Deadpool & Wolverine é o primeiro bilhão da Marvel desde 2021

Deadpool & Wolverine acaba de conquistar um feito não atingido por nenhum filme da Marvel desde 2021: arrecadar mais de US$ 1 bilhão na bilheteria.

Deadpool & Wolverine é o primeiro bilhão da Marvel desde 2021

Neste fim de semana, Deadpool & Wolverine acaba de se tornar o primeiro filme da Marvel em quase três anos a atingir a marca do US$ 1 bilhão na bilheteria global. A última vez que isso aconteceu foi com Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, que finalizou com US$ 1,91 bilhão.

O longa estrelado por Ryan Reynolds e Hugh Jackman chegou a um total de US$ 494,3 milhões na bilheteria americana e US$ 535,2 milhões na internacional após três semanas em cartaz. Isso dá a Deadpool & Wolverine um acumulado de US$ 1,03 bilhão na bilheteria global após três semanas.

Trata-se do oitavo filme pós-pandemia a arrecadar mais de US$ 1 bilhão globalmente. Os outros foram Sem Volta para Casa em 2021, Top Gun: Maverick (US$ 1,49 bilhão). Jurassic World: Domínio (US$ 1,001 bilhão) e Avatar: O Caminho da Água (US$ 2,32 bilhões) em 2022. Barbie (US$ 1,44 bilhão) e Super Mario Bros.: O Filme (US$ 1,36 bilhão) em 2023 e o recente Divertida Mente 2 (quase US$ 1,6 bilhão).

Além disso, Deadpool & Wolverine também conquistou um feito ainda mais raro: é apenas o segundo filme proibido para menores de idade a arrecadar mais de US$ 1 bilhão sem precisar ajustar pela inflação. O primeiro foi Coringa, que finalizou com US$ 1,08 bilhão – um valor que Deadpool 3 deverá ultrapassar sem maiores dificuldades nos próximos dias.

Uma vez que Deadpool & Wolverine superar os US$ 1,13 bilhão de Capitã Marvel irá entrar no clube das 10 maiores bilheterias da história do MCU. Aliás, se conseguir ultrapassar os US$ 1,33 bilhão de Pantera Negra (improvável mas não impossível) irá obter o título de segunda maior bilheteria do MCU para um filme que não tenha a palavra “Vingadores” no título. O atual campeão deste ranking peculiar? Sem Volta para Casa, claro.

Deadpool & Wolverine sucesso para maiores

Tanto Deadpool 3 quanto o crossover dos três Homens-Aranha formam uma dupla curiosa. São as maiores bilheterias da atual Saga do Multiverso, atingindo totais inalcançáveis para Doutor Estranho no Multiverso da Loucura (US$ 956 milhões), Pantera Negra: Wakanda para Sempre (US$ 858 milhões), Guardiões da Galáxia Vol. 3 (US$ 845 milhões) e Thor: Amor e Trovão (US$ 761 milhões).

Claro, o único desses filmes que tinha alguma chance real de chegar ao bilhão era Multiverso da Loucura. Talvez ele até teria chegado se o filme tivesse estreado na China (que baniu o filme por conta do conteúdo homossexual). E Rússia (boicotada pelos estúdios de Hollywood por conta da guerra com a Ucrânia).

Também nunca saberemos o quão bem sucedida teria sido um novo Pantera Negra sem a trágica morte de Chadwick Boseman. Meu palpite: maior que Wakanda para Sempre, uma vez que o longa não teria a atmosfera pesada de luto pelo ator e por seu personagem.

Ainda assim, chama a atenção o fato de que os dois maiores sucessos da Marvel desde o início da Fase 4 sejam longas que devam grande parte de suas bilheterias a sucessos passados de outros estúdios – especificamente a Sony, a Fox e a New Line.

Mais um sucesso não 100% da Marvel/Disney

Sem Volta para Casa é a sequência de dois bem sucedidos filmes do Homem-Aranha de Tom Holland. Que só aconteceram graças a acordos entre a Sony, Disney e Marvel Studios, o primeiro em 2015 que liberou o herói para aparecer no MCU e o segundo em 2019 que o manteve na franquia. Grande parte do motivo que fez o filme arrecadar tão acima do normal para um típico longa do Homem-Aranha foram as aparições dos vilões e dos heróis dos filmes anteriores do Cabeça de Teia. Que nada tiveram a ver com o MCU e foram totalmente produzidos e distribuídos pela Sony.

Igualmente, Deadpool & Wolverine só pôde ser feito, pelo menos como parte do MCU, uma vez que a Disney comprou a Fox. A campanha de vendas do longa destacou a novidade de ver dois dos heróis mais amados dos filmes da extinta 20th Century Fox atuando juntos e encontrando outros personagens sem relação com o universo Marvel da Disney.

Enquanto isso, dentre os heróis que “sempre” estiveram sob o controle da Casa do Mickey, a recepção, seja na bilheteria ou dos fãs, não foi tão incrível quanto as de Deadpool & Wolverine e Sem Volta para Casa. Apesar de não “bilhonar”, Guardiões da Galáxia Vol. 3 ao menos agradou o público com a emotiva despedida da equipe espacial. Wakanda para Sempre tinha o impossível desafio de lidar com a súbita perda de Chadwick Boseman. Já Doutor Estranho 2, Thor 4, Homem-Formiga 3 e As Marvels decepcionaram a audiência em vários níveis.

Os fracassos que o MCU acumulou na Fase 4

Pior: as tentativas de introduzir novos heróis ao MCU não empolgaram tanto quanto costumava ser na década passada. Seja “promovendo” personagens das séries do Disney+ para o cinema, seja como coadjuvantes em longas de outras figuras mais estabelecidas. Como a América Chávez de Multiverso da Loucura, a Disney não conseguiu torná-los tão populares quanto os heróis apresentados na Saga do Infinito. O Shang-Chi talvez tenha sido o único acerto, porém não o vemos desde seu primeiro filme em 2021.

Ou seja: com o fiasco de Eternos e As Marvels ou as recepções controversas de Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania e Multiverso da Loucura, a Marvel dos anos 2020 tem sobrevivido à base de nostalgia. Aliás: nostalgia por filmes que a Marvel Studios não tocou. Se há dez anos a Sony e a Fox eram concorrentes do MCU. Hoje é graças aos longas passados desses dois estúdios que a Marvel Studios retira seus maiores sucessos.

No ano que vem, isso vai ser testado com Capitão América: Admirável Mundo Novo. Com Sam Wilson no posto que antes pertencia à Steve Rogers e continuando a história de onde uma série de TV parou. E aliás, Thunderbolts*, que trará uma equipe somente de personagens dos filmes e séries da Disney.

E é importante que esses filmes tenham sucesso, pois sustentar toda a indústria apenas com nostalgia e sucessos passados não é um bom plano para o longo prazo.

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Fonte: The Numbers, Box Office Mojo

Publicitário, formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais. Trabalho com Marketing Digital desde 2015. Apaixonado por bilheterias de cinemas, estudo o mercado cinematográfico brasileiro e estrangeiro já há vários anos, e desde 2017 sirvo como o principal analista de bilheterias para o Legado da Marvel.
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