Custo para fazer um filme da Marvel subiu 60% após pandemia

Dados divulgados pela Forbes recentemente mostram que o custo médio para fazer um típico filme da Marvel aumentou 60% depois da pandemia.

Custos para fazer um filme da Marvel subiram 60% depois da pandemia
ERA CARO ANTES, AGORA ENTÃO...

Nos últimos tempos, a jornalista Caroline Reid da Forbes tem divulgado os custos faraônicos das últimas produções da Disney para cinema e streaming. Tudo isso graças ao fato de que a Casa do Mickey tem utilizado o Reino Unido para gravar muitas de seus filmes e séries e, para receber um reembolso do governo britânico sobre o custo gasto com produção no país, a Disney primeiro precisa criar uma subsidiária local e então esta precisa divulgar relatórios financeiros detalhados – os quais a Forbes conseguiu acessar.

Uma matéria recente de Reid trouxe um gráfico que revela os custos reais (ou seja, bem maiores que os divulgados oficialmente) de 13 filmes do Universo Cinematográfico da Marvel, desde Capitão América: O Primeiro Vingador até o recente As Marvels. Com esses valores, fica claro o quanto a produção de um típico filme “comum” (ou seja, que não é um megaevento do nível de um filme dos Vingadores) cresceu assustadoramente a partir da Fase 4.

Para essa análise, vamos desconsiderar justamente os megaeventos que aparecem no gráfico, ou seja, Era de Ultron (orçamento de US$ 388 milhões), Guerra Infinita e Ultimato (filmados em conjunto, ambos tiveram um custo combinado de mais de US$ 1,2 bilhão e ainda assim trouxeram lucros bilionários para a Disney). Afora eles, sobram dez longas, sendo cinco pré e cinco pós-pandêmicos.

Entre os que pertencem à Saga do Infinito, temos O Primeiro Vingador, Thor: O Mundo Sombrio, Guardiões da Galáxia, Homem-Formiga e Doutor Estranho – ou seja, quatro filmes de origem e uma sequência. Já no time da Saga do Multiverso estão Viúva Negra, Eternos, Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania e As Marvels – três sequências de sucessos das Fases anteriores, um spin-off de uma Vingadora que nunca tinha ganhado um filme próprio e somente um filme de origem.

Muitos talentos e MUITO custo!

Dos longas pré-Ultimato, seu custo de produção varia entre os US$ 158 milhões de Homem-Formiga e os US$ 231 milhões de Doutor Estranho. O Primeiro Vingador necessitou de pouco mais de US$ 170 milhões, enquanto Guardiões e O Mundo Sombrio foram orçados respectivamente US$ 224 milhões e US$ 217,5 milhões.

Com isso, esses cinco filmes tiveram um custo médio de US$ 201 milhões. Isso é bem dentro dos padrões para um típico blockbuster dos anos 2010 e o que é melhor: todos esses filmes foram bem sucedidos nas bilheterias e em agradar os fãs e a crítica. Alguns foram mais elogiados, outros menos, mas em geral todos se saíram bem.

Na Saga do Multiverso, porém, os custos cresceram assustadoramente. O menos caro, As Marvels, precisou de US$ 277,3 milhões para ser feito, enquanto o mais dispendioso, Multiverso da Loucura, viu seus custos crescerem até absurdos US$ 415 milhões – mais do que o originalmente divulgado por Reid, o qual abordamos aqui. Entre os restantes, temos Viúva Negra com US$ 286,7 milhões, Eternos com US$ 302 milhões e Quantumania com US$ 328 milhões.

Dessa forma, o orçamento médio destes filmes foi de nada menos que US$ 321,8 milhões. Ou seja, 60% a mais que o custo médio dos filmes pré-Ultimato. Em outras palavras, o preço para fazer um típico longa do MCU aumentaram em 60% desde o fim da Saga do Infinito.

Qual é o custo atual de filmes da Marvel?

Claro, se adicionássemos longas como Homem de Ferro 3, Guardiões da Galáxia Vol. 2 e Pantera Negra (cujos orçamentos “oficiais” foram de US$ 200 milhões) ao “time Infinito”, seu orçamento médio também subiria. Ainda assim, o preço de US$ 300 milhões para produzir filmes como Viúva Negra, Quantumania e As Marvels. Bem como o orçamento absurdo de Multiverso da Loucura, deixa explícito o quão mais caro é fazer um filme atual da Marvel.

Parte desses gastos adicionais tem a ver com gravar durante a pandemia. Para proteger o elenco e a equipe da Covid 19, os estúdios de Hollywood precisaram “abrir os bolsos” com medidas de segurança. Um outro motivo é o fato de que atores veteranos do MCU como Benedict Cumberbatch, Scarlett Johansson, Elizabeth Olsen, Brie Larson, Paul Rudd e Evangeline Lilly, veem seus cachês ficarem mais altos a cada novo sucesso de bilheteria em seu currículo.

Ainda assim, fica claro que a Disney esteve gastando acima do que seria o desejável. Trata-se de um problema antigo da empresa, que, entre outros feitos, desembolsou US$ 379 milhões no quarto Piratas do Caribe.  Que foi infame por ser o filme mais caro da história na época de seu lançamento. US$ 326 milhões no recente fiasco Indiana Jones e a Relíquia do Destino, US$ 264 milhões no desastre John Carter e US$ 260 milhões no infantil Enrolados (até hoje a animação mais cara da história, e de longe).

Orçamentos afetarão o futuro do MCU?

Esse problema não afetou tanto na década passada quando, apesar de alguns fracassos notórios, ao menos a Disney quebrava recorde atrás de recorde de bilheteria. No contexto atual, com os hábitos da população radicalmente mudados pela pandemia e com o geral “cansaço” enfrentado pelos filmes de heróis, desembolsar US$ 300 milhões em uma sequência do Homem-Formiga ou Eternos acabou se mostrando problemático para as finanças da empresa.

Ainda não sabemos quanto os próximos longas do MCU como Deadpool & Wolverine vão custar. Mas se o plano de Bob Iger de reduzir custos de produção der certo, é bem provável que, a não ser que o seu filme seja um Vingadores, seu custo não passe de US$ 200 milhões.

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Qual é o próximo filme da Marvel?

Deadpool & Wolverine conta a direção de Shawn Levy, que marca a terceira colaboração entre o diretor e o ator. Os filmes anteriores da dupla foram os elogiados Free Guy: Assumindo o Controle e O Projeto Adam.

Em um vídeo bombástico, Ryan CONFIRMOU surpreendentemente que o filme contará com a volta de Hugh Jackman como Wolverine e trará elementos de Multiverso! Depois de sofrer alguns adiamentos, o filme enfim está marcado para chegar aos cinemas brasileiros em 25 de julho de 2024!

Publicitário, formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais. Trabalho com Marketing Digital desde 2015. Apaixonado por bilheterias de cinemas, estudo o mercado cinematográfico brasileiro e estrangeiro já há vários anos, e desde 2017 sirvo como o principal analista de bilheterias para o Legado da Marvel.
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