Bilheteria BR | Homem-Aranha enfrenta Optimus Prime

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Estão sendo férias de julho bem agitadas nas bilheterias brasileiras. Em sua terceira semana de exibição, Homem-Aranha: De Volta ao Lar teve de duelar contra animações infantis e com seu maior adversário até então: a chegada de Transformers: O Último Cavaleiro às salas nacionais no último dia 20. Neste confronto de titãs, o filme estrelado por Tom Holland e Michael Keaton caiu do primeiro para o terceiro lugar nas bilheterias do fim de semana. A quinta aventura de Optimus Prime e Bumblebee ocupou a primeira posição e teve uma estreia decente, embora abaixo da de seu predecessor imediato na franquia, A Era da Extinção (até então a maior bilheteria dos Transformers no Brasil), enquanto Meu Malvado Favorito 3, com uma performance surpreendente, manteve a segunda posição no Top 10 semanal e ultrapassou Mulher-Maravilha para se tornar o terceiro filme mais visto de 2017 no país.

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Quanto a De Volta ao Lar, o longa da Marvel continua desempenhando tão bem em nosso país que está impressionando até os analistas gringos: segundo o Deadline, o Brasil representa uma das maiores bilheterias internacionais (leia-se fora dos EUA) para o novo Aranha, com US$ 25,7 milhões, atrás do Reino Unido, mas à frente do México, da França e da Alemanha. É um resultado similar ao de Mulher-Maravilha, no qual o nosso país é o terceiro maior mercado para a aventura da DC, atrás de Estados Unidos e China. Aos poucos, os estúdios hollywoodianos tem percebido a importância do Brasil para as bilheterias de seus filmes de super-heróis, sejam eles do MCU, DCEU ou da Fox, e o carinho do brasileiro para com tais produções (com a exceção dos Guardiões da Galáxia, que, por algum motivo, ainda não decolaram em nosso país da mesma forma que outros longas de heróis).

Em reais, Homecoming rendeu quase R$ 82 milhões aos cofres da filial tupiniquim da Sony. Foram mais 574.710 pessoas no cinema neste fim de semana, totalizando mais de 5,2 milhões de ingressos vendidos até agora. Com isso, De Volta ao Lar ultrapassou o público total de ambos os filmes de Andrew Garfield (5,1 milhões de ingressos vendidos para o primeiro, e 4 milhões para o segundo). Nas próximas semanas, ele deve ultrapassar os 6,1 milhões de Homem-Aranha 3 para se tornar o terceiro filme mais visto do Cabeça de Teia no Brasil, atrás apenas dos dois primeiros de Sam Raimi.

Em geral no Brasil, os filmes de super-herói ou caem bruscamente na segunda semana apenas para se estabilizar na terceira, ou se mantém de forma decente na segunda e despencam na terceira. De Volta ao Lar quebrou um pouco esse molde: o longa caiu 40,49% em relação à semana passada (uma sustentação decente para um filme do MCU ou do DCEU na terceira semana de exibição). Tal queda foi pouca coisa melhor que a de sua segunda semana em relação à estreia (42,7%). Poucos filmes possuem esse privilégio, entre eles, Capitão América: Guerra Civil, Esquadrão Suicida, X-Men: Dias de um Futuro Esquecido e os dois últimos da trilogia do Batman de Nolan. Isso é um bom sinal, significando que o filme está realizando um trabalho decente ao reter sua audiência com o passar dos dias. Afinal, tão importante quanto estrear bem é manter seu público nas semanas seguintes, pois isso denota um bom boca a boca do longa entre a audiência (os fãs assistem na estreia e espalham para os amigos, que retornam às salas nos dias seguintes).

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E o Homem-Aranha vai precisar de todo o boca a boca que puder reunir para os próximos dias, conforme novos concorrentes, como os aclamados Dunkirk, Em Ritmo de Fuga, a ficção científica Planeta dos Macacos: A Guerra e a space opera Valerian chegam às salas brasileiras. A partir de agora, duas coisas podem acontecer: ou De Volta ao Lar pode cair mais bruscamente, conforme perde salas para seus concorrentes, ou ele pode simplesmente ignorar a concorrência e continuar sendo a melhor opção para o público médio que não acompanha o universo do cinema a ponto de saber (ou se importar) se Christopher Nolan, Edgar Wright e Luc Besson estão com filmes novos, ou achar o novo Macacos pesado e violento demais.

Ambos os casos possuem precedentes: Esquadrão Suicida e Guerra Civil aos poucos viram seu público se esvair a partir da quarta semana, que trouxe as estreias de uma série de competidores, inclusive pelo mesmo público-alvo (como Star Trek: Sem Fronteiras e X-Men: Apocalipse, respectivamente). Dias de um Futuro Esquecido, por sua vez, teve uma situação mais confortável que outros filmes de super-herói entre maio e julho de 2014, pois seus maiores concorrentes foram filmes para o público familiar/infantil (Como Treinar Seu Dragão 2, Malévola) e o drama teen A Culpa é das Estrelas. Dessa forma, o épico mutante comandado por Bryan Singer foi praticamente a única opção em cartaz para quem queria assistir a um blockbuster de super-heróis, com ação, aventura e efeitos especiais, durante quase três meses.

Eu consigo ver algo similar ocorrendo no caso de Homecoming: Dunkirk, Valerian e Baby Driver aparentemente são o tipo de filme que geram conversas entre os cinéfilos mais ferrenhos, mas nem tanto entre o público médio, de forma que Planeta dos Macacos (cujo antecessor, O Confronto, teve ótima bilheteria no Brasil há três anos) e Transformers seriam os maiores adversários do Homem-Aranha. Nos próximos dias, já poderemos ter uma resposta mais clara de qual será a bilheteria final no Brasil de Homecoming, porém, matematicamente, Peter Parker ainda tem chances na briga com Logan e Diana Prince pelo título de filme de super-heróis mais visto do ano no Brasil.

Confira a tabela com as top 10 bilheterias do fim de semana no Brasil:

Bilheteria Brasil de 20/07/17 a 23/07/17: