Os Novos Mutantes chega aos 30 milhões enquanto os cinemas sofrem
Em seu terceiro fim de semana em cartaz nos EUA Os Novos Mutantes arrecadou mais US$ 2 milhões. O longa ficou em segundo lugar no fim de semana, logo atrás dos US$ 6,7 milhões arrecadados pelo blockbuster de Christopher Nolan Tenet.
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No total, são US$ 15,2 milhões em três semanas arrecadados pelo filme na América do Norte e mais US$ 14 milhões em outros países. Globalmente, a bilheteria do filme é de US$ 29,2 milhões – ainda bem abaixo do necessário para cobrir os US$ 80 milhões que ele precisou para ser feito.
Sua queda em relação à semana anterior foi de 32,5%, o que é bem decente, aliás. Trata-se de uma queda melhor que as enfrentadas por seus colegas de franquia como X-Men: Fênix Negra (62%, porém competindo com a estreia de Toy Story 4), Logan (53%, competindo com a abertura de A Bela e a Fera), X-Men: Apocalipse (56%) e Dias de um Futuro Esquecido (também 53%).
Claro, Tenet e Os Novos Mutantes são os únicos blockbusters em cartaz nos cinemas americanos, ao passo em que os outros longas da franquia brigavam com adversários fortes. Ambos permanecerão como as únicas opções em cartaz por várias semanas à fio ainda – ao menos até a estreia de Morte no Nilo e a animação Connected em 23 de outubro. Com isso, é possível que Os Novos Mutantes se segure de maneira decente, sem sofrer quedas muito grandes.
O problema é que é difícil prever como a pandemia vai se comportar nos próximos dias. E, enquanto Tenet e Os Novos Mutantes faturam abaixo do que seria o normal, muitos especialistas criticam se ambos os longas não estariam fazendo mais mal do que bem aos cinemas.
Falei um pouco disso em um artigo recente sobre a estreia de Viúva Negra, mas vale a pena repetir. Os cinemas americanos enfrentam um desafio como nunca antes, e é difícil prever como poderão sair dessa.
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Eis o que está ocorrendo: quando foi determinado que os cinemas poderiam voltar no final de agosto, a indústria esperava contar com uma série de blockbusters novos em folha que atrairiam o público de volta após cinco meses longe das salas escuras: Tenet, Os Novos Mutantes, Mulan, King’s Man: A Origem e, em outubro, Mulher-Maravilha 1984. O problema é que, graças à pandemia, os cinemas de grandes cidades nos EUA, responsáveis por uma boa parcela da bilheteria, como Nova York, Los Angeles e San Francisco, ainda permanecem fechados.
Desse modo, quando os novos lançamentos começaram a chegar, encontraram apenas 65% dos cinemas norte-americanos (incluindo os do Canadá) abertos. Isso, somado à resistência de muitas pessoas em retornar aos cinemas sem uma vacina contra Covid-19 ainda (apesar de todas as medidas de segurança), desanimou muitos estúdios.
A Disney, por exemplo, decidiu lançar Mulan direto em seu serviço de streaming, o Disney+ (embora quem queira assistir à guerreira chinesa precise pagar um preço adicional afora a assinatura) e passou King’s Man: A Origem para 2021. Já a Warner resolveu adiar Mulher-Maravilha 1984 para o Natal desse ano.
Assim, os cinemas reabriram, porém encontraram poucos filmes em cartaz, no caso, apenas Tenet (graças à insistência de Christopher Nolan, que deve ter imaginado que seu filme sozinho salvaria os cinemas) e Os Novos Mutantes (que só não foi para o streaming porque acordos antigos obrigavam que longas da extinta Fox fossem para a HBO). E nenhum dos dois filmes está conquistando bilheterias extraordinárias.
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Com as salas reabertas, os exibidores precisam arcar com diversos custos: pagamento de funcionários, aluguel do espaço, energia elétrica… Em tempos normais, a bilheteria e a venda de produtos na bombonière já eram o suficiente para cobrir tais gastos e ainda gerar lucro. Entretanto, quando se tem em cartaz apenas dois blockbusters com fraca bilheteria e uma série de filmes independentes cuja audiência é minúscula, fica bem mais difícil arcar com todas as dívidas.
A solução então seria fechar e reabrir daqui a um mês, com as salas prontas para o retorno (agora sim) definitivo dos blockbusters, no caso Mulher-Maravilha 1984, Viúva Negra, 007: Sem Tempo para Morrer, Soul e Duna, certo? Nem tanto: o rendimento das empresas cinematográficas seria cortado, e isso poderia trazer prejuízos seríssimos. Já foi difícil passar cinco meses sem receber um único centavo, mais um mês poderia ser mortal.
Este é o dilema que os exibidores americanos enfrentam: permanecerem abertos, mas no prejuízo, por mais algumas semanas, na esperança de que a bilheteria aumente quando as salas de Nova York, Los Angeles e San Francisco reabrirem, ou permanecer totalmente fechados, no aguardo de filmes mais interessantes financeiramente, com menos dívidas – mas também sem nenhuma renda e, claro, nenhuma garantia de que a situação futura vá ser melhor.
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Vale lembrar que essa triste situação é apenas nos EUA. Os cinemas da Europa e da Ásia já retornaram às atividades normalmente. A China, o país de origem da pandemia, inclusive já tem o primeiro blockbuster real do pós-Covid 19: o filme de ação local filmado em IMAX The Eight Hundred, que já faturou mais de US$ 330 milhões no país. Até mesmo no Canadá os cinemas retornaram, e o país foi palco da estreia mundial do novo longa do Bob Esponja (que será lançado em streaming nos EUA e em boa parte do mundo).
Nos Estados Unidos, porém, a situação se desenvolve de forma trágica para toda a indústria do entretenimento. Vamos esperar que essa tempestade passe logo e possamos voltar a curtir as aventuras dos nossos heróis preferidos na telona!
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