[CRÍTICA] Vingadores: Ultimato é o “Senhor dos Anéis” de nossa geração!

[CRÍTICA]

Uma jornada! “Vingadores: Ultimato” é em todos os sentidos possíveis, uma jornada. Seja toda a caminhada do MCU ao longo desses 11 anos, seja o efeito devastador que “Vingadores: Guerra Infinita” teve na gente após tantas mortes, os meses sem saber qual seria o nome do filme, a ansiedade doentia pelo primeiro trailer, as milhares de teorias que surgiam a cada nova cena lançada.

Tudo isso não se encaixa com o lançamento de um simples filme de super-herói! Se você viveu pelo menos uma dessas coisas, você entende o quão profundo o Ultimato é para todos os fãs, e o quanto intenso foi esperar dia após dia para ver se isso tudo seria real. É real, e foi muito mais do que qualquer pessoa prometeu.

 

OBVIAMENTE, ESSA CRÍTICA CONTÉM SPOILERS PESADOS DO FILME! PROSSIGA POR SUA CONTA E RISCO!

 

 

O filme, que em 2014 era chamado de “Guerra Infinita: Parte 2” foi prometido como um grande evento de culminação dos 22 filmes da Marvel Studios desde o lançamento do primeiro “Homem de Ferro” em 2008. A promessa é dignamente cumprida, e o Ultimato pesa no coração como assistir o último episódio de uma série que você acompanha mensalmente, todos os anos, há mais de uma década. Obviamente, tivemos experiências e despedidas similares no cinema, como no oitavo e último filme do Harry Potter, mas quando se tem várias franquias e vários personagens completamente diferentes, amarrados na mesma história e fazendo parte do mesmo fim, é único.

 

A Marvel Studios revoluciona mais uma vez a forma de se fazer filmes de super-heróis, e exibe uma coragem e ousadia para calar a boca até do mais empenhado hater dos filmes do estúdio. A Marvel não tem consequências? Então tome 1 hora de filme com os heróis sofrendo sem conseguir viver em paz com a derrota que sofreram. Essa primeira parte do filme, é pesada. Todas as cenas, e cenários, são embaladas por um silêncio assustador! É possível sentir o arrepio e estranheza de se viver num mundo assombrado por tantos fantasmas e traumas. A duração de 3 horas é perfeita, e mesmo quando o ritmo vira para o humor e ação, o drama em nenhum momento é desrespeitado, ignorado ou deixado de lado.

 

O marketing do Ultimato é completamente diferente do que já foi feito com qualquer outro blockbuster na história, e felizmente, o filme inteiro é bem mais fora da caixinha do que as pessoas reconhecem. Todo essa abordagem aprofundada no sofrimento e luto dos heróis, vale também para a forma com que Thanos é retratado no filme. O personagem nunca foi um vilão comum, sendo emocionalmente mais bem trabalhado do que muitos heróis, e vê-lo no Ultimato, à princípio, vulnerável e humilde, vivendo uma vida de fazendeiro após o término de sua missão, é uma prova de que o Titã Louco estará marcado não só como o grande vilão dessa década, mas também um grande personagem.

 

 

Perfeito equilíbrio é o lema de Thanos, né? Os roteiristas Christopher Markus e Stephen McFelly, juntos dos Irmãos Russo, parecem ter entendido o recado perfeitamente, e o Ultimato vai te fazer chorar com todo o drama do filme, e também vai conseguir te fazer chorar de RIR! Afinal de contas, esse filme é uma celebração de tudo o que o estúdio fez, e não tinha como homenagear os principais eventos do MCU sem aproveitar a oportunidade de se divertir e zoar tudo o que fosse possível. Esse é o filme com mais humor dos Russos do que qualquer outro, se aproximando bem mais do estilo de humor das suas séries do que a politicagem de Guerra Civil. Essa liberdade dos irmãos, rende também as escolhas mais ousadas e inesperadas que qualquer diretor já ditou para algum personagem da Marvel.

