Os filmes de heróis mais lucrativos de 2018!

heróis mais lucrativos de 2018

Acha que só a bilheteria mundial conta toda a história acerca do sucesso ou fracasso de um filme? Pense novamente: filmes hollywoodianos são produtos caros e complexos, que precisam se pagar e ainda gerar lucro para o estúdio produtor através de uma grande variedade de formas, uma delas sendo a bilheteria. E os filmes de super-herói estão entre as produções mais dispendiosas da atualidade.

Para que você, o consumidor final, possa assistir aos seus heróis favoritos viverem aventuras na telona do cinema, o estúdio produtor primeiro precisa gastar centenas de milhões de dólares para produzir um filme com o escopo que o personagem merece. São investimentos em múltiplas áreas, que envolvem centenas dos melhores profissionais trabalhando incansavelmente, incluindo não apenas o elenco e a direção, mas também diretores de fotografia, roteiristas, maquiadores, (muitos) técnicos em efeitos especiais, músicos para compor e interpretar a trilha sonora, entre diversos outros.

Com o longa pronto, é necessário que pessoas ao redor de todo o mundo o assistam para justificar o investimento. Para isso, o estúdio gasta centenas de milhões investindo em publicidade, com anúncios na televisão, no rádio, na internet, banners e pôsteres espalhados pelas ruas das cidades, etc. Membros do elenco, da direção e da produção viajam ao redor do mundo para dar entrevistas e promover o filme, influenciadores são contratados para falar do longa, enquanto acordos de publicidade são feitos com outras marcas, gerando ainda mais exposição.

Além desses gastos, muitos estúdios também firmam parcerias com os principais artistas de seus longas, como atores, diretores e produtores, de modo que eles recebem bônus adicionais além de seus cachês – as chamadas participações. É uma forma de manter um bom relacionamento com os artistas e garantir que eles participem de continuações caso o filme seja um sucesso.

Quando chega o fim de semana de abertura, o estúdio precisa firmar acordos de exibição com redes de cinema ao redor do mundo, o que inclui, no caso dos grandes blockbusters, decisões sobre se o longa ocupará as salas mais caras (como o IMAX, por exemplo) e por quanto tempo. Tipicamente, o preço pago por um ingresso é dividido entre o exibidor e a distribuidora, com esta recolhendo entre 35% a 50% da bilheteria, dependendo do país, e 25% na China – a Disney, sabendo da força de suas franquias, tem pressionado os cinemas nos últimos anos para ficar com uma fatia maior da bilheteria, o que poderia prejudicar diversos pequenos exibidores.

Enfim, como o estúdio não fica com toda a bilheteria de um filme, é necessário que ele encontre também outras formas de explorar comercialmente aquele longa. E é aí que entram as vendas dos direitos de transmissão do longa para canais de televisão abertos e fechados e serviços de streaming. A Disney, por exemplo, deixará de ganhar milhões vendendo seus filmes de 2019 para a Netflix americana, mas espera recuperar esse dinheiro com assinaturas do Disney+, que será um serviço mais forte se contar com os blockbusters da Casa do Mickey.

Outras formas de uma distribuidora faturar em cima de um filme incluem também acordos de licenciamento: um estúdio permite que outra marca explore personagens, cenas e situações do filme por uma taxa, o que gera exposição para todos os envolvidos. O estúdio fatura com o licenciamento, enquanto a marca se promove ao se associar com um longa de sucesso. Um exemplo notório é a produção de brinquedos relacionados ao filme.

Ufa! Como dá para ver, a bilheteria conta apenas uma parte da história financeira de um blockbuster. Por isso, para que se tenha um maior entendimento acerca do sucesso ou fracasso de um longa, todos os anos analistas do Deadline, um importante site de notícias sobre o mundo do entretenimento norte-americano, calculam quais foram os rendimentos totais e os gastos totais que os estúdios tiveram com cada filme para então ver quanto de lucro (ou prejuízo) ele gerou para sua distribuidora.

Em 2018, dos 10 filmes mais lucrativos do ano, seis são de super-heróis, novamente atestando a dominância do gênero na Hollywood atual. Por isso, nesse artigo especial do Legado da Marvel, você vai descobrir quais foram os filmes de heróis que mais geraram lucro para seus estúdios e o tamanho de seu sucesso.

