As Marvels é a pior abertura da história do MCU nas bilheterias – e de longe

Estreia de As Marvels na bilheteria americana foi desastrosa, abaixo de filmes como O Incrível Hulk e Eternos. Será que o MCU está com os dias contados?

As Marvels é a pior abertura da história do MCU nas bilheterias - e de longe
FLOP ATÍPICO PARA A MARVEL

Após semanas de previsões ruins nas bilheterias, a abertura de As Marvels nos EUA e Canadá conseguiu ficar abaixo até das expectativas mais pessimistas da indústria: apenas US$ 47 milhões no fim de semana.

De longe é a menor bilheteria americana de estreia de todo o Universo Cinematográfico da Marvel. O longa fica abaixo do que até então era o maior fracasso do MCU, O Incrível Hulk, que abriu com US$ 55,4 milhões lá no longínquo mês de junho de 2008, bem como do primeiro Homem-Formiga (US$ 57,2 milhões em julho de 2015).

O filme com Edward Norton veio numa época em que o MCU ainda estava em seus dias iniciais, bem longe da popularidade que viria a atingir. Já As Marvels saiu em um momento em que a franquia vê sua popularidade ruir a cada novo filme depois do auge conquistado na década passada.

O que fica claro é que, depois do monstruoso sucesso duplo de Guerra Infinita e Ultimato, que também empurraram Pantera Negra, Homem-Aranha: Longe de Casa e o próprio predecessor de As Marvels, Capitã Marvel, para acima da marca do bilhão, o MCU deveria ter aproveitado para respirar e tirar um tempo para pensar com calma nas próximas histórias e na melhor estratégia para que elas fossem tão bem sucedidas quanto a Saga do Infinito.

De fato, a Marvel tirou uns meses de folga, embora ela não tenha sido planejada e sim forçada pela pandemia. Mas assim que foi possível retornar, o MCU voltou “ligado no 220V”, não apenas com mais e mais filmes como também diversas séries para o Disney+.

Isso acabou corroendo a popularidade da franquia no médio prazo, ao tornar cada nova produção da Marvel um evento menor do que costumava ser. O MCU introduziu numerosos personagens, conceitos e locais e nem todos receberam a melhor das recepções com os críticos e fãs.

Claro, antes que os especialistas e haters declarem a morte do MCU, é preciso lembrar que a franquia ainda não está totalmente acabada. Há apenas um ano a Marvel abria Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, Thor: Amor e Trovão e Pantera Negra: Wakanda para Sempre, longas que, por mais controversos que tenham sido, fizeram números astronômicos – este último então ainda se mantém como a maior abertura nos EUA para o mês de novembro, com US$ 181,3 milhões, e uma bilheteria final de US$ 454 milhões.

Aliás, há poucos meses atrás Guardiões da Galáxia Vol. 3 superou uma abertura fraca para finalizar com US$ 359 milhões na bilheteria doméstica e US$ 845 milhões global, o quarto maior faturamento de 2023.

Isso indica que, embora a fadiga do público com a franquia ainda exista até um certo ponto, a audiência está disposta a retornar caso a produção mostre qualidade e que valha a pena ser vista no cinema. E é aí que está o problema que prejudicou longas como Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania e agora As Marvels: a aparente falta de um cuidado, uma preocupação maior com a qualidade.

Hoje em dia, não basta apenas trazer personagens do streaming para o cinema ou promover “o novo Thanos” ou o que quer que seja. É preciso que o novo filme valha o investimento do público no ingresso e traga a mesma mistura de personagens adorados e efeitos especiais que caracterizou a Marvel Studios.

As Marvels, por sua vez, pareceu ser tratado com um certo desdém pelos executivos da Marvel e Disney. A sequência de um dos sucessos bilionários que poderia iniciar uma nova e promissora franquia para o MCU foi produzida como um típico filme de heróis genérico e esquecível, do tipo que o público pode assistir aos montes no streaming.

Hoje em dia não basta apenas ser uma nova produção da Marvel. Os filmes precisam valer a pena a ida ao cinema se quiserem competir com os novos adversários que Hollywood vem lançando. Se na década passada o MCU tinha uma capacidade sem igual de atrair a audiência, hoje em dia a soma do desgaste do público com novas e interessantes produções que oferecem um entretenimento distinto (Super Mario Bros, Barbie, Oppenheimer, Five Nights at Freddy’s) criam um ambiente muito mais desafiador.

Por isso, é uma boa notícia que, com os recentes adiamentos, a Disney aparenta estar tomando um cuidado maior no polimento dos novos longas da franquia. O jogo mudou e, se a Marvel Studios quiser sobreviver, vai precisar de mais do que apenas seu nome.

E você, o que pensa do fracasso de As Marvels? Comente conosco!

Fonte: The Numbers, Deadline.

Publicitário, formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais. Trabalho com Marketing Digital desde 2015. Apaixonado por bilheterias de cinemas, estudo o mercado cinematográfico brasileiro e estrangeiro já há vários anos, e desde 2017 sirvo como o principal analista de bilheterias para o Legado da Marvel.
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