 

Sim, eu estou falando das surpresas que cercam os personagens do Thor, e do Hulk. Ver esses personagens em formas e personalidades diferentes, é realmente um choque, mas por mais absurdo que possa ser, é aquele lembrete amigável de que você está vendo uma nova história, e não simplesmente um letreiro de “Fim”. Tudo que acontece nas cenas finais de Guerra infinita, aconteceu para que a história caminhasse até o ponto em que vimos no Ultimato. O Thor triunfante da Batalha de Wakanda foi o epílogo da história dum Thor que não achou outra razão pela qual viver após tantas perdas e um sentimento de culpa irreparável. O filme é sobre a perda, e a reconquista da esperança, e não há personagem que simbolize e exponha tanto essa jornada emocional do que ele. Esse filme não seria tão marcante assim, se só acontecessem coisas óbvias e previsíveis. Se fosse assim, os heróis teriam tido sua vitória ainda em Guerra Infinita e você não estaria lendo essa crítica agora.

 

O drama e o humor funcionam, e de brinde, temos a redefinição do quão ÉPICA a ação de um filme de heróis pode ser. Se você pirou com a megalomaníaca batalha final de Aquaman, talvez você precise pegar leve com o seu coração antes de assistir a hora final do Ultimato. Quando se assumiu que o filme teria 3 horas, todo mundo fez comparações com “O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei”, na expectativa que o filme da Marvel tivesse tanto tempo para a porradaria final, quanto para se despedir de todos os personagens.

 

E é sem nenhum exagero que eu digo que Vingadores: Ultimato É o Retorno do Rei dessa década, e da nossa geração. A batalha no QG dos Vingadores é grandiosa, e ver TODOS os heróis (os vivos e os ressuscitados) lutando juntos, é o maior presente que os marvetes de todas as idades e gerações vão ter. Para quem cresceu lendo HQs e admirando aquelas páginas duplas com um cenário inteiro preenchido por mais de 100 personagens caindo no soco, é um sonho virando realidade.

 

 

Fazendo jus à comparação com o final do Senhor dos Anéis, a batalha é magnífica, mas é a despedida dos personagens que comove ainda mais. Sem pressa, o filme dá um encerramento digno e coerente para a jornada de Tony Stark e Steve Rogers, e um adeus comovente para Robert Downey Jr. e Chris Evans. Os personagens recebem um FIM definitivo que nunca terão nas HQs! Claro, os heróis vivos, e os que ressuscitaram, carregam em si um extremo potencial de muitas outras histórias em seus filmes futuros, incluindo o Thor, que continua melhorando a cada filme e precisa aparecer logo na FASE 4 da Marvel, mas ainda assim, esse poderia muito bem ser o último filme da Marvel Studios, porque ele funciona maravilhosamente dessa forma.

 

Ver tamanha conclusão em um filme da Marvel, assim como não ter uma cena pós-créditos para nos manter animados e de olho no futuro do estúdio, pode causar um estranhamento, e é natural, o filme realmente é MUITO diferente de Guerra Infinita, em forma, tamanho e cor. Guerra Infinita é um blockbuster mais tradicional e mais dinâmico, direto ao ponto e mais fácil de assistir. E é por ser extremamente diferente, que o Ultimato é tão surpreendentemente bom. Após o estalo de dedos e a dizimação de metade da vida de todo o universo, a jornada de Thanos, e dos Vingadores, não poderia se encerrar de qualquer jeito. E entre 14 milhões de finais possíveis para o Ultimato, nós tivemos o melhor deles. Avante, e OBRIGADO, Vingadores!

 

NOTA: Se possível, MIL MILHÕES ou 3 MIL. Se não, aquela clássica nota 5/5!

 

 

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Se tem uma coisa que eu odeio, é gente sem integridade. Elvis de Sá, as pessoas me chamam de Senhor das Estrelas.
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