Acompanhe com a gente!

1º Lugar: Vingadores: Guerra Infinita

Rendimentos totais para o estúdio: US$ 1.275 bilhão

Despesas totais: US$ 775 milhões

Lucro: US$ 500 milhões

Retorno*: US$ 1,65

A Disney não economizou nem um centavo na hora de produzir o encontro entre todos os seus heróis mais famosos (e lucrativos) que se uniriam numa batalha épica contra o vilão Thanos. Apenas o custo de produção de Guerra Infinita foi de US$ 325 milhões, o que faz dele um dos filmes mais caros de toda a história. Em seguida, a Disney desembolsou mais US$ 150 milhões em anúncios ao redor do mundo para promover o blockbuster do ano passado. Além disso, como Guerra Infinita trouxe um elenco numeroso e recheado de estrelas, os gastos com bônus para os artistas chegaram a US$ 140 milhões. Tudo isso, fora outros custos que um filme desse tamanho gerou.

Felizmente para o Mickey Mouse, tanto investimento valeu a pena. Guerra Infinita foi de longe o maior filme de 2018 mundialmente, gerando mais de US$ 2 bilhões em bilheteria mundial, incluindo US$ 678 milhões nos EUA, US$ 360 milhões na China e mais de US$ 1 bilhão nos outros países. Mesmo descontando a porcentagem disso que fica para o estúdio, Guerra Infinita ainda gerou mais centenas de milhões para a Disney em home entertainment, streaming e vendas para canais de televisão.

No fim das contas, o filme colocou quase US$ 1.3 bilhão nos cofres do Tio Patinhas, o que, descontados os gastos com o longa, geram um lucro de incríveis US$ 500 milhões. É a terceira vez que a Disney possui o filme mais lucrativo do ano desde que o Deadline começou a divulgar esses dados – a Casa do Mickey já havia liderado antes com os dois últimos Episódios de Star Wars.

2º Lugar: Pantera Negra

Rendimentos totais para o estúdio: US$ 993,8 milhões

Despesas totais: US$ 517 milhões

Lucro: US$ 476,8 milhões

Retorno*: US$ 1,92

Os heróis de Wakanda viraram uma máquina de imprimir dinheiro para a Disney. Pantera Negra arrecadou inacreditáveis US$ 700 milhões na bilheteria americana (da qual os estúdios recolhem uma porcentagem maior), US$ 105,6 milhões na China e US$ 541,4 milhões nos outros países, gerando um total de US$ 1.34 bilhão mundialmente. Além disso, o estúdio arrecadou quase US$ 400 milhões adicionais em vendas para home entertainment e canais televisivos.

Todo esse sucesso foi necessário, pois a Disney não economizou para trazer o mundo de T’Challa às telas do cinema. O estúdio gastou US$ 200 milhões apenas para produzir o longa, uma quantia muito maior do que eles tipicamente costumavam gastar em filmes solo de origem da Marvel. Para promover o filme foram outros US$ 150 milhões, enquanto as participações para os artistas chegaram a US$ 45 milhões.

Mesmo assim, o longa foi um sucesso de proporções absurdas para a Disney e gerou quase US$ 1 bilhão em rendimentos para o estúdio. Descontados os poucos mais de US$ 500 milhões que ele gastou para produzi-lo, e o Mickey teve um lucro de incríveis US$ 476,8 milhões com T’Challa, Shuri e Okoye, pouco menor que o de Guerra Infinita.

Isso fora os Oscar que o longa levou para a casa, prestigiando ainda mais a marca do MCU!

3º Lugar: Os Incríveis 2

Rendimentos totais para o estúdio: US$ 929,4 milhões

Despesas totais: US$ 482 milhões

Lucro: US$ 447,4 milhões

Retorno*: US$ 1,93

A medalha de bronze dentre os filmes mais lucrativos do ano também ficou (que surpresa) para a Disney, que produziu no ano passado um dos maiores sucessos animados de todos os tempos.

Tipicamente, os blockbusters produzidos pela Pixar, apesar de animados, não são baratos, e esta segunda aventura da Família Incrível não foi exceção: para trazer a visão do diretor Brad Bird à vida, a Disney precisou desembolsar US$ 200 milhões. Para promovê-lo, foram outros US$ 150 milhões em gastos com publicidade mundial. As participações não chegaram a um valor tão exorbitante, porém: foram apenas mais US$ 15 milhões. Somando tudo, a Disney precisou de gastar quase meio bilhão para que o longa chegasse às telas.

