igualmente dinâmicos, acompanhamos as confusões em que Clint Barton se mete, o que pode envolver algo bobo como ele saindo de casa para comprar etiquetas para suas flechas (ou você nunca se perguntou como ele sabe a diferença entre a flecha-pen-drive e flecha-garfo-para-salada?) ou algo mais sério como ser perseguido por assassinos de aluguel.

Em meio a tudo isso, vamos descobrindo mais sobre o passado do arqueiro, sua vida amorosa e seu problema de audição.

 

Kate Bishop

Ah, também tem a tão aguardada Kate Bishop! Diferente dos tradicionais side kicks dos gibis, a Gaviã Arqueira não poupa saliva na hora criticar o seu mentor e ter sérias brigas com ele. Enquanto Clint é um sujeito mais de boa, Kate é mais esquentada e impulsiva, fazendo a dinâmica entre os dois funcionar perfeitamente.

Com o passar das edições, Kate vai ganhando mais espaço, com edições inteiras dedicadas ao seu trabalho de heroína de aluguel.

Outro importante personagem dessa história é Lucky, o fofo cachorro adotado por Clint após uma treta com a máfia. O doguinho inclusive chegou a protagonizar uma edição. Isso mesmo, teve uma edição inteira sob o ponto de vista de um cachorro!

E é isso que faz Gavião Arqueiro, de Matt Fraction e David Aja, ser tão boa: a coragem e a liberdade para experimentar a cada edição.

Liberdade infinita

Pense em como os tradicionais gibizinhos de super-heróis costumam ser. Provavelmente eles têm lutas épicas, splash pages com momentos grandiosos, conexões com outros títulos, personagens em situações extremas… É mais ou menos isso, né?

Gavião Arqueiro é um pouquinho diferente, tanto na arte quanto no roteiro. Essa é uma HQ que se dá ao luxo de não se levar a sério, o que fica bem claro em determinados momentos, como quando Clint chama Tony Stark, uma das mentes mais brilhantes do universo Marvel, para ajudá-lo a instalar um DVD. São esses pequenos momentos bem-humorados que ao invés de diminuírem os personagens acabam por engrandecê-los.

Temos Clint adotando um cachorro caolho, Kate tentando se tornar uma heroína, os dois tentando se entender apesar de suas diferenças. São momentos assim que nos fazem temer pelo destino dos personagens quando as batalhas acontecem.

E por ser um título mais fora da curva, Gavião Arqueiro pode se permitir a ter edições totalmente impensáveis para os tradicionais quadrinhos de super-heróis. Tem a já citada edição do ponto de vista do doguinho Lucky, mas há outras que acabam não citadas. Uma das minhas favoritas é aquela que é quase que inteira em linguagem de sinais, nos colocando na pele de Clint com a iminente perda de audição.

Outra edição bem subestimada é a nº 6, que narra de forma não-linear como é uma semana “comum” na rotina de Clint Barton. Acredite, sair numa missão com os Vingadores é o menor dos problemas dele.

Essa perseguição foi recriada na série live-action!

E se o roteiro de Matt Fraction consegue sair do óbvio, a arte de David Aja não fica muito atrás. Com um traço que beira ao minimalismo, o ilustrador consegue imprimir a agilidade necessária para uma história sobre um herói que é um perito em armas. Algumas imagens, apesar de estáticas, parecem ter movimento próprio. Há página. Em vez de splash pages, temos momentos que mais parecem infográficos saídos da Mundo Estranho ou da Super Interessante.

Se você está cansado de quadrinhos super-heróis com suas sagas prometem mudar tudo até a saga seguinte reverter o que havia sido feito, deveria dar uma chande para Gavião Arqueiro. É um gibi honesto que cumpre com maestria a proposta de contar uma boa história desse que é tido por muitos como o herói mais inútil da Marvel. Talvez ele até se torne seu vingador favorito, como aconteceu comigo.

Sei que a série da Disney+ não vai ser uma adaptação 100% fiel, e nem precisa. Se for tão divertida quanto, já vou ficar bem feliz! A série estreia AMANHÃ no Disney+, então fique de olho no Legado da Marvel para mais informações.

 

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Apesar de não ter uma sinopse oficial, sabemos que Gavião Arqueiro se passará logo após os eventos de Vingadores: Ultimato, com Clint Barton treinando a jovem arqueira Kate Bishop. A série irá também mostrar mais do período onde Clint assumiu o manto de Ronin!

O elenco impressionante da série é formado por Jeremy Renner como o protagonista e Hailee Steinfeld como Kate Bisop. Além disso teremos o apoio de Vera Farmiga (Eleanor Bishop), Tony Dalton (Espadachim) e Vincent D’Onofrio (Rei do Crime). A atriz Florence Pugh, de Viúva Negra, também retorna como Yelena Belova!

A dupla Bert & Bertie e Rhys Thomas revezarão a direção dos episódios da série, que foram todos escritos por Jonathan Igla (Mad Men). A série está confirmadíssima para chegar ao Disney+ no dia 24 de Novembro de 2021!

Leia TUDO SOBRE Gavião Arqueiro!

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