Ainda assim, tanto investimento acabou se pagando. Os Incríveis 2 faturou imensos US$ 608 milhões nos EUA, de longe a maior bilheteria para um filme familiar e para uma animação, bem como o quarto maior filme de heróis no país, em valores não ajustados. Some isso a US$ 634 milhões internacionalmente e o longa tem US$ 1.24 bilhão em bilheteria global, a segunda maior animação da história, atrás apenas do também produzido pela Disney Frozen. Some a porcentagem disso que fica para o estúdio com US$ 340 milhões em vendas para canais de televisão e serviços de streaming, e o longa acabou trazendo US$ 929,4 milhões em rendimentos para a Casa do Mickey.

Descontados os custos de produção, Os Incríveis 2 gerou quase US$ 450 milhões de lucro para seu estúdio. Trata-se de uma quantia exorbitante para uma animação para toda a família.

Isso também evidencia a dependência da Disney de seus super-heróis. Como você pode ver, os três maiores filmes de heróis do ano passado do estúdio geraram quase US$ 1.5 bilhão de lucro para o Mickey.

4º Lugar: Aquaman

Rendimentos totais para o estúdio: US$ 732,5 milhões

Despesas totais: US$ 472 milhões

Lucro: US$ 260,5 milhões

Retorno*: US$ 1,55

O Aquaman pode ter sido um personagem muito ridicularizado ao longo de toda a sua existência, e o DCEU não tem o melhor dos históricos em relação a crítica e bilheteria. Mesmo assim, a Warner não se intimidou e desembolsou US$ 200 milhões para a criação do épico subaquático. Os US$ 148 milhões adicionais gastos com publicidade tinham como objetivo vender o personagem interpretado por Jason Momoa como um herói carismático e capaz de ter sua própria aventura levada a sério, bem como convencer os espectadores de que a DC ainda conseguiria entregar um espetáculo visual à altura dos da Marvel. Participações para os artistas chegaram a US$ 30 milhões. No total, o Pernalonga gastou US$ 472 milhões para levar o Rei de Atlântida para os cinemas.

Surpreendentemente, Aquaman tornou-se um sucesso ainda mais do que muitos estavam prevendo. Na China, onde ele estreou primeiro, o herói da DC veio a abrir com quase US$ 100 milhões, chocando analistas no mundo inteiro – o longa saiu de cartaz no país oriental com pouco menos de US$ 300 milhões, o quarto maior filme hollywoodiano da história por lá. Todo esse interesse dos chineses se repetiu no resto do mundo, com o longa comandado por James Wan se tornando o primeiro de sua franquia a faturar mais de US$ 1 bilhão mundialmente. Na realidade, Aquaman acabou ultrapassando Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge para se tornar o maior filme inspirado por um personagem da DC na bilheteria global.

Somado com os rendimentos com streaming e home entertainment, Aquaman acabou gerando US$ 732,5 milhões aos cofres da Warner. Seu lucro foi de US$ 260,5 milhões. Como notado pelo Deadline, o filme gerou um lucro apenas 3% maior que o de Mulher-Maravilha, apesar de ter passado do bilhão. Isso se deve ao fato de que o longa estrelado por Gal Gadot ter faturado mais que Aquaman nos EUA (onde, como dito acima, a porcentagem da bilheteria que fica para os estúdios é maior), e também pelo personagem subaquático ter saído bem mais caro do que a heroína, o que era de se esperar, afinal, filmes que envolvem água não são baratos de se produzir.

5º Lugar: Venom

Rendimentos totais para o estúdio: US$ 564,9 milhões

Despesas totais: US$ 318 milhões

Lucro: US$ 246,9 milhões

Retorno*: US$ 1,78

A batalha para produzir um filme solo do famoso vilão do Homem-Aranha Venom não foi fácil. O diretor Ruben Fleischer e o ator Tom Hardy foram contratados em 2017, e tiveram conflitos durante a produção – o primeiro queria um tom mais sério e o astro de Mad Max: Estrada da Fúria queria algo mais engraçado (o filme acabou providenciando ambos). Houveram diversas refilmagens e, quando o longa saiu, as críticas foram péssimas.

Nada disso impediu que ele fosse um sucesso monumental. Ele abriu com US$ 80 milhões nos EUA, a maior abertura no país para o mês de outubro, e veio a faturar US$ 213,5 milhões domesticamente. Além disso, o longa foi um sucesso de proporções inacreditáveis na China: por lá, Venom abriu com US$ 111 milhões e saiu de cartaz com US$ 272,2 milhões, o quinto maior filme americano da história na bilheteria chinesa. Aliás, o sucesso na China foi tão grande que a quantia arrecadada no país representa 42,4% de toda a bilheteria internacional (fora dos EUA) do anti herói parasítico.

No fim das contas, Venom acabou gerando um lucro maior para a Sony do que Homem-Aranha: De Volta ao Lar, apesar deste ter tido uma bilheteria americana e global maior: foram US$ 247 milhões para o simbionte contra US$ 200 milhões do aracnídeo. Isto se deve ao fato de que os custos combinados de produção e marketing de Venom (US$ 227 milhões, sendo US$ 100 milhões para a realização do filme e US$ 127 milhões para promoção) foram bem menores do que os do longa estrelado por Tom Holland (que custou US$ 332 milhões aos cofres da Sony).

Ou seja, o Cabeça de Teia pode até ter sido mais aclamado, mas os baixos custos de Venom e sua grandiosa bilheteria mundial (turbinada pela China) ajudaram para que o simbionte gerasse lucros maiores para seu estúdio. E pode apostar que os executivos da Sony estão neste momento lendo diversos quadrinhos do Homem-Aranha para descobrir quais outros personagens eles podem transformar em filmes tão lucrativos quanto esta primeira aventura do parasita espacial.

6º Lugar: Deadpool 2

Rendimentos totais para o estúdio: US$ 617,4 milhões

Despesas totais: US$ 382 milhões

Lucro: US$ 235,4 milhões

Retorno*: US$ 1,62

Depois do imenso sucesso de Deadpool, a Fox não perdeu tempo e logo produziu uma sequência para o herói mais zoeiro da Marvel. Diferentemente do primeiro filme, que teve uma jornada difícil para as telas do cinema, desta vez Deadpool 2 foi o principal blockbuster do estúdio para a temporada de meio de ano de 2018. Para que o longa pudesse ser competitivo frente a Guerra Infinita, a Fox quase dobrou o custo de produção do filme em relação ao primeiro: US$ 110 milhões contra US$ 58 milhões. Além disso, o estúdio gastou mais também para promover o longa globalmente: US$ 135 milhões contra US$ 120 milhões. As participações aqui chegaram a US$ 60 milhões. No total, os gastos da Raposa com Deadpool 2 chegaram a quase US$ 400 milhões.

Felizmente para o estúdio, o filme foi um sucesso. Claro, ele pode não ter alcançado (por pouco) o seu antecessor na bilheteria americana, porém acabou por superá-lo globalmente, graças à versão “para menores” Era Uma Vez um Deadpool, que acrescentou outros US$ 50 milhões (sendo US$ 41,6 milhões disso na China) ao montante arrecadado. Enfim, somadas a porcentagem da bilheteria que foi para o estúdio com as vendas para a TV e streaming, a Fox arrecadou US$ 617,4 milhões.

Descontados os custos de produção, e o lucro de Deadpool 2 é de US$ 235,4 milhões. Uma quantia considerável, embora abaixo do lucro do primeiro filme, que foi de US$ 322,2 milhões. Claro, como dito acima, Deadpool 2 saiu mais caro que o primeiro e arrecadou menos nos EUA. Ainda assim, o divertido anti-herói interpretado por Ryan Reynolds permanece lucrativo o bastante para que agora seu novo estúdio, a Disney, produza mais de suas aventuras insanas.

*Quantos dólares cada filme gerou para o estúdio a cada dólar investido nele.

Publicitário, formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais. Trabalho com Marketing Digital desde 2015. Apaixonado por bilheterias de cinemas, estudo o mercado cinematográfico brasileiro e estrangeiro já há vários anos, e desde 2017 sirvo como o principal analista de bilheterias para o Legado da Marvel